O sábado foi o dia do rap no Palco Sunset

Nesse dia dedicado ao Rap no Rock In Rio 2022, não podiam faltar os nomes de maior peso do gênero no Brasil no Palco Sunset. Criolo e Racionais foram as atrações principais do espaço no sábado.

Apesar de ter um álbum recém-lançado, Criolo preferiu passear pelos hits de sua carreira. Ele iniciou a apresentação com “Subirosdoistiozin”, do álbum “Nó na Orelha”, com o qual despontou em 2011.

No palco, Criolo recebeu ainda a cantora cabo-verdiana Mayra Andrade na música “Ogum-Ogum”. O rapper cedeu a ela o palco para que executasse sozinha a faixa “Tan Kalakatan”, com letra em crioulo.

Na volta ao Palco, Criolo se juntou a Mayra e DJ Dandan para um cover de “Andar com Fé” de Gilberto Gil.

O show terminou com “Nas Águas” e o rapper dizendo: “Viva o rap, viva o funk, viva a música preta do Brasil”.

Um show de rap sem protestos contra o presidente Jair Bolsonaro estaria no mínimo incompleto. Foram vários gritos de “fora” e xingamentos ao longo da apresentação.

Os Racionais encerraram o dia no Sunset com uma apresentação maiúscula que já pode, sem exagero, ser considerado um dos melhores shows do RIR até agora. A apresentação começou com a imagem projetada no fundo mostrando um vagão de trem estacionando, remetendo ao filme “Warriors”, e dali saíram os músicos – descendo a escada que compunha o cenário que imitava uma estação de metrô – que iniciaram com “Eu Sou 157”, seguida de “Capítulo 4, Versículo 3” e “Preto Zica”.

A contundente “Negro Drama” lembrou diversos negros assassinados no Brasil como a vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, o capoeirista baiano Moa do Katendê e as crianças Aghata e João Pedro.

O público cantava todas as letras com entusiasmo, com destaque para o clássico “Sobrevivendo no inferno”. O show terminou com “Quanto Vale”.

Entre os elementos cênicos, estavam um baseado inflável gigante com o nome da banda que foi jogado ao público, um figurante fantasiado de palhaço e outro em uma moto no final.

O grupo de Mano Brown mostrou com um show maiúsculo por que é o maior nome do rap brasileiro. Foi uma apresentação digna de Palco Mundo, alguns podem dizer. Mas o gigantismo do palco principal poderia dissipar a potência concentrada proporcionada pelo Sunset (Nile Rogers que o diga). Quem não estava preocupado em guardar lugar para o show de Post Malone no Mundo saiu ganhando.