O cenário da música independente no Brasil está recheado de talentos que, na maioria das vezes, são reconhecidos primeiramente no exterior para, aí sim, receberem a devida atenção em terras brasileiras.
No metal, a situação é ainda mais comum e é aí mesmo que reside a importância de festivais como o Hell in Rio, que prioriza músicos brasileiros e demonstra que a sonoridade não deixa a desejar mesmo para quem está acostumado a sons estrangeiros.
Tendo isto em mente, é extremamente gratificante saber que a cena metal brasileira está muito bem e quem pensa que o metal nacional está morto precisa rever seus conceitos. Formada em 2014 pelos irmãos Charles Gama (guitarra e vocais) e Chaene da Gama (baixo) além de Rodrigo Augusto Pancho na bateria, o trio Project Black Pantera vem de Uberaba (MG) e está ganhando o cenário metal brasileiro com um som pesado que traz influências de diversos estilos e letras que versam sobre temas atuais.
A banda, que lançou em 2015 seu primeiro álbum, Black Pantera, é definida pelos próprios membros como um crossover, uma mistura de influências diversas que vão desde Metallica, passando por Rage Against the Machine, Lamb of God e até Living Colour. A inspiração para suas composições vem de temas polêmicos e atuais, como corrupção, desigualdade, trabalho escravo e mau uso das redes sociais. Este, inclusive, está estampado nas letras de Rede Social, quinta música do álbum, que traz os versos “astro da Rede Social/ 5 minutos de fama no final/ Você sempre quis aparecer/ Toda a atenção esta em você”.
“O poder da música se mostra quando você une um som porrada com letras furiosas”, explica Da Gama.
Atenção fora do Brasil
Além de já ter aberto shows de bandas como Sepultura, Almah e Krisiun, o Project Black Pantera se apresentou recentemente no Afropunk Festival, em Paris. O vídeo da música Abre a roda e senta o pé mostra um pouco do que rolou durante a tour pela França e um pouco do festival. “Ficamos felizes em ter conseguido ir tão longe (literalmente), através do nosso som e com pouco mais de 2 anos de banda”, ressalta DaGama, que menciona como maior desafio o reconhecimento em terras brasileiras.
Segundo os membros da banda, as letras em português não são empecilho para o pessoal de fora do Brasil, que tem cada vez mais marcado presença nas redes sociais da banda. A Black Pantera está também divulgando seu trabalho em mais de 100 plataformas ao redor do mundo graças à parceria com a Tratore Distribuidora.
Para 2017, os fãs já podem aguardar novidades: DaGama anuncia que a PbP vai lançar o segundo álbum que deve vir ainda mais pesado, rápido e coeso, resultado do amadurecimento e das experiências obtidas com o primeiro. “Ainda temos muita coisa para dizer e o Black Pantera ainda vai fazer muito barulho, por aí podem ter certeza”, finaliza DaGama.
Por Thais Isel
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