Sempre que uma série de ficção científica surge para competir com as clássicas, ela precisa ter um tema que chame atenção ou que gere uma reflexão. “Zoo” é baseado num livro de mesmo nome, escrito por James Patterson e Michael Ledwidge, e questiona o telespectador da seguinte forma:
“Durante séculos, a humanidade tem sido a espécie dominante. Domesticamos animais, os trancamos e matamos por esporte. Mas, e se em todo o mundo, os animais decidirem que basta? E se eles realmente decidirem se defender?”
Podia ser uma adaptação de “A Revolução dos Bichos”, de George Orwell, mas sem um caráter político e sem excluir totalmente os humanos que, no caso de Zoo, são culpados pela revolta animalesca. Na adaptação audiovisual, o protagonista é o biólogo e zoologista Jackson Oz (James Wolk), que percebe um comportamento peculiar nos animais. Junto de seu melhor amigo Abraham (Nonso Anozie), que narra o diálogo citado acima durante a abertura da trama, eles resolvem investigar o que está incitando as feras, para que ataquem os humanos sem nenhum motivo aparente.
Uma figura essencial para desenvolver a trama é a jornalista Jamie Campbell (Kristen Connolly), que investiga uma empresa responsável por produzir medicamentos e também ração, chamada Reiden Global. Porém, não há quem acredite na moça, além do patologista Mitch Morgan (Billy Burke). O grupo também conta com a ajuda da agente de inteligência Chloe Tousignant (Nora Arnezeder), que tenta levar o caso as autoridades.
A grande questão de Zoo está presente na narração de abertura: E se os animais decidirem que basta? Afinal, os mesmos são explorados desde os primórdios, e vão além dos fins alimentícios. Os animais também são utilizados para entretenimento e criação de bens de consumo não duráveis, desde que não sejam os que são domesticados.
Todas essas questões são culturais. Enquanto no Brasil é inaceitável comer animais domésticos, no Alaska o consumo dos mesmos é normal. É chocante, mas o que difere os animais domésticos dos animais selvagens quando falamos especificadamente de alimentação? Há quem siga, então, estilos de vida que evitam o consumo da proteína animal, como o vegetarianismo e o veganismo (onde não se come nenhum derivado de animais, como leite e ovos).
Na série, a maior crítica é o uso de animais para entretenimento, como circos, zoológicos e safáris. Em todos os casos, eles são equivalentes a objetos, que por um valor financeiro, podem ser utilizados para diversão dos humanos. Inclusive, na trama, a primeira reviravolta ocorre em um safári, o que dá a entender que apenas os selvagens poderiam se revoltar, mas aos poucos a trama mostra que os domésticos também possuem suas reivindicações.
Uma das peças chaves é mostrar que a exploração não atinge somente um animal ou uma espécie, mas todos são influenciados pelos abusos cometidos pelos humanos, até os próprios. E, todos os grupos reproduzem bem a metáfora “mexeu com um, mexeu com todos”, que se torna explícita no fim da primeira temporada.
O que a série verdadeiramente parece querer mostrar, é que existem algumas pessoas conscientes do quão maléfica pode ser essa exploração. Ao mesmo tempo, não há um culpado específico, mas sim uma sucessão de atitudes que precisam – ou pelo menos parecem precisar – de um término.
“Zoo” peca somente pelo elenco, que é bem fraco, e por deixar em aberto questões com a promessa de garantir uma próxima temporada, o que tem conseguido até agora. Apesar disso, acerta ao alfinetar o público e merece um certo prestígio, ainda que no Brasil não seja tão conhecida. A série possui três temporadas, e duas estão disponíveis na Netflix e em outros serviços de streaming.
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Excelente post! Você acredita que quando vi o título do post, eu realmente pensei em algo ligado a A Revolução dos Bichos, isso antes de você citar. Me veio realmente a cabeça.
Eu não sabia que no Alaska comiam animais domésticos. Bom que pelo menos as duas temporadas tem na netflix, me interessei pela série, gostaria de assistir, mesmo você dizendo que o elenco é fraco, me deu curiosidade.
Vale a pena assistir sim, Luciana. É uma boa série. 🙂
Nossa que legal eu adoro essas séries e leituras que mostram as diferenças culturais de cada país. É muito estranho saber que lá pode comer esse tipo de animais e que aqui não. Aqui soa até estranho e nojento essas culturas haha
É bem cômico pensar nessas diferenças culturais mesmo, mas acaba sendo bom por outro lado conhecer isso tudo. O importante é sempre respeitar. 🙂
Achei muito boa a proposta da série. Os seres humanos realmente não se dão conta, de como prejudicam os animais por luxos e futilidades. Muito bom uma série abordar esse lado pela visão dos animais… #govegan
Concordo com o seu comentário, Thaís. As pessoas não são realmente conscientes quando o assunto é exploração animal, mas por sorte temos o audiovisual pra nos abrir os olhos um pouquinho, né? 🙂
Nunca havia ouvido falar dessa série, e por mais que não faça o estilo que estou normalmente acostumada, parece trazer uma premissa bastante interessante e com base em sua resenha bateu uma vontade louca de assistir.
Li seu post e passou uma cena na minha cabeça, cada vez que lia era uma cena daquilo que li, já ouvi falar dessa série, mas nunca vi, porém seria bem legal, as pessoas pararem de matar os bichos por puro esporte (acho muita maldade) mesmo o elenco sendo fraco, vou dar um jeito de ver essa série! ótimo post.
Parece que essa série é bem forte mesmo, né? Mas é aquele tipo de produção que é uma sacudida que muitos de nós precisam levar. As pessoas não tem consciência da exploração animal, inclusive há quem pague quantias exorbitantes pra nadar com animais em cativeiro, como os parques da Disney, por exemplo. Quando mais nova, eu gostava de zoológicos, mas depois de entender melhor, passei a não curtir mais. Me sinto mal pelos bichinhos. Ótimo post.
Adorei a sua iniciativa em escrever este post. A verdade é que dá um aperto no coração quando leio as atrocidades que nós humanos cometemos com os animais. Deveriamos colocar a mão na consciência e pensar bem no assunto, Quanto à série não conhecia… vou tentar ver e tirar as minhas conclusões.
BeijinhoBom
Paula Cardoso
Magia nas Palavras ♥
Uall que super indicação. O título é muito chamativo.
Uma pena o elenco não ser la grandes coisas, mas quem sabe se vier uma próxima temporada isso nao melhore ne?
Gosto de series com temas diferentes ♡
Beijinhos e Sucesso!
http://www.segredosdajuhcosta.com
Com certeza, acredito que as renovações de séries são sempre a chance de uma mudança, seja ela benéfica ou maléfica para a trama.
Olá!
Pensei que era alguma adaptação de A revolta dos bichos, já ia ficar “socorro, quero ver”, mas ao ler a resenha eu fiquei chocada. Principalmente com o fato de que a série aborda o uso dos animais no entretenimento. Quero muito conhecer o programa!
Assiste sim, Juliana. É uma boa série, eu também adoro “A Revolta dos Bichos”, acho um excelente livro.
Uma doidera sem fim, é como eu imagino hahaha! Sempre vejo nas sugestões da Netflix mas ainda não peguei pra ver. Agora bateu uma vontade maior de ver hahaha
Realmente, Samantha, se um dia os animais se revoltassem seria uma loucura. Eu não consigo nem imaginar a catástrofe que seria, todavia não descarto essa possibilidade, acredito que a natureza tem começado a se revoltar por agora. Fica o pensamento sobre essa situação e suas consequências.
Gostei muito do Post e também da proposta da série, bem interessante e com um tema diferente e super interessante, acho que planeta dos macacos já da pra nós pensarmos um pouco sobre o assunto, mais a série será muito mais profunda
Alaine, Planeta dos Macacos é super importante quando falamos de abuso de animais, tem tudo a ver sim.
eu sou super fã da série, conheci no início do ano e junto com a minha mamis começamos a assistir, ela tem yma pegada se suspense extraordinária e ficamos com aquela sensação de “qual animal será agora” inclusive tanto da série que eu também fiz uma resenha lá no blog. Temos o mesmo gosto e concordamos sobre elenco!
Oi Lydianne! Eu sinto a mesma coisa vendo a série, é muito suspense mesmo! Gosto bastante da diversidade de animais que é apresentada também, gera exatamente a pergunta de qual animal será o destaque da vez.
Não conhecia essa série mas achei bastante interessante o facto de abordar uma temática tão importante e para alguns ainda delicada. Infelizmente na sociedade actual ainda é considerado normal tirar um animal do seu habitat natural e encarcerá-lo para meros fins de entretenimento. Pergunto-me como seria realmente se algum dia os animais de revoltassem… mas eu sou uma amante de animais e acredito que não devemos tirá-los do seu meio natural e leva-los para um zoo ou aquário porque sim, portanto nesse tipo de séries torço sempre pelos animais. 🙂
Naty, é realmente essa questão que a série propõe, mostrar o abuso dos humanos em relação aos animais, de todas as formas, alimentícias, domésticas e também para entretenimento. Vale a pena assistir a série, já que você se interessa tanto pelo assunto.
Sempre que vejo alguma coisa, sendo filme, novela, série ou desenho onde animais são o centro da história eu já amo antes de assistir. Eu gostei da ideia da série de fazer os animais se revoltarem e também de nos mostrar que o mal que fizemos a um animal não atinge só aquele animal, mas pode atingir também as outras espécies e porque não, nós humanos que nos achamos superiores? Parabéns pela matéria.
Com certeza, Ingrid, se alguém tem que ser culpado são os humanos, pois fomos nós que invadimos um espaço já deles.