Conheça a história de Ben Grimm, o popular herói conhecido como O Coisa
Embora seja considerado um dos maiores heróis da Marvel, a vida de Ben Grimm está longe de ter sido sempre fantástica. Após uma infância marcada por dificuldades, Ben se tornou um piloto habilidoso e liderou o Quarteto Fantástico em uma missão que os expôs a uma tempestade de raios cósmicos — evento que lhes concedeu poderes sobre-humanos.
Enquanto seus companheiros ganharam habilidades extraordinárias que podiam controlar, Ben passou por uma transformação dolorosa e praticamente irreversível, tornando-se o Coisa. Diferente dos demais, que logo se tornaram celebridades admiradas, Ben teve de lidar com uma aparência rochosa e a perda do próprio corpo humano — um fardo físico e emocional que o acompanharia por toda a vida.
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Apesar dos grandes esforços de Reed Richards e das mentes mais brilhantes do planeta, Ben conseguiu recuperar sua forma humana apenas por breves períodos. Mesmo tendo salvado o universo inúmeras vezes, sua condição involuntária acabou definindo sua trajetória e lhe custou tragédias pessoais profundas. Nas raras ocasiões em que recuperou sua forma original, os sacrifícios exigidos foram grandes demais para suportar.
Agora, é hora de analisar com mais atenção essa transformação interminável e entender como os poderes que mudaram seu corpo também moldaram sua alma.

Transformação no Coisa
Antes de se tornar o Coisa, a trajetória de Ben Grimm era marcada por conquistas. Após perder seu irmão e se envolver com a Gangue da Rua Yancy durante a infância, Ben superou as adversidades e brilhou como estrela do futebol americano colegial, piloto de combate condecorado e estudante universitário de destaque. Na faculdade, dividiu o quarto com Reed Richards — o jovem gênio que viria a se tornar seu maior aliado.
Quando Reed decidiu lançar seu foguete experimental, convocou Ben para pilotar a missão, cumprindo uma promessa feita entre brincadeiras nos tempos de estudante. Embora Ben demonstrasse receio quanto à segurança do projeto, acabou cedendo após ser convencido pelos demais integrantes do futuro Quarteto Fantástico, como apresentado em “Quarteto Fantástico #1” (1961).
Durante o voo através de uma tempestade de raios cósmicos, todos os membros da equipe adquiriram poderes, mas a transformação de Ben foi a mais traumática. Seus membros tornaram-se pesados demais para se mover e ele desabou em dor ao aterrissar de volta na Terra. Ao emergir da nave, Ben revelava sua nova forma: superforça e uma pele irregular e coriácea que logo evoluiu para uma camada de rocha orgânica com formas geométricas bem distintas — o visual marcante que definiria sua identidade como o Coisa.

O homem e o monstro
Enquanto os outros membros do Quarteto Fantástico podiam ativar ou ocultar seus poderes à vontade, Ben Grimm enfrentava uma dolorosa realidade: ele havia perdido completamente o controle sobre seu próprio corpo. Nos primeiros dias como o Coisa, Ben se sentia profundamente desconfortável com sua nova aparência rochosa, e Reed Richards iniciou uma busca incansável que se estenderia por anos, tentando devolver ao amigo a chance de se sentir “ele mesmo” novamente.
Embora algumas das invenções de Reed tenham conseguido restaurar temporariamente a forma humana de Ben, o retorno à sua condição original sempre acontecia — de forma imprevisível e cruel. Nem mesmo a mente brilhante de Reed, considerada uma das mais geniais do planeta, foi capaz de encontrar uma solução permanente para essa transformação.
Em uma das histórias mais marcantes do grupo, Quarteto Fantástico #51 (1961), o cientista Ricardo Jones consegue, por um instante, devolver a aparência humana a Ben. No entanto, ao roubar os poderes do herói e assumir seu lugar, Ricardo acaba se sacrificando para salvar Reed — e, com isso, os poderes de Ben retornam. Em meio a essa esperança frustrada, Ben ainda tenta propor casamento a sua amada, Alicia Masters, mas os eventos o arrastam de volta à sua forma monstruosa.
Outros vilões também mexeram com seu destino: Doutor Destino e Diablo conseguiram restaurar Ben temporariamente, mas sempre por motivos obscuros ou manipulativos. Nenhuma dessas intervenções foi suficiente para libertá-lo da prisão rochosa que passou a definir sua existência.

Tentativas de uma forma humana
Depois de diversas tentativas frustradas de reverter sua transformação, Ben Grimm recebeu uma ajuda surpreendente de um dos poucos que podia enfrentá-lo de igual para igual: o Hulk. Em “Quarteto Fantástico #167” (1961), durante um dos embates épicos entre os dois titãs, o Hulk acabou drenando os poderes do Coisa. Embora os detalhes exatos do fenômeno sejam nebulosos, acredita-se que a interação entre a radiação cósmica que energiza o Coisa e a radiação gama que alimenta o Hulk tenha causado uma espécie de anulação mútua — uma colisão de forças que raramente ocorre.
Com sua forma humana restaurada, Ben tentou se readaptar à vida civil, enquanto Luke Cage assumia temporariamente seu lugar no Quarteto Fantástico. No entanto, a normalidade não durou. Reed Richards, sempre tentando ajudar o amigo, criou um exoesqueleto robótico capaz de imitar tanto os poderes quanto a aparência rochosa do Coisa. Ben usou essa armadura em várias missões, até que Galactus — numa interferência colossal — restaurou à força os poderes originais de Grimm.
Mais tarde, em “Quarteto Fantástico #326” (1961), Ben voltou a utilizar um exoesqueleto semelhante após perder seus poderes novamente. Durante uma batalha contra o Quarteto Terrível no laboratório de Reed, ele foi acidentalmente exposto a um dispositivo que drenou suas habilidades. Ainda assim, Ben escolheu se transformar mais uma vez no Coisa, motivado por empatia e amor: ele queria que Sharon Ventura, sua então companheira, também afetada por uma mutação semelhante, se sentisse menos sozinha.

Guerras Secretas
Durante suas incansáveis análises sobre os poderes do Coisa, Reed Richards fez uma descoberta surpreendente em Quarteto Fantástico #245 (1961), Ben Grimm possuía, sim, a capacidade de controlar suas transformações. No entanto, Reed teorizou que um bloqueio mental o impedia de acessar essa habilidade — uma barreira emocional que, segundo ele, estava ligada ao relacionamento de Ben com Alicia Masters. Alicia o conhecera em sua forma monstruosa, e Ben temia que, como humano, deixasse de ser amado por ela.
Esse conflito interno tomou novos rumos durante “Guerras Secretas” (1984), quando Ben foi transportado ao planeta Mundo de Batalha. Lá, ele descobriu que podia se transformar à vontade. Reed o fez acreditar que essa habilidade era decorrente das propriedades únicas do planeta, o que levou Ben a permanecer lá após o retorno dos outros heróis à Terra — numa tentativa de explorar essa recém-descoberta liberdade.
Mas ela não durou. Eventualmente, Ben perdeu novamente a habilidade de se transformar e voltou à Terra, onde enfrentou uma amarga surpresa: seu melhor amigo, o Tocha Humana, estava em um relacionamento com uma Skrull disfarçada de Alicia. Após processar esse choque, Ben foi confrontado por Reed, que revelou tudo o que sabia sobre o bloqueio psicológico que impedia suas transformações, como mostrado em “O Coisa #23” (1983).
Tomado pela raiva e confusão, Ben abandonou o Quarteto Fantástico. Durante esse período de afastamento, ele se reinventou — lutou profissionalmente e se juntou aos Vingadores da Costa Oeste. Foi somente após esse tempo de introspecção e ação que ele, finalmente, encontrou forças para retornar à equipe que havia sido sua casa.

As transformações do Coisa
Desde que foi atingido pelos raios cósmicos, Ben Grimm nunca permaneceu estático — sua jornada como o Coisa tem sido marcada por uma série de mutações e conflitos internos. Em sua forma inicial, Ben apresentava uma pele coriácea, com aparência reptiliana, semelhante à de um dinossauro. Com o tempo, essa pele se enrijeceu e evoluiu para o visual rochoso que se tornou sua assinatura.
Durante suas tentativas de reverter a transformação e recuperar sua humanidade, Ben transitou por diversas formas intermediárias — nem inteiramente humano, nem inteiramente monstruoso. Em “Quarteto Fantástico #238” (1961), uma das experiências conduzidas por Reed Richards devolveu temporariamente a Ben aquela aparência coriácea primitiva, marcando mais um capítulo dessa metamorfose física e emocional.
Outro momento marcante ocorreu em “Quarteto Fantástico #310” (1961), quando Ben e Sharon Ventura — também dotada de força sobre-humana — foram expostos novamente aos raios cósmicos durante a fuga de um mundo alienígena. A radiação concedeu a Sharon uma transformação semelhante à de Ben, enquanto tornava o exterior rochoso do Coisa ainda mais irregular, com pontas afiadas e contornos ainda mais brutais.
Mesmo após restaurar sua forma rochosa padrão, novos ferimentos continuaram a moldar seu rosto e sua alma. Em um embate com Wolverine, Ben sofreu cicatrizes graves, profundas o suficiente para que ele escondesse o rosto com um capacete. Foi apenas quando enfrentou o poderoso vilão Hyperstorm que sua aparência foi curada — não por redenção ou ciência, mas como uma demonstração arrogante de poder.

Fundação Futuro
Após anos de tentativas frustradas, o Coisa finalmente encontrou uma solução promissora para sua condição graças à Fundação Futuro. Quando Reed Richards reuniu um grupo de jovens gênios para integrar essa iniciativa, eles decidiram enfrentar diretamente o dilema de Ben. Em “Quarteto Fantástico #584” (1998), os prodígios desenvolveram um soro capaz de restaurar a forma humana de Ben — mas apenas por uma semana a cada ano.
Durante um desses raros períodos como humano, Ben foi surpreendido por uma invasão liderada por Aniquilador, que abriu um portal para a Zona Negativa. Em um ato heroico, o Tocha Humana se sacrificou para salvar Ben e as crianças, instantes antes do soro perder o efeito e o Coisa retornar à sua forma rochosa — um momento que mergulhou Grimm em profunda culpa.
Essa culpa acabou se manifestando de forma literal quando, durante os eventos de Medo Interno (2010), magia negra transformou o Coisa em Angrir, o Destruidor de Almas, em meio a um ataque devastador envolvendo forças de Asgard. Após ser libertado dessa influência sombria, Ben — abalado e emocionalmente devastado — foi preso sob a acusação do assassinato do vilão Mestre das Marionetes e confinado na prisão de segurança máxima conhecida como a Balsa, onde confrontou Sharon Ventura, agora repleta de rancor.
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Mesmo após ter sua inocência provada, os tempos sombrios ainda não haviam terminado. Durante o colapso do Multiverso retratado em Guerras Secretas (2015), Ben Grimm encontra a morte — encerrando, de forma trágica e heroica, a jornada de um dos personagens mais complexos e resilientes da Marvel.

Último do Quarteto Fantástico
Mesmo após seus companheiros salvarem o Multiverso, Ben Grimm continuou a carregar o peso da solidão. Enquanto o Senhor Fantástico, a Mulher Invisível e os jovens prodígios da Fundação Futuro se dedicavam à reconstrução das incontáveis realidades, Ben e o Tocha Humana permaneceram na Terra, acreditando que seus amigos estavam mortos. Quando finalmente aceitou essa dolorosa realidade, a Fundação Futuro retornou — e o Quarteto Fantástico se reergueu. Ben encontrou consolo no amor: casou-se com Alicia Masters e juntos adotaram dois jovens alienígenas, Jo-Venn e N’Kalla, criando uma nova família em meio ao caos cósmico.
Mas mesmo a felicidade veio marcada por traços do incomum. Em Quarteto Fantástico #605 (1998), vislumbra-se um futuro em que Ben Grimm continua vivendo por milênios. Devido à sua forma rochosa, Ben praticamente não envelhece — ele apenas perde anos durante sua rara semana anual como humano. Com isso, permanece como pilar constante do Quarteto Fantástico e da Fundação Futuro, lutando ao lado do igualmente eterno Franklin Richards.

E embora tenha atravessado incontáveis eras e sobrevivido ao colapso de mundos, até mesmo a pedra sente saudade. Em seus dias finais, Ben lamentava profundamente a ausência daqueles que fizeram de sua vida uma verdadeira aventura: seus amigos, sua equipe, sua família. A eternidade, para ele, nunca foi sinônimo de paz — mas de lembrança.
Quarteto Fantástico: Primeiros Passos (2025). Imagem Destacada: Divulgação/Marvel
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