Socos, chutes, mordidas, imobilizações e muitos outros golpes são coisas que a gente costuma ver em cenas de luta de filmes de ação, mas será que só isso basta para a luta ser boa e memorável? Além de dublês muito bem treinados e uma coreografia interessante, o diretor também tem que fazer o seu trabalho de forma dinâmica e bem coordenada, porém isso é algo que tá cada vez mais raro em Hollywood.
Filme de ação sempre foi sinônimo de boa bilheteria, a pessoa assiste um filme, que tem cenas de cair o queixo e mesmo que a produção não tenha uma história tão boa, acaba servindo para distrair e até divertir. Mas o que acontece quando essas cenas não são claras e deixam o expectador desorientado sem nem saber direito o que está vendo? Isso é algo que está acontecendo com uma frequência cada vez maior e uma das maiores causas para isso é a câmera tremida.
Aqueles filmes em que tem perseguições ou lutas com 1001 cortes, quase que desconexos e que a câmera treme e se movimenta tanto que parece que o cinegrafista tá dançando uma mistura de tango com samba que tem uma pitada de zumba. Essa técnica que tenta deixar as cenas mais “frenéticas”, acabou se tornando moda nas últimas décadas e além de ser utilizada em quase tudo que é filme, acaba sendo muito mal usada.
Podemos reparar isso em exemplos de filmes de ação como os do Liam Neeson, que já é um senhorzinho que passou dos 60 anos, mas como insistem em sequestrar a família dele, o cara tem que atirar para todos os lados e desferir golpes frenéticos de aikido em tudo que é sequestrador que está em seu caminho. E como que o filme tenta dar veracidade para as lutas do ator que já disse que tá cansado dessas cenas que tanto castigam ele? Botam vários dublês e jogam esses cortes de câmera tremida para desorientar o público e trazer a ilusão que seu protagonista é realmente incrível e um excelente lutador!
Existem exemplos tão infames quanto, mas que tiveram outras razões para existir. Como foi o caso do “007- Quantum of Solace“, o segundo filme do James Bond que Daniel Craig estrelou. Teve vários problemas de produção, incluindo a greve dos roteiristas, isso fez com que várias cenas fossem rodadas sem roteiro previamente escrito, incluindo as tão criticadas cenas de ação do filme que todo mundo fez questão de apontar.
Então estamos jogados a uma era de cinema de ação mal filmado que não traz para seu público cenas de lutas memoráveis que fazem a gente lembrar delas mesmo depois de muito tempo assistidas? Não, ainda temos filmes bem feitos tanto no ocidente quanto no oriente que nos fazem perder o folego tanto quanto na época dos filmes do Bruce Lee. Um ótimo filme que teve sequências de luta fenomenais, rápidas, claras e extremamente violentas é o “The Raid” (que no Brasil ganhou o nome de “Operação Invasão”). Produção da Indonésia que acompanha uma unidade policial que está invadindo um condomínio residencial para capturar um perigoso chefão do crime.
A história é bem simples, mas a forma como tudo foi filmado e editado acaba sendo uma aula para qualquer um que queira um dia dirigir, fotografar, filmar ou fazer qualquer coisa que inclua artes marciais e audiovisual. O outro ótimo exemplo dos últimos anos, que veio do ocidente foi a série de filme do John Wick, protagonizada por Keanu Reeves. No primeiro filme da franquia, o personagem título tem o seu carro roubado e seu cachorro morto e embarca em uma jornada de vingança que nem Charles Bronson conseguiria igualar.
John Wick mostrou que Keanu Reeves continua tão ativo e até mais consciente de suas habilidades artísticas (que são muito mais físicas que emocionais), do que na época que fez o “Matrix”, e que o ator (agora também produtor) colou com a equipe certa, já que o filme foi dirigido por uma equipe de dublês profissionais que entende e elabora coreografias de luta para vários filmes de ação.
Um dos membros da equipe até dirigiu um dos melhores filmes de 2017, o David Leitch, fez o filme “Atômica“. Que coloca Charlize Theron no papel de uma espiã em plena guerra fria que troca golpes e tiros com praticamente toda a KGB. O filme tem uma história com um argumento simples, quase que como os filmes do John Wick, mas consegue ser mais elaborado na estética e na ambientação do cenário, já que além de fotografia, edição e direção de arte muito bem construídas, “Atômica” tem uma trilha sonora que faz o filme ganhar uma vida útil bem maior na cabeça de seu público. Mas como estamos falando de cenas de luta, recomendo a qualquer um prestar bastante atenção ao plano-sequência de quase 10 minutos em que a protagonista troca golpes e tiros com várias pessoas enquanto atravessa um prédio.
E você sabe de mais exemplos de lutas boas, ou de lutas ruins no cinema? Nos diga, comente, fale! Quem sabe fazemos uma parte dois sobre o assunto e usamos sua ajuda no conteúdo! Afinal, todo mundo aqui gosta de tiro, porrada e bomba (desde que seja bem feito).
Por Fernando Targino
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