Conheça 5 livros perfeitos para ler num final de semana ou sair de uma ressaca literária
Muitas pessoas acreditam que para que o livro seja bom, ele precisa ser o que chamamos de “calhamaço”, mas isso está longe de ser verdade. Para comprovar isso, separamos 5 livros renomados com menos de 200 páginas que conquistam qualquer um!
Confira a lista completa abaixo:
A hora da estrela – Clarice Lispector (88 páginas – Rocco)
Clarice Lispector é uma autora de muitos clássicos da literatura brasileira, e o principal é “A hora da estrela”, protagonizado por uma das personagens mais ilustres e conhecidas da literatura nacional:
“A nordestina Macabéa, a protagonista de “A hora da estrela”, é uma mulher miserável, que mal tem consciência de existir. Depois de perder seu único elo com o mundo, uma velha tia, ela viaja para o Rio, onde aluga um quarto, se emprega como datilógrafa e gasta suas horas ouvindo a Rádio Relógio. Apaixona-se, então, por Olímpico de Jesus, um metalúrgico nordestino, que logo a trai com uma colega de trabalho. Desesperada, Macabéa consulta uma cartomante, que lhe prevê um futuro luminoso, bem diferente do que a espera.
Clarice cria até um falso autor para seu livro, o narrador Rodrigo S.M., mas nem assim consegue se esconder. O desejo de desaparecimento, que a morte real logo depois consolidaria, se frustra.”
José Castello (Jornalista, escritor e Mestre em Comunicação pela UFRJ)
Olhos d’água – Conceição Evaristo (116 páginas – Editora Pallas)
Considerada atualmente como uma das maiores escritoras contemporâneas, Conceição Evaristo trabalha com as palavras de maneira dilacerante e apresenta a realidade de forma crua, capaz de comover qualquer coração que se atreva a ler uma de suas obras, principalmente a coletânea de contos “Olhos d’água”.
“Sem sentimentalismos, mas sempre incorporando a tessitura poética à ficção, seus contos apresentam uma significativa galeria de mulheres: Ana Davenga, a mendiga Duzu-Querença, Natalina, Luamanda, Cida, a menina Zaíta. Ou serão todas a mesma mulher, captada e recriada no caleidoscópio da literatura em variados instantâneos da vida? Elas diferem em idade e em conjunturas de experiências, mas compartilham da mesma vida de ferro, equilibrando-se na “frágil vara” que, lemos no conto “O Cooper de Cida”, e a “Corda bamba do tempo”.
Em Olhos d’água estão presentes mães, muitas mães. E também filhas, avós, amantes, homens e mulheres – todos evocados em seus vínculos e dilemas sociais, sexuais, existenciais, numa pluralidade e vulnerabilidade que constituem a humana condição. Sem quaisquer idealizações, são aqui recriadas com firmeza e talento as duras condições enfrentadas pela comunidade afro-brasileira.”
Editora Pallas
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A metamorfose – Franz Kafka (96 páginas – Companhia das Letras)
Boa parte das obras de Franz Kafka provoca o leitor com temas como alienação, brutalidade física e psicológica, conflitos familiares e alegorias absurdas. No caso de “A metamorfose”, há uma mistura de tudo isso quando o personagem principal misteriosamente se transforma em um inseto gigantesco.
“A metamorfose é a mais célebre novela de Franz Kafka e uma das mais importantes de toda a história da literatura. Sem a menor cerimônia, o texto coloca o leitor diante de um caixeiro-viajante – o famoso Gregor Samsa – transformado em inseto monstruoso. A partir daí, a história é narrada com um realismo inesperado que associa o inverossímil e o senso de humor ao que é trágico, grotesco e cruel na condição humana – tudo no estilo transparente e perfeito desse mestre inconfundível da ficção universal.”
Editora Companhia das Letras
A palavra que resta – Stênio Gardel (160 páginas – Companhia das Letras)
“A palavra que resta” é o livro de estreia de Stênio Gardel, que demonstra sua exímia habilidade na escrita, mesmo com seu pouco tempo dentro do mercado editorial. Em 2023, o livro ganhou o prêmio National Book Award de melhor obra traduzida de literatura, com sua narrativa poderosa sobre a dor da exclusão e as contradições de um homem gay no meio do século XX.
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“Aos 71 anos, Raimundo decide aprender a ler e a escrever. Nascido e criado na roça, não foi à escola, pois cedo precisou ajudar o pai na lida diária. Mas há muito deixou a família e a vida no sertão para trás. Desse tempo, Raimundo guarda apenas a carta que recebeu de Cícero, há mais de cinquenta anos, quando o amor escondido entre os dois foi descoberto. Cícero partiu sem deixar pistas, a não ser aquela carta que Raimundo não sabe ler — ao menos até agora.
Com uma narrativa sensível e magnética, o escritor cearense Stênio Gardel nos leva pelo passado de Raimundo, permeado de conflitos familiares e da dor do ocultamento de sua sexualidade, mas também das novas relações que estabeleceu depois de fugir de casa e cair na estrada, ressignificando seu destino mais de uma vez.”
Companhia das Letras
Relato de um certo oriente – Milton Hatoum (152 páginas – Companhia de Bolso)
O romance de estreia de Milton Hatoum, mistura lembranças do Oriente, mais especificamente da Turquia, com as do Amazonas, onde a família protagonista se instalou posteriormente, nos inserindo num fluxo de consciência contínuo dentro da mente de diversos personagens. Essa narrativa e envolvente ganhou o prêmio Jabuti de melhor livro, em 1993, marcando a história do autor, hoje consagrado pela academia.
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“Após um longo período de ausência, uma mulher regressa a Manaus, cidade de sua infância. Deseja encontrar Emilie, a extraordinária matriarca de uma família libanesa há muito radicada ali. Encontra a casa desfeita – como desfeitas para sempre estão as casas da infância. Situado entre o Oriente e o Amazonas, este relato é a busca de um mundo perdido, que se reconstrói nas falas alternadas das personagens, longínquos ecos da tradição oral dos narradores orientais. Com o sopro das obras que vieram para ficar, Relato de um certo Oriente apresenta ao público o talento de um escritor, a força de seu texto envolvente e, sobretudo, lírico. Recebeu em 1990 o Prêmio Jabuti de Melhor Romance e já foi publicado em vários países da Europa.”
Companhia das Letras
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