Esses filmes brasileiros se tornaram verdadeiros clássicos do cinema
A cultura brasileira é celebrada mundialmente. Sendo uma tapeçaria complexa de diversas outras influências de povos de diversos cantos do mundo, nos tornamos exportadores de cultura. Com grande influência no esporte e na música, no cinema não poderia ser diferente. Segue agora 10 filmes que ganharam o mundo.
Pagador de Promessas

Primeiro filme brasileiro a ganhar a Palma de Ouro, o “Pagador de Promessas” é um caso extremamente interessante quando discutimos o olhar estrangeiro e o olhar patriota para com a cultura brasileira. Na obra, Zé do Burro carrega em suas costas uma pesada cruz de madeira após fazer uma promessa para que seu asno de estimação se recupere de um raio que o atingiu, como forma de agradecer a sua santa.
Na época, a obra de Anselmo Duarte (que não tinha sequer experiência com a direção cinematográfica, tendo trabalhos anteriores como ator de chanchadas) foi recebida pelos críticos e por outros cineastas como “antiquada” por não seguir a “onda” do cinema novo brasileiro, que se apoiava nos traços estilísticos da nouvelle vague francesa.
O filme também foi indicado ao Oscar de filme estrangeiro, mas não levou a estatueta para casa.
Deus e o Diabo na terra do Sol

E falando sobre o Cinema Novo, nessa lista não poderia faltar a obra máxima de Glauber Rocha. “Deus e o Diabo na Terra do Sol” é um dos grandes representantes do movimento, e foi indicado pelo governo brasileiro de 64 para disputar o festival de cannes no mesmo ano.
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Vidas Secas

Dirigido por Nelson Pereira dos Santos, o longa baseado no livro de Graciliano Ramos foi lançado no mesmo ano que “Deus e o Diabo…” e foi convidado para ser exibido em Cannes. Ambos os filmes pertencentes do mesmo movimento cinematográfico disputando pelo maior prêmio do cinema somente demonstra a relevância que a visão cinematográfica brasileira e a cultura brasileira tinham atingido durante os anos sessenta.
À meia noite levarei a sua alma

Servindo de referência para uma das cenas mais importantes de “Cidadão Kane”, “À meia noite levarei a sua Alma” inicia a carreia de José Mojica Marins, conhecido como Zé do Caixão. O personagem se tornou ícone do folclore moderno brasileiro. O trabalho de Mojica conquistou o coração, e a alma, de todos os fãs do gênero de terror. E sua obra, que esse ano completa 60 anos, continua relevante até hoje
Cabra marcado pra morrer

Na mesma época em que filmes brasileiros eram celebrados internacionalmente, o golpe militar de 64 era instaurado, e obras que iam de encontro ao governo eram censurados ou sofriam duras represálias. Sempre sendo colocado como um dos melhores documentários do cinema mundial, “Cabra marcado pra morrer” é a melhor representação para essa situação.
O documentário que demorou mais de duas décadas para ser concretizado originalmente era um longa que contava a história de João Pedro Teixeira, líder da liga camponesa em Sapé que foi assassinado por latifundiários. Suas filmagens foram interrompidas em 1964 pela ditadura militar, e Eduardo Coutinho, diretor do filme, retornou 20 anos depois para a cidade para registrar o quê aconteceu com os principais participantes do filme perdido.
A habilidade e a perseverança de Coutinho são inspiradoras, e utilizando das diversas dificuldades do filme ao favor da mensagem que queria passar, ele nos entrega uma aula de como fazer cinema.
Central do Brasil

Clássico do cinema nacional, “Central do Brasil” é um dos filmes mais celebrados internacionalmente. Tendo sido lançado durante o festival de Berlim, ganhou o prêmio principal da competição, além do Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro.
Um dos principais motivos para o reconhecimento atingido pela obra é mérito do trabalho brilhantemente executado pela atriz principal. Fernanda Montenegro recebeu um urso de prata no mesmo festival por sua atuação na obra de Walter Salles. E logo após, foi indicada para melhor atriz no Oscar, sendo garfada por Gwyneth Paltrow. No mesmo ano, Meryl Streep, Emily Watson e Cate Blanchett estavam disputando pelo prêmio.
Apesar dos pesares, o filme mesmo após mais de 25 anos de sua estreia, continua extremamente relevante. Desde então não saiu do imaginário estrangeiro, definindo um importante traço da cultura brasileira.
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Cidade de Deus
O filme brasileiro mais assistido de todos os tempos. Impossível não falar de “Cidade de Deus” quando se entra no tópico cinema nacional. Com cenas icônicas, falas marcantes e interpretações espetaculares, o filme alcançou um sucesso absurdo, e com certeza se tornou um clássico mundial. Atualmente, o filme será relançado mundialmente, sendo exibido pela primeira vez no Oriente Médio.
Limite

Um dos primeiros filmes a serem gravados no Brasil, “Limite” é um filme preto e branco e completamente sem falas dos anos 30. Restaurado em 2007 pela World Cinema Foundation, instituição fundada por Martin Scorsese, voltou ao imaginário popular, e é tido como um dos primeiros filmes experimentais, mesmo que o termo nem existisse na época. Mário Peixoto faz um retrato da condição humana através de uma inteligente montagem e narrativa única.
Tropa de Elite
Tendo sido o primeiro filme brasileiro a ser pirateado antes mesmo de sua estreia, “Tropa de Elite” foi amplamente distribuído por entre os camelôs do Brasil. Atingiu grande destaque nacionalmente, e após ganhar o urso de ouro em 2008, também o atingiu internacionalmente.
Que Horas Ela Volta
Tendo feito circuito internacional antes de sair para os cinemas nacionais, “Que Horas Ela Volta?” estreou no festival de Sundance, premiando Regina Casé pelo seu papel. O longa foi nomeado como um dos melhores filmes internacionais do ano de sua estreia, e entrou para a lista de filmes mais relevantes do cinema nacional.
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