Corrupção, marginalização e sexo explodem em cena em um espetáculo repleto de humor ácido
Criada a partir do intrigante texto de Zeno Wilde, autor responsável por conhecidas obras como “Blue Jeans” e “Zero de Conduta”, a montagem de “Sabe Quem Dançou” produzida pela Wallaroo Corp. e conduzida pela a companhia teatral “Os Tocáveis”, sob o comando do diretor Hermes Carpes, chega com uma nova roupagem em sua 21ª Temporada.
Desde que a produção foi assumida por Aimée Borges e Daniel Gravelli (responsáveis pela Wallaroo Corp.), em 2018, a peça tem ganhado novas perspectivas e sutis mudanças que foram notadas e elogiadas pelo público e a imprensa especializada.
“Se faz necessário ao conduzir o espectador à releitura e ao questionamento de suas próprias crenças, de seus valores herdados, do moralismo de ocasião e do preconceito travestido de liberdade de expressão.” (Paulo Sales – Circuito Geral)
Depois de fazer apresentações simultâneas nos teatros Vanucci (Rio de Janeiro) e Ruth Escobar (São Paulo) no ano passado e realizar uma temporada dupla no teatro Jardim Sul, também em São Paulo, nos meses de março e abril passados, a montagem volta com tudo e trazendo ainda mais novidade. Um novo conceito estético foi traçado para a peça, que chega nessa nova temporada com mudanças em sua comunicação visual, trilha sonora, figurino e desenho de luz – levemente inspirados na extravagância das cores néon, que marcaram as décadas de 80 e 90.
Em cartaz a partir do dia 12 de setembro no teatro West Plaza Shopping, em São Paulo, “Sabe Quem Dançou” retorna com Hermes Carpes (“Vai que Cola”), Ronaldo Spedaletti (“Xilindró”), Fábio Bianchinni (“Terra Prometida”) e Pedro Columbelli (“As Bruxas de Salém”) no Elenco. A direção de Carpes volta ainda mais afiada e, dessa vez, conta com a Supervisão Geral do produtor e diretor Daniel Gravelli (“Entre o céu e o Inferno”).
A tragicomédia, ambientada nos anos 80, gira em em torno do expressivo Madonna, um esperto receptador de objetos roubados que ampara “meninos” em sua casa. A narrativa agitada acompanha a vida desse e demais personagens marginalizados diante diferentes problemas da sociedade. Sexo, violência e corrupção explodem no palco através de potentes interpretações que escancaram – com a ajuda diálogos ácidos – as mazelas, personagens, contexto, linguagem e situações que se aplicam perfeitamente aos dias atuais. A postura realista adotada na peça provoca choque e reflexão sobre questões tão conhecidas, mas muitas vezes ignoradas.
Vencedora do prêmio de melhor texto do “Timochenco Wehbi” em 1990 e finalista de melhor texto pelo “Prêmio Shell” em 1991 a elogiada peça, que tinha Clodovil Hernandes (1937-2009) como seu protagonista na época, atravessou décadas sem perder seu significado e importância e, agora, se destaca ainda mais com seu texto forte e imprescindível para momentos como esse que estamos vivendo em nosso país.
Assista um pouquinho da peça no teaser abaixo:
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