Realmente parece impossível calcular as melhores produções cinematográficas argentinas que trazem Ricardo Darín como ator. Mas uma coisa é certa: algumas personificam o caráter das variáveis “porteñas” que levam alguma delas. Segue aqui minha opinião sobre algumas:
Em “O mesmo amor, a mesma chuva” (1999) encontramos um Darín mais jovem, porém não menos diferente do arquétipo que costuma interpretar. Em meio a uma história bastante poética com personagens simples e profundos ao mesmo tempo, a história se baseia no amor de Jorge (Darín) e Laura (Soledad Villamil). Ele, escritor e ela, atriz. Sob um fundo político que vai desde os anos 70 até os 90, enfocando a questão da ditadura, o fortalecimento do nacionalismo e as mudanças econômicas do país, o filme atinge algo mais que um simples romance nos indicando o que pode acontecer quando amadurecemos, tornando o fracasso e por que não a rotina em meras visões pré-concebidas das ilusões que possuímos na juventude.
https://www.youtube.com/watch?v=FmkgidilUbw
Os dois atores tornam a se encontrar em 2009 através do longa dirigido pelo mesmo diretor Juan José Campanella , “O segredo dos seus olhos” que obteve o Oscar de melhor filme estrangeiro em 2010. Ao escrever seu livro, o personagem de Darín , Benjamin Esposito, um oficial de justiça aposentado, retoma a época sangrenta da ditadura argentina em um caso bem peculiar. O final é surpreendente.
Já em “Clube da lua” (2004), o cinéfilo tem a oportunidade de conhecer uma Buenos Aires mais familiar e típica dos bairros. Do mesmo Campanella, a história do filme retrata um antigo clube argentino, local de encontro para atividades sociais e esportivas onde a questão econômica leva os sócios a participarem cada vez menos levando a associação a uma situação difícil tendo que encerrar de vez o clube ou talvez privatizar a instituição. Na atualidade, o verdadeiro local que inspirou ” Luna de Avellaneda”, título original do filme, corre o real risco de fechar devido a pequena quantidade de sócios e dos constantes aumentos de serviços básicos como água, luz e gás. Nesse caso, a realidade supera a ficção.
https://www.youtube.com/watch?v=d4dyuVJArxg
A comédia dramática “Um conto chinês” (2011) trabalha com as possibilidades fantásticas que por sorte (ou não) encontramos na vida real. Acredito ser um bom filme pra assistir a um Darín completamente diferente do que conhecemos ao vê-lo interpretar um antigo combatente da Guerra das Malvinas desesperançado e mal-humorado, vendo-se obrigado a hospedar um chinês que surge na cidade da forma mais mirabolante possível.
E, finalmente, o que considero uma obra prima do cinema argentino: “Nove Rainhas” (2000) do diretor Fabián Bielinsky. Uma trama policial encabeçada por dois ladrões e vigaristas, Marcos (Darín ) e Juan (Gastón Pauls) que traduz a grande cultura da vantagem desvelando toda e qualquer moral esperada. Ironicamente, o filme termina no grande colapso econômico que o país sofreu em 2001 quando congelaram as contas bancárias dos argentinos por 12 meses.
Essa é apenas uma visão do porquê vale a pena explorar clássicos do ator argentino Ricardo Darin. Claro que existem outros bons filmes do ator, mas selecionei os melhores para mim. Assistam e depois me contem se concordam ou não comigo.
Dica: Se curte o cinema argentino, recomendo conhecer o site INCAA
Por Susana Savedra
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Nove rainhas é mesmo sensacional! Tenho que assistir os outros também. Não conhecia o site recomendado. Valeu pela dica!