30 Anos de A Viagem | Uma Novela Que Levou Fé e Esperança

História de A Viagem conecta com dores e lutas humanas para levar conforto e consolo

“A Viagem” completa 30 anos em 2024 e ainda é uma novela presente na memória de muita gente. A primeira versão é de 1975 e foi um sucesso estrondoso. Porém, o remake exibido em 1994 marcou o público profundamente. Não importa se você viu na época da exibição às 19h, ou viu depois nas reprises, ou até mesmo no Globoplay em sua versão completa, a verdade é que durante esses 30 anos da produção diferentes pessoas no Brasil e no mundo acabou tendo uma história com essa novela (cá entre nós eu também).

A obra completa 30 anos e vai ser reprisada novamente pelo canal Viva, a partir de 21 de abril, como comemoração

Nessas três décadas muitas coisas mudaram, mas pelo menos uma se manteve: a necessidade de consolo, conforto e de receber uma mensagem positiva sobre fé e espiritualidade, independente da sua crença religiosa.

A novela é declaradamente espírita e isso é trazido à tona, o tempo todo; seja nas falas de Alberto, nas passagens do Plano Espiritual, enfim. Mas, ainda assim, não tem caráter proselitista nem panfletário, apenas mostra o Espiritismo como forma de consolo e entendimento sobre as situações da vida. Cá entre nós, consolo e entendimento são necessidades humanas supra-religiosas.

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Relembre um pouco da história

O núcleo principal é a família da Diná (Cristiane Torloni). Ela uma mulher madura casada com Théo (Maurício Mattar) um homem um pouco mais jovem e pais de uma menina. Sócia da cunhada Andrezza (Thais de Campos) na Locadora.

Contextualização de época: nos anos 90 não existiam os streamings, a graça era pegar vários filmes em VHS na sexta e devolver na segunda, sempre lembrando de rebobinar (sim, eu sou dessa época).

Estela (Lucinha Lins) é irmã de Diná e foi abandonada pelo marido Ismael (Jonas Bloch) cria a filha Bia (Fernanda Rodrigues) sozinha e não revelou o passado sombrio do pai à adolescente. Raul (Miguel Falabella), também irmão de Diná, é casado com Andrezza e sem filhos, mora com a sogra D. Guiomar (Laura Cardoso). Alexandre (Guilherme Fontes) o irmão mais novo, sempre em busca de novas emoções e, claro, a matriarca D. Maroca (Yara Cortes), que fica aos cuidados de Diná e Theó. Alexandre também mora com eles. Estela, Bia, Raul e Andrezza visitam com frequência

Também tem a família do Otávio (Antônio Fagundes), um advogado viúvo que cria os 2 filhos com a ajuda dos empregados (leia-se aqui, atualmente, rede de apoio). Todo mundo teve ou conheceu algum músico que mora com os pais, luta pelo sucesso, mas vive sem grana. Qualquer semelhança com o Zeca (Irving São Paulo), irmão da Lisa (Andrea Beltrão) namorada de Alexandre no início da história, não é coincidência.

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A Viagem fala sobre as perdas além da morte

Além disso, o fio condutor da história é a morte de Alexandre. Afinal, boa parte dos acontecimentos no núcleo principal, ocorrem por interferência dele; no plano espiritual, após a morte. A perda de entes queridos também é um tema universal. Porém, a morte não é o único tipo de perda em A Viagem. Há outras, por exemplo: 

• Carmem (Suzy Rego), amiga de Lisa, por exemplo, sofre calada a perda de um amor. Estava noiva quando o noivo some. Anos depois descobre o paradeiro dele. 
• Bia, filha de Estela, perde as ilusões sobre o pai, mesmo em negação, a partir de diversos acontecimentos e foge.
• Diná passa pelo divórcio de Théo e depois perde a luta para  manter Otávio vivo (desde o início se sabe de uma doença mas não foi identificada).
• Tato (Felipe Martins), filho mais velho de Otávio, fica desnorteado com a morte do pai e suscetível à má influência de Alexandre. 

Tais situações são verossímeis e se já não aconteceram podem acontecer com cada um. Afinal, desilusões amorosas e familiares, bem como sofrer pela morte de alguém, são fatos ordinários que nos afetam.

Entrosamento e escalação do elenco de A Viagem renderam risadas e memórias

O núcleo da pensão é um caso à parte e sem dúvida o mais engraçado da novela: Cininha (Nair Belo) que ama Tibério (Ary Fontoura) que ama Estela, que aparentemente não ama a ninguém, até assumir o que sente por Alberto (Cláudio Cavalcanti); e finalmente, correspondê-lo. Além de Fátima (Lolita Rodrigues) que implica com Sininho e vice-versa.

A escalação é primorosa! Você consegue conceber Diná que não seja a Cristiane Torloni, Otávio sem ser Fagundes e Alexandre sem ser Guilherme Fontes? Assim como todos os demais personagens.

Isso sem contar com a conexão de todos. Em uma live na pandemia Lucinha Lins contou que numa cena de chá com Torloni o texto foi totalmente improvisado na emoção do contexto.  Elas eram irmãs com telepatia (eu ficava tentando fazer o mesmo com uma amiga, claro dava errado. rsrs)

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O que sabemos sobre os 30 anos da Viagem

Há a previsão de um especial com parte do elenco a ser exibido no Canal Viva. Alguns atores já confirmaram, segundo o Notícias da TV do UOL.

Outra informação que circula é a possibilidade de um filme baseado na história da novela. Em entrevista ao Splash do Uol, Guilherme Fontes falou por alto:

O ator contou que já conversaram com ele, mas aguarda o roteiro. Ao ser abordado sobre a onda de remakes atualmente, o ator, que está no elenco da série do Globoplay como o empreiteiro corrupto Jorge, falou das produções regravadas, entre elas “A Viagem”. “Acho fantástico, mas não vai ser um remake, mas um longa-metragem. Até já conversaram comigo um pouco. Estamos aguardando o roteiro para ver como é a história, mas é filme”, declarou.

Trecho da entrevista de Guilherme Fontes para o Splash

Já foi levantada a possibilidade de um remake, mas ao que tudo indica o projeto do remake foi cancelado pela Globo e parece que se trata do filme como Guilherme Fontes disse acima.

Agora é aguardar as novidades!

_{Imagem Destacada: Divulgação/Rede Globo}