Primeiro de Abril já se foi, mas é interessante abordar como o ato de mentir, é praticamente inerente à condição humana.
Pode ser algo bem simples como inventar uma desculpa para não ir a uma festa ou um encontro familiar, até para esconder os mais sombrios atos e segredos que uma pessoa não quer revelar a ninguém.
Como definição, é o oposto da verdade e segue sendo um dos maiores mistérios de psique humana, por isso abordaremos alguns filmes em que a mentira é inerente à história e o motor principal no seu desenrolar.
“Pinóquio” – 1940
Poucas são as crianças que nunca ouviram que ao mentir, o nariz cresceria…
O clássico desenho da Disney, trata a mentira como uma rede de consequências que envolve não só o personagem principal, como todo seu entorno e move a história para momentos lúdicos e emocionantes.
A história de Pinóquio, ensina metafórica e literalmente que para ser “de verdade”, um termo que hoje está em voga, precisamos passar pelos obstáculos da vida de forma mais honesta não só em nosso benefício, mas também por quem nos cerca, seja quem for.
É possível medir a força de um divisor de águas, quando ao longo de décadas são realizadas diversas releituras dessa história.
“O Mentiroso” – 1997
O Ator Jim Carrey estava no auge da popularidade, ao protagonizar essa comédia de grande sucesso, sobre um advogado que defende seus clientes no tribunal à base de mentiras e manipulação dos fatos.
Até que ao faltar mais uma vez a um compromisso no dia do aniversário seu filho tendo prometido que iria, o pequeno Max faz o desejo de que seu pai não minta por 24h.
Neste pequeno intervalo de tempo, Fletcher, o personagem de Carrey, assim como seu contemporâneo de tela, Pinóquio, acaba enfrentando as consequências de uma carreira agora baseada em mentiras, falácias e decidir o que vai fazer para fazer as pazes com seu filho e se manter em sua profissão no escritório de advocacia onde trabalha e almeja crescimento profissional.
“O Auto da Compadecida” – 2000
Uma verdadeira obra de arte, um clássico, mais um de Guel Arraes na sua esplêndida carreira, adaptando um conto de Ariano Suassuna, que em dezembro desse ano terá continuação, contando a história de dois sobreviventes no sertão nordestino, João Grilo e Chicó, que vivem de mentiras e golpes para sobreviver à seca e à fome.
Um perfeito exemplo de que embora mentir seja errado, nesse caso o uso é para sobrevivência em um vilarejo que emula outros lugares pelo Brasil e do mundo, que podem ser inclementes aos mais necessitados e que às vezes, a mentira pode ser o último recurso para ao menos, sobreviver.
“Prenda-Me se For Capaz – 2002”
E agora, um mentiroso da vida real…
Steven Spielberg com sua maestria familiar, traz a romantização no cinema da vida de Frank Abagnale Jr., com Leonardo Di Caprio em um grande momento, como o mentiroso compulsivo que aos 18 anos já tinha enganado pessoas nas profissões de médico, advogado, co piloto, etc, nos inocentes anos 60, aplicando golpes milionários em grandes empresas e perseguido pelo resiliente agente do FBI interpretado por Tom Hanks.
A direção, o elenco, a ambientação e a rica história de Frank, compõe um mosaico do interessante estudo de personagem contrastando com a inocência de um mundo pré golpes digitais onde hoje, os fraudadores não tem rosto e às vezes nem corpo, pois pode se constituir em um simples programa computador.
“Amor por Contrato” – 2010
Uma crítica mordaz ao consumismo de ontem, hoje e sempre, esse filme merece ser conhecido pelo conceito de marketing que traz um bordão cunhado pelos brasileiros: família de comercial de margarina.
É exatamente o que projetam os Jones, porém aí vai o twist que o diferencia de outros filmes: eles são uma família criada, “montada”, para se infiltrarem em um conjunto residencial de pessoas muito ricas e estimulá-los a consumir os produtos das empresas patrocinadoras.
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Uma ideia que não é muito longe da realidade e que claro, traz consequências imprevisíveis, pois o caldeirão ainda envolve pressão por metas e afeta economicamente e psicologicamente a maioria dos envolvidos, desde os “membros da família” até os seus vizinhos aos quais causam inveja por suas posses e seu estilo de vida abastados.
Um verdadeiro alerta a quem literalmente, tem a mentira como emprego.
“Parasita” – 2019
O único filme estrangeiro vencedor do Oscar de Melhor Filme (e de Filme Internacional no mesmo ano!), foi a coroação pela Indústria do talento do cineasta sul coreano Bong Joon-Ho, que faz paralelo com o filme O Auto da Compadecida no sentido da mentira como sobrevivência, conta a história da família Ki-Taek, de classe considerada inferior na capital Seul, que se vale de esquemas e principalmente de mentiras, para se infiltrar na residência de uma família milionária.
Como os Ki-Taek estão desempregados, vivendo em um porão com perigo de alagamento, escalam cada vez mais suas artimanhas, mas seus planos desencadeiam em acontecimentos imprevistos e que podem ser devastadoras para as duas famílias.
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