Brasileiro gosta de uma boa novela. Por mais que a nova geração seja fã de carteirinha dos canais à cabo, dos serviços de streaming como a Netflix e das maratonas de séries, não há quem resista a uma boa trama novelesca. Sem falar, que grande parte da população brasileira ainda tem o costume de voltar do trabalho e sentar em frente a televisão para assistir notícias e entretenimento.
A Rede Globo continua sendo líder em audiência quando o assunto são as novelas, apesar de ter passado por uma leva de produtos que não obtiveram grandes números em audiência, como foi o caso de “Velho Chico”, “A Lei do Amor” e “Em Família”. No entanto, parece que o jogo virou e a novela “A Força do Querer” de Glória Perez vem gerando boa repercussão no público. Com histórias entrelaçadas e bem estruturadas, a trama traz assuntos importantes para debate, como é o caso dos transgêneros e levantando outras situações polêmicas como a relação da personagem vivida por Juliana Paes, Bibi, com seu marido traficante.
Mas a questão principal é: quem é a protagonista de “A Força do Querer”?
Porque, inicialmente, a história retratava Ritinha, papel de Ísis Valverde, como a personagem principal. Porém, ao decorrer dos capítulos, o papo de sereia e o triângulo amoroso dela, com Ruy (Fiuk) e Zeca (Marco Pigossi) acabou se tornando insuficiente para manter uma novela das 21h. Mas, brilhantemente, os roteiristas e a diretora deram mais espaço para a personagem Bibi, uma mulher batalhadora que sonhava em ser advogada, mas acabou tendo sua vida abalada ao descobrir que seu marido era traficante de drogas. A história da personagem é baseada em fatos da vida de Fabiana Escobar, conhecida como Bibi Perigosa.
Bibi tomou conta da novela como um todo, e a trama começou a girar em torno dela. Com esse núcleo em evidência, outra personagem também acabou sendo ressaltada: Jeiza, interpretada por Paolla Oliveira, que fazia parte do triângulo amoroso com Ritinha e Zeca. Jeiza foi a policial responsável pela prisão de Rubinho, o marido de Bibi. A partir do ocorrido, Bibi construiu uma inimizade tremenda pela policial e esse sentimento só aumentou com os acontecimentos da novela. Bibi, completamente apaixonada por Rubinho, começa a fazer loucuras para que o relacionamento não acabe e se envolve com os negócios do marido, sobe o morro para resolver problemas, põe fogo em locais para eliminar provas, torna-se uma criminosa.
Mas por que uma personagem fez mais sucesso que a outra? Difícil explicar com certezas, mas as novelas normalmente são meios de escape para o telespectador. O público quer entretenimento, quer parar de pensar um pouco nos próprios problemas e acha melhor acompanhar a vida do outro. Mas também não espera algo que fuja muito da realidade, como talvez fosse o caso da personagem Ritinha, que levanta assuntos mais místicos, como botos e sereias. Então, na verdade, é uma linha bem tênue e é difícil acertar em cheio de primeira.
Poucas novelas alcançaram sucesso absoluto com os personagens bem construídos desde o início. Um exemplo que poderia entrar para o top 10 das novelas da Globo, sem dúvidas, foi “Avenida Brasil”. Boa parte do público vai concordar.
Mas a quantidade de vezes em que uma novela teve seus protagonistas ofuscados por outros personagens contabiliza um número bem maior. Em “Salve Jorge”, da mesma autora Glória Perez, a personagem de Giovanna Antonelli, Hêlo, era a delegada responsável pela investigação de tráfico de pessoas e acabou fazendo mais sucesso do que a protagonista Morena, vivida por Nanda Costa. Outro caso foi em “Passione”, onde a mocinha Diana, interpretada por Carolina Dieckmann não agradou o público e até acabou morrendo em um parto, enquanto a vilã, Clara (Mariana Ximenez) ganhou o coração do público.
Por Manuella Neiva
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