Entre ensaios e ideias improváveis, nasceu o nome que marcaria gerações
Antes de se tornarem conhecidos pelos shows explosivos, guitarras destruídas e pela criação do gênero rock ópera, os integrantes do The Who eram apenas quatro jovens londrinos tentando encontrar seu som — e até mesmo seu nome. A trajetória que transformou o grupo em um dos pilares da história do rock começou de forma simples, em Acton, bairro operário no oeste de Londres.
Foi lá que Roger Daltrey, ainda adolescente e recém-expulso da escola, formou em 1959 a banda The Detours, que tocava em casamentos e eventos locais. Daltrey era o líder e cuidava de tudo: da parte musical à administração do grupo. Um dia, ele avistou o jovem John Entwistle carregando um baixo pela rua e o convidou para se juntar à banda. Entwistle, por sua vez, trouxe um amigo da escola, Pete Townshend, que logo se tornaria o cérebro criativo e compositor do grupo.
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Nos primeiros anos, o som do The Detours era influenciado por bandas instrumentais como The Shadows e The Ventures, além de pitadas de jazz tradicional. Mas em 1964, os integrantes descobriram que já existia outra banda com o mesmo nome — Johnny Devlin and The Detours — e precisaram pensar rapidamente em uma nova identidade.
Townshend e seu colega de apartamento, Richard Barnes, passaram uma noite inteira fazendo uma lista de nomes possíveis. Entre sugestões como No One e The Group, a que mais se destacou foi The Who — simples, enigmático e sonoro. Townshend chegou a defender “The Hair”, mas Barnes insistiu no que, décadas depois, se tornaria um dos títulos mais reconhecíveis do rock mundial.
Em 1965, a banda lançou “I Can’t Explain”, o primeiro single sob o novo nome, que alcançou o Top 10 das paradas britânicas. A partir daí, o The Who entrou para o panteão do rock com sucessos como “My Generation”, “Substitute” e o épico “Tommy” (1969), um dos álbuns conceituais mais influentes da música moderna.
O impacto foi imediato: Paul McCartney os chamou de “a coisa mais empolgante da época”, John Lennon se inspirou em Pinball Wizard para compor Polythene Pam, e Jimi Hendrix pediu o mesmo set de amplificadores usado por Townshend assim que chegou a Londres. Mais tarde, bandas como Pink Floyd, Queen e The Ramones reconheceriam o The Who como uma de suas maiores influências.
O que começou como uma banda de bairro com um nome provisório acabou se tornando uma força revolucionária na música. E, ironicamente, o nome The Who — uma pergunta em si mesmo — se transformou em uma resposta definitiva para o que é o verdadeiro rock.
Formado por Roger Daltrey, Pete Townshend, John Entwistle e, mais tarde, Keith Moon, o grupo ganhou destaque nos anos 1960, encabeçando com os Beatles e os Rolling Stones a “Invasão Britânica”, com seu som explosivo, letras provocadoras e performances cheias de energia — incluindo o hábito de destruir instrumentos no palco. Com clássicos como My Generation, Baba O’Riley e a ópera rock Tommy, o The Who ajudou a moldar a identidade do rock moderno, influenciando gerações de artistas e se consolidando como uma das bandas mais inovadoras e icônicas do século XX.
Imagem Destacada: Divulgação/Fabio Tito (via G1)
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