Depois da dobradinha (lindona) do Maroon 5 no festival, o dia 17 deu sequência às boas vibes em uma tarde/noite de músicas de muita qualidade. Shows engajados, emocionantes… Um dia para sentir a música com o coração e se arrepiar a cada 10 minutos. Não só por estarmos diante de grandes nomes da música nacional e internacional – que acompanham boa parte do público desde a adolescência –, nem só pela qualidade do som, mas (e especialmente) por todas as causas defendidas com tamanha competência.
A tarde começou com atrações incríveis no palco Sunset – arriscando dizer que algumas dignas de palco mundo. Certamente um dos pontos altos do dia (e aí coloque todos os shows na equação) foi a performática e corajosa apresentação de Johnny Hooker. Com direito a troca de figurinos (um mais bafo que o outro) o show começou com sucessos do artista como a música “Alma Sebosa”, que foi seguida pelo coro da galera. A primeira convidada do show foi Liniker, que junto com seus Caramelows já entrou em cena arrebatando com “Louise du Brésil”. Cantando em seguida outros sucessos como “Zero”, reforçou ao público toda sua afinação e potência. Antes que a convidada deixasse o palco Liniker e Hooker – na melhor forma de protesto possível – deram um beijo enquanto no telão se exibia a frase “Amar sem temer”. Essa frase emblemática foi seguida do triste dado que diz que o Brasil é o país que mais mata LGBTS no mundo (1 a cada 25 horas). Um coro de “Fora Temer” acompanhou esse trecho tão simbólico e de resistência.
Almério foi o segundo convidado de Hooker, com uma pegada regional repaginada foi uma grata surpresa aos que ainda não conheciam o seu trabalho. Ao final do show Liniker retornou ao palco e juntos os três cantaram (o hino) “Não recomendado”, em um ato em defesa da causa LGBT. Em tempos tão controversos, onde a homossexualidade passa a ser encarada como “doença” dentro de uma retrógrada e perversa lógica, nomes capazes de “meter os pés na porta” enchem o coração de esperança.
Outro grande show da noite foi protagonizado por Maria Rita, que em uma pegada bem Jazz fez uma apresentação lenta e de muita qualidade. Nile Rogers e Chic apresentaram, já no intervalo do palco Mundo, um espetáculo divertido e envolvente. Bom para ouvir e bom para dançar!
O palco Mundo foi aberto pelo Frejat em um show sem muita margem para erro: Com sucesso atrás de sucesso o cantor fez jus a ser a abertura da noite. Arrancando do público coros ininterruptos, foi uma bela apresentação! Na sequência a banda estadunidense Walk the Moon – desconhecida por muitos da plateia – mostrou seu valor em cena, em um show animado e aderente ao clima deste terceiro dia “good vibes”.
E após ao show de luzes dos Drones, Alicia Keys subiu ao palco mundo com seu piano, sua voz, seus cabelos de boxbraids neon, seu belíssimo macacão de pedrarias e sua atitude engajada. Em um espetáculo com tantos sucessos de sua carreira, a cantora surpreendeu ao público mais de uma vez! O show começou com canções mais lentas, que a bela cantou sentada ao seu piano e acompanhada de sua banda, com musicalidade impecável. Certamente “Kill your Mama” foi o momento mais emblemático do show, da noite (e quiçá será de todo o festival). Acompanhada de Pretinho da Serrinha, a letra que fala sobre os abusos humanos sobre a natureza foi o palco para dar voz à índia Sônia Guajajara, que com propriedade falou sobre o decreto que define que 45 mil metros quadrados (contendo áreas de preservação e terras indígenas) do território amazônico estão à disposição da mineração… Informação que empresas estrangeiras já possuíam meses antes do dito decreto. Com apelo de acesso ao #342Amazônia, Sônia novamente trouxe à tona o coro de “fora Temer” (amplificado).
O show seguiu um tom crescente, e para ser a cereja do bolo, o Dream Team do Passinho também subiu ao palco com Alicia para nos presentear com swing e talento. Um show realmente memorável.
Fechando a noite o cantor Justin Timberlake mostrou (novamente) ao Rio porque sua carreira é tão longa e consistente. O clima sensual e envolvente do show alternavam espaço com todo o carisma e “fofura” do cantor com seus fãs (para os quais deu autógrafos e tirou fotos). Não faltaram sucessos como “Suit & tie”, “Future sex/love sound”, “My love”, “Summer love” e “Whats goes around…/… comes around” garantiram o ritmo acompanhado por um público entusiasmado. O cantor apresentou sua nova música “Drink you away” e encerrando “naquele clima de romance que acelera o coração” “Mirror” fechou a terceira noite do festival… E todos voltamos para casa levitando.
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