Entre os gêneros do cinema, a ficção científica é sem dúvidas o que mais suscita a imaginação e a projeção de até onde a humanidade pode chegar.
Criatividade, ceticismo, pessimismo, dilemas éticos, desesperança ou esperança num amanhã melhor, inovações científicas, tecnológicas e projetos imaginativos…
Quase tudo cabe como conceito e ideias nesses filmes, para explorar o futuro além do alcance da nossa visão e nosso mundo atual, por isso trazemos uma lista com algumas dessas obras que exploraram temos complexos e possibilidades futurísticas no gênero de ficção científica no Cinema.
2001 – Uma Odisseia no Espaço – 1968 – A epítome do clássico filme de ficção científica começa ao ritmo de uma valsa, trazendo a evolução da humanidade na exploração espacial em uma cena belíssima, sublime e simbólica do que seria um encontro com uma forma de vida superior à humana.
Há cenas icônicas como do símio descobrindo uma arma que se mescla a outra de evolução da humanidade chegando ao espaço num um balé de séculos em minutos.
O mistério do monolito negro, incrustado na terra e claro, Hal 9000, o computador ultra avançado de inteligência artificial que controla todas as funções da nave e é representado por câmeras e mesmo criado pelo homem, em algum momento, se volta contra a sua criação por imaginar e chegar à conclusão, que é o melhor para missão.
Uma quebra de paradigmas que transforma esse filme dirigido pelo saudoso gênio Stanley Kubrick em uma obra prima com uma trilha sonora grandiloquente, se tornou definitiva e referência do gênero .
Startrek – 1979 – surgida como uma série de tv no final dos anos 60 pelo criador Gene Roddenberry, o filme traz à tela grande as continuações das histórias da Frota Estelar do intrépido capitão James T. Kirk, seu imediato o Dr. Spock (um Vulcano) e toda uma gama de humanos notáveis, no retrato da humanidade que deu certo, onde em nosso planeta não há mais guerra, fome nem doenças, o que nos permite partimos para a exploração do Universo, conhecendo novos planetas e consequentemente outras raças.
Otimista e divertida, essa saga cinematográfica teve até o momento 13 filmes entre a turma clássica, a Nova Geração e o reboot, com diversas séries derivadas em tv e streaming, de grandes aventuras em sua maioria mostrando todo potencial da raça humana para resolver conflitos e promover a paz no Universo.
Blade Runner – O Caçador de Androides – 1982 – há época um clássico incompreendido, gerando fracasso e prejuízo ao estúdio, esse farol da ficção cientifica foi se tornando aos poucos a obra prima que nasceu para ser em tempos que não estávamos preparados para toda revolução trazida por esse filme.
Androides humanoides renegados, o que significa ser humano, a busca pela sobrevivência em uma sociedade desigual, um planeta devastado por catástrofe climática, a globalização da civilização os primeiros conceitos do cyberpunk que veríamos muito a seguir…
Está tudo aqui, embalado por uma história policial noir, protagonizada pelo lendário ator Harrison Ford, um detetive contratado para localizar (caçar), androides fugitivos de uma colônia espacial, onde trabalhavam como mão de obra escrava, que por necessidade voltam à Terra para localizarem seu criador e com isso mais tempo de vida, pois tem prazo de validade.
Em um mundo que os teme e odeia, esses quatro espécimes não se detém por nada para alcançar seus objetivos e cabe à Deckard, o implacável policial localizá-los em meio a dúvidas existenciais que através dos anos foram melhorando em cada versão que o diretor Ridley Scott iria lançando no mercado de home vídeo, com algumas cenas inéditas, nova contextualização e até a retirada da narração que marcava a veia noir do filme.
Um filme a se redescobrir a cada vez que em que a pessoa assiste.
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Denis Villeneuve, diretor dos atuais “Duna”, dirigiu uma continuação direta dessa história em 2017, que atualiza alguns temos e traz de volta Harrison Ford a mais um de seus icônicos personagens cinematográficos.
E.T – O Extraterrestre – 1982 – a mais emocionante aventura do mestre Steven Spielberg, traz a história do garoto comum de um subúrbio americano, que encontra em seu barracão/garagem um ser de outro planeta abandonado na Terra por acidente, passa a abrigá-lo e a lhe ensinar como sobreviver em nosso planeta.
Se naqueles tempos na maioria das vezes nos filmes, todo extraterrestre que não se parecia com humanos eram os vilões, Spielberg transformou esse ser diferenciado criado pelo lendário designer Carlo Rambaldi, em um ser de pura empatia e magia.
“E.T” como é chamado, traz as melhores características que se espera de qualquer ser humano seja ele adulto ou criança, tem alguns “poderes especiais” e junto com seu amigo Elliot, nos mostram que não importa de qual planeta se faz parte, mas empatia, coragem, companheirismo e amizade cabem em qualquer lugar do Universo.
Impossível não se emocionar em diversas partes desse filme e se admirar com a inesquecível e maravilhosa trilha sonora do maestro John Willians, aqui se consolidando como o melhor parceiro de Steven Spielberg, uma dupla que até hoje é considerada uma das melhores do Cinema.
Matrix – 1999 – a revolução chega às telas do Cinema nessa aventura inspirada e que expande os conceitos do cyberpunk, trazidos antes magistralmente no longa metragem em animação japonês “Ghost in The Shell” de 1995.
Artes marciais, filosofia, crítica social, humanidade, individualidade…
Tudo cabe na aventura de Neo, um hacker que sem saber, é disputado por duas frentes compostas pelas máquinas que escravizam a humanidade e os rebeldes que estão à procura do Escolhido, aquele que nos libertará dessa ditadura eletrônica.
Interpretado pelo icônico e gente fina, Keanu Reeves e por elenco perfeito até nos coadjuvantes, roteiristas e diretoras, as irmãs Wachowski criaram o que viria ser a epítome do filme pop com substância, sendo pelos efeitos visuais revolucionários impressionantes até hoje, pelo clima de urgência e aventura, tanto pelos conceitos filosóficos que mais uma vez nessa lista, faz uma pergunta primordial: o que é ser humano?
Teve três continuações, até hoje e por muitos anos, será um marco na ficção científica que se adiantou no conceito de estarmos vidrados em nossos dispositivos eletrônicos e na dependência que a humanidade passou a ter desses aparelhos.
Um marco e um triunfo cinematográfico.
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Interestelar – 2014 – o roteirista e diretor Christopher Nolan se inspirou (e muito) no primeiro filme da nossa lista, para contar essa história do astronauta Cooper vivido por Matthew McConaughey, que por termos exauridos as reservas naturais do planeta e na eminência de um colapso, tem que deixar a Terra e seus filhos para viajar em complexos e imprevisíveis buracos de minhoca para encontrar um novo lugar para que a raça humana não seja extinta.
Aqui temos o auge de Nolan como um grande realizador técnico, mas agora voltado para grandes questões humanas em um grande mistério estelar entre dimensões, que nos faz pensar para onde estamos indo em termos de raça humana e o que podemos alcançar se realmente evoluirmos com espécie.
Questões de passado, futuro, presente, vida, morte e legado são desfilados por imagens e sons hipnotizantes, carregados pela trilha imagética de Hans Zimmer, que traz todo clima estranheza, sensibilidade e o drama de uma aventura que pode significar nossa última esperança para sobrevivermos como espécie.
Com um grande e afiado elenco, capitaneado por McConaughey em sua melhor fase, é uma das viagens mais instigantes e belas da ficção científica no Cinema.
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