Uma história de amor pelos livros e a arte!
A animação” Teca e Tuti: Uma noite na Biblioteca” de Eduardo Perdido, Tiago Mal e Diego M. Doimo, é o terceiro longa-metragem de stop motion lançado na história do cinema brasileiro, depois de 12 anos de produção!
É uma produção independente, o que nos leva a deduzir facilmente que foi o amor pela arte que manteve o envolvimento da equipe com o projeto. Consequentemente, conseguiu com que outras pessoas agregassem a ele.
12 anos de projeto para levar Teca e Tuti aos cinemas !
Teca e Tuti nasceram no curta “A Traça Teca”, de 2002, projeto de conclusão de curso dos sócios da Rocambole Produções, quando eram alunos de Imagem e Som na UFSCar.
O projeto do longa começou a ganhar forma em 2006 com o “Programa de Fomento ao Cinema Paulista do Governo do Estado de São Paulo” que financiou o desenvolvimento inicial do projeto. De 2007 a 2011 foram captados recursos através da Lei do Audiovisual, contando como principais investidores SABESP, PETROBRAS e BNDES, e também através do PROAC ICMS, com investimento da LUPO S/A e MINERAÇÃO JUNDU. A produção teve início no final de 2011 com boa parte do orçamento captado.
Ao todo foram 12 anos de produção para concluir o projeto, desde o roteiro até a cópia final. A maior parte do trabalho foi realizado no estúdio de animação da produtora, na cidade de São Carlos – SP.
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Teca e Tuti é ao mesmo tempo intenso e delicado! Um pouco da história
“Teca e Tuti” conta a história de Teca uma traça muito simpática e Tuti seu àcaro de estimação que ao se depararem com os livros, entendem que eles precisam ser preservados. E assim questiona a real necessidade de traças comerem papel.
Teca foi adotada por uma família de traças que mora na caixa de costura da avó de Zico. Ele pega um livro na biblioteca do bairro todos os dias. A avó, sempre que tem uma folga das costuras conta as histórias para ele.
Em paralelo, seus primos e irmãos vão diariamente se alimentar dos livros que Zico leva para casa, e barbante não os satisfazem tanto quanto papel. Levada pela curiosidade Teca acompanha a família numa aventura para buscar alimentos. Queria entender por que papel é tão gostoso.
Dessa forma se depara com as páginas cheias de histórias e passa a se interessar por elas. Volta pelo menos duas vezes por dia para ouvir a avó contar a Zico, num primeiro momento decora; depois aprende a ler. E se depara com um bilhete misterioso que a leva à Biblioteca do bairro.
Em busca de entender o significado dele encontra dois amigos: João Ratão, um rato de biblioteca e Clarice, uma aranha escritora. Ambos cuidam da biblioteca e ajudam Teca a decifrar o bilhete.
Somos surpreendidos pela mudança na técnica de animação, no momento em que Teca começa a descobrir o que há no bilhete. Afinal, o filme é em Stop motion e a partir daí temos animação 2D e iniciamos com Teca e Tuti uma jornada pela imaginação dela e a nossa, com referências à várias histórias infantis.
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Teca e Tuti tem delicadeza nos detalhes
A animação em Stop Motion sem dúvida é o ponto alto do filme
A maior parte da obra foi animada em stop motion, técnica de animação onde tudo acontece através de sequências de fotografias; usando bonecos articulados, em cenários construídos e montados dentro de um estúdio, um verdadeiro set de filmagens em miniatura.
É um processo bastante longo e que exige destreza, habilidade e muita paciência. No qual o animador movimenta os bonecos manualmente e os fotografa quadro a quadro para dar vida a eles, foto a foto, segundo a segundo. Para cada segundo da animação são necessárias 12 fotos (quadros)com os bonecos em poses diferentes. Foram necessárias quase 30 mil fotos para fazer os bonecos andarem, falarem e cantarem.
“Para complicar ainda mais, sempre tivemos a proposta de juntar o stop motion com atores e cenários reais, filmados” – lembra Diego M. Doimo, que também assina a direção com Eduardo Perdido e Tiago MAL. As canções e trilha sonora original foram criadas por Hélio Ziskind. Uma referência entre mães, pais e educadores com sucessos nas séries Cocoricó e Ratimbum, ao lado do músico Ivan Rocha.
Trilha e Cenário
A trilha é um espetáculo à parte! As canções são fáceis e bonitas e “caem como uma luva” nas sequências. O cenário da casa de Teca é de uma riqueza de detalhes encantadora: tem fuxico, amigurumi, botões, bordados,enfim várias formas de artesanato.
Roteiro
O roteiro começa mostrando a insatisfação de Teca em ser uma traça que precisa se alimentar de livros. Isso à leva desde a questionar sua própria identidade de traça, até uma relação de amor com as palavras, construída pelo acesso ao conhecimento, proporcionado pelos livros. A culminância é emocionante e mostra a importância dos laços familiares.
João Ratão e Clarice são personagens que mostram muito bem a relação de amor com os livros: ele ainda não sabe ler, mas ama as histórias; ela preserva e escreve. Ao longo do filme o amor dele pelos livros se multiplica, assim como Clarice também encontra novas possibilidades.
Teca e Tuti: uma noite na biblioteca, emociona com a transformação que os livros podem fazer e como as histórias que nos chamam podem mudar a nossa vida!
O filme está nos cinemas a partir de hoje! Escolha a sessão e vá!
Imagem Destacada: Divulgação/Rocambole Produções (Crédito: Tiago Mal)
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