Thriller mexicano “Pecados Inconfessáveis” mostra streaming, mais uma vez, pautando as conversas sobre séries com um novelão que é provocativo e com cenas ousadas
Faz alguns anos que foi estabelecida a impossibilidade de outros streamings tirarem a liderança da Netflix, seja pela sua ousadia em criar séries originais e criativas com temas polêmicos — em seus primeiros momentos com “House Of Cards” e recentemente com “Adolescência”, ou pop até a medula como “Strangers Things” — seja por inaugurar a cultura e inundar sua grade com os doramas e suas variações de dramaticidade asiática, seja pelos seus filmes com orçamentos milionários recheados de astros da moda e diretores consagrados, além de outro exemplos da sua penetração na maioria do público mundial.
Assim não é surpresa que seu mais novo fenômeno em termos de série/novela, “Pecados Inconfessáveis”, produção mexicana produzido/adquirido pelo streaming, seja a flamejante história de uma mulher forte, mas que sofre abusos (físicos, psicológicos e monetários) de seu esposo, um poderoso, corrupto e maldoso empresário e suas agruras para se libertar dele, pelo menos por alguns momentos, nos braços de um rapaz mais novo com direito a cenas aeróbicas e ousadas de sexo ao som de um tema musical que é onipresente toda vez que eles transam.
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Bem, isso não é novidade na Netflix que há alguns anos atrás causou furor nas redes socias e nas conversas do público com a trilogia de filmes 365 Dias, baseados nos livros da escritora polonesa Blanka Lipińska, e praticamente reinaugurou um filão que se tornou popular para a(o)s órfãos de conteúdos inspirados no fenômeno literário e cinematográfico (em termos de audiência) de “50 Tons de Cinza”: cenas de sexo idealizadas e coreografadas.
Isso implica em dobrar a aposta, pois para se destacar, a série Pecados Inconfessáveis aposta a princípio em tudo que o povo gosta e tudo que o povo quer em termos de intrigas e perversidades, mesmo que para ser degustada tenha que ser no escondidinho do celular, no notebook ou se você mora com seus pais ou crianças, num horário em que possa assistir sem se sentir constrangido(a) pela moralidade vigente, pois haja cenas de sexo com pegação plástica/aeróbicas, com corpos perfeitos que nem suam independente da intensidade do momento.

Ao concentrar a trama no meio dos ricos e poderosos do México, a grande maioria das cenas se passam em espaços fechados, bonitos e assépticos que evitam mostrar a pobreza que abriga a cidade, assim como quando filmam novelas no Rio de Janeiro ou em São Paulo.
Não que seja um erro ou motivo de desdém, sendo que raramente o público gosta de se ver na tela e prefere esses avatares de beleza, que se torna mais palatável acompanhar.
Ajuda o elenco ser em sua maioria funcional como a bela Zuria Vega interpretando a protagonista Helena (e olhem aí a semelhança com a teledramaturgia brasileira, com a atriz utilizando o mesmo nome das heroínas das novelas de Manuel Carlos), calculista e manipuladora na mesma medida em que sofre abuso do seu esposo interpretado por um intimidador e muito mau Erik Hayser (o melhor da série) e um sempre assustado e confuso Andrés Baida, como o amante (e meio que a única pessoa por quem é possível torcer, pois é o mais inocente) que cai de paraquedas nessa trama e tem mais a perder do que ganhar.
E espere de tudo, mas tudo mesmo nesse novelão: as reviravoltas (quase em todo final dos 18 episódios), armadilhas, traições e perigos que envolvem um manjado jogo de poder já visto em diversos exemplares nacionais que tudo bem ser reapresentado, mas nem tanto por uma onda avassaladora de conveniências narrativas, necessidade de uma grande suspensão de descrença e o vai e volta de personalidades entre os personagens que, sim, divertem e entretêm mas que só agregam superficialidade a uma trama que traz como novidade somente muitas cenas de sexo entre atores e atrizes sarados.
Não há como negar que gera atenção e engajamento, mas seria bem melhor se houvesse um pouco mais de cuidado com a direção de atores e se fosse além das belas filmagens de figurinos e paisagens de cartão postal, pois falta substância além da diversão perversa em que se destina na tela os maiores clichês de uma heroína contra todos.
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Após todas as resoluções, a trama parece que se encerra em um determinado momento, mas pelo final e dependendo do barulho que a série continuar a fazer, abre uma possibilidade de continuação.
Se atenção e sucessos é o que qualquer streaming almeja perante uma audiência cada vez mais dispersa e com uma infinidade de conteúdos para escolher, não há como negar que a Netflix está bem à frente el mesmo que às vezes tateando no escuro, consegue manter seus produtos como os mais assistidos e relevantes nesse mercado tão concorrido.
Imagem Destacada: Divulgação/Netflix

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