Projeto traz ex-integrantes do Dire Straits e promove a experiência dos shows da clássica banda
Os fãs brasileiros de rock têm que lidar com algumas frustrações no que tange a shows bandas de rock lendárias por aqui. Juntamente com Beatles, Led Zeppelin, Pink Floyd está o Dire Straits. E não é por acaso que o Dire Straits Legacy, projeto que une músicos italianos a ex-integrantes do conjunto capitaneado por Mark Knopfler tem sido presença constante por aqui. O sucesso do DS no Brasil é inegável e a única oportunidade de vermos, pelo menos parte da banda foi em 1996 quando Knopfler se apresentou no país, já em carreira solo, inclusive no mesmo Qualistage (que ainda se chamava Metropolitan), palco do show no Rio de Janeiro ontem (26).
Se atualmente já se discute o futuro do rock na forma de bandas cover (ou “experience”, como alguns gostam de denominar), não há como refutar o sucesso dessas empreitadas junto ao público, sobretudo o que não teve a oportunidade de conferir o original. Os gigantes estão envelhecendo e se retirando de cena, outros como Knopfler se recusam a retomar a banda que os fizeram famosos, então por que não oferecer uma experiência de vivenciar shows clássicos?
Cover sim, mas com muita autoridade
Vale ressaltar que o Dire Straits era uma constante dança das cadeiras, mas tinha como base fixa, além de Mark Knopfler, seu irmão, David Knopfler (guitarra e vocais de apoio), Pick Withers na bateria e percussão e o baixista John Illsley, único que vivenciou junto com Mark o auge com o disco “Brothers in Arms”, até o encerramento das atividades. Nenhum deles está no projeto.
Essa espécie de All-Star Band com integrantes que tiveram passagem pelo DS traz Alan Clark (teclados), que ficou na banda de 1980 até o final, em 1995. O saxofonista Mel Collins integrou o time em 1982, participando da turnê “Love Over Gold” e da gravação do álbum “Twisting by the Pool”. Já Phil Palmer (guitarra) e Danny Cummings (percussão e voz) foram músicos de apoio músicos de apoio no álbum “On Every Street” e na derradeira turnê da banda, que divulgava o disco. A atual formação do Legacy se completa Primiano Dibiase (teclados), Marco Caviglia (voz e guitarra), Alex Polifrone na bateria (substituindo Cristiano Micalizzi) e Steve Walters no baixo, no lugar de John Gibblin. Dessa vez a banda operou com duas guitarras, não contando com o guitarrista Jack Sonni, que participou do gravações e da turnê de “Brothers in Arms”.
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No palco eles levam a sério a tarefa de reviver os shows do Dire Straits, lavando a alma do público que lotou o Qualistage com um apanhado de 15 clássicos (e seus solos virtuosos) dos seis álbuns lançados pela banda entre 1977 e 1991. ‘Private Investigations’ abriu os trabalhos, que na sequência teve “Once Upon a Time in the West” e “Romeo & Juliet”. Até então apenas os fãs mais dedicados acompanhavam com entusiasmo, mas foi com “Your Latest Trick” que o público mais amplo despertou (e ligou os celulares para filmar). Importante lembrar que icônico sax da faixa não era tocado por Collins e sim por Michael Brecker (ao vivo o encarregado da função era Chris White). Mas, é claro, ninguém se importou.
O delicioso country rock “Walk of Life” fez o público levantar dos seus acentos (a casa se dividiu em pista e mesas próximas ao palco) e dançar, o mesmo com as últimas faixas do setlist, “Sultans of Swing” e “Money For Nothing”, essa sim com o tecladista original no palco, dono dos vocais “I Want My MTV”, que em estúdio foram feitos por Sting. Mas ainda tinha o bis. A banda retornou até bastante rápido e executou dois outros clássicos do álbum de 1985, a faixa-título “Brothers In Arms” e “So Far Away”.
Marco Caviglia é fã incondicional dos britânicos e é nítida sua realização de tocar com os heróis, assim como a fidelidade a seu ídolo e quase xará, tanto na voz quanto na técnica da guitarra (também sem uso de palheta). Fechando os olhos é possível imaginar que Knopfler está ali e o DS não acabou. Já íntimo do público brasileiro em sua sexta vinda ao Brasil (terceira consecutiva), entra em comunhão com a plateia garantindo a animação da festa. Se há inúmeras bandas cover de Dire Straits por aí, nenhuma tem a autoridade do Dire Straits Legacy para manter acesa a chama dos sultões do swing.
DSL – Dire Straits Legacy – Setlist
01 – Private Investigation
02 – Once Upon a Time in the West
03 – Tunnel of Love
04 – Romeo & Juliet
05 – Telegraph Road
06 – Why Worry
07 – Your Latest Trick
08 – Walk of Life
09 – The Bug
10 – When It Cmoes to You
11 – Setting Me Up
12 – Sultans Of Swing
13 – Money For Nothing
14 – Brothers In Arms
15 – So Far Away
Images: Henrique Nascimento
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