Talvez falar de romance e animação japonesa não seja bem o que o grande público esteja acostumado, sobretudo porque aquelas que chegam à TV aberta são sempre as de combate. Mas a produção voltada ao drama cotidiano é muito relevante na cultura do Japão, isso não exclui os animes. Para além de barreiras de idade, demografia e gênero, selecionamos 8 animes de romance que devem estar na lista de todo apaixonado pelo amor e que devem agradar os mais diferentes gostos.
Lovely Complex
Risa e Ootani tem algo em comum: ela é muito mais alta que a média feminina e ele muito mais baixo que a média masculina. Apesar disso, ambos estão apaixonados por seus colegas de classe e armam um plano de se ajudarem como cupidos um do outro — uma premissa que tem tudo para dar errado enquanto eles descobrem que pode haver um algo a mais nessa implicância um com o outro.
“Lovely Complex“ é um daqueles que já se tornou um clássico, referência para todo fã de romance em anime. Adaptado do mangá, LoveCom possui uma premissa que ressoa como um grande lugar comum, e de fato é, porém, como já desenvolvido quando tratamos sobre foreshadowing, o grande sabor de uma obra geralmente está não em o que, mas como se conta. Catorze anos após o fim de sua transmissão, continua muito atual, com algumas recorrências temáticas bem adiantadas à sua época. Além disso, sua animação é uma deliciosa viagem de volta para 2007.
Zero no Tsukaima
Em um mundo fantástico que mistura magia, reinos medievalistas e mistérios além da compreensão, Louise de la Vallière é uma rabugenta estudante de uma prestigiada escola de magia, com um porém: ela pela sua visível falta de habilidade ela é apelidada de “Zero no Louise” ou “Louise boa em nada”. Certo dia os estudantes são requeridos a invocarem uma criatura que será seu familiar — um espírito serviçal/protetor — e a garota acaba por trazer Saito Hiraga, um garoto comum que estava trazendo seu laptop do conserto, em Tóquio. Sendo tratado de fato como um escravo, Saito se vê rendido ao seu destino e sem esperanças de transformação, mas sua sorte pode estar para virar quando ele descobre que talvez tenha um poder muito maior do que acreditava ter.
Ah, um shounen na lista! “Zero no Tsukaima” é um dos precursores do gênero Isekai e também parece se deixar abater por alguns de seus traços mais comuns. Somando as sequências são 49 episódios adaptados do mangá original nesse mundo em que literalmente tudo é possível, e não é difícil se prender à expectativa do que acontecerá logo em seguida, seja no plano da fantasia ou no coração de Louise e Saito.
Ouran Highschool Host Club
O colégio Ouran é uma academia para a mais alta elite, e Haruhi é uma estudante bolsista meio aos ricaços. Quando por acidente vai parar no Host Club, onde os garotos oferecem seus serviços e servem as donzelas — sobretudo, mas também garotos enventualmente — como seus maîtres e ouvintes, ela quebra um dos vasos caríssimos e entra em dívida com o clube. Para resolver a questão, os membros fazem uma repaginação de seu visual e a treinam para se tornar um anfitrião. Assim, deve trabalhar como acompanhante enquanto todos pensam que ela é um dos rapazes.
“Ouran“ é um daqueles romances donos de uma enorme sutileza, capaz de fazer o espectador desprender seu cérebro e preconceitos enquanto se permite se deixar levar por uma história completamente sem pé nem cabeça — no sentido positivo, até porque a trama é muito novelesca — mesmo porque Haruhi está completamente consciente de sua posição como mocinha de anime, e insatisfeita com esse papel, é capaz de convencer pela palavra tanto aqueles à sua volta quanto quem assiste de que suas percepções de mundo talvez não sejam tão sólidas assim — é, afinal e sem parecer ser, um anime de formação moral.
Wotakoi
Narumi está atrasada para o seu primeiro dia de trabalho, mas essa é a menor de suas preocupações: Narumi é uma otaku — e fujoshi — e após seu ex-namorado terminar o relacionamento em razão disso, está determinada em manter isso em segredo de seus colegas de serviço. No entanto, seus planos quase vão por água a baixo quando reencontra seu amigo de infância no escritório, perguntando se ela irá ao maior evento da cultura otaku do mundo, a Comiket. Narumi irá descobrir que não deve se envergonhar de seus hobbies e seus novos amigos irão mostrar para ela que o amor entre otakus, embora difícil, é possível.
Em tradução livre, “O amor é difícil para os otakus“, é uma comédia romântica leve e que deve provocar um sentimento de identificação, especialmente aos mais velhos, sobre as questões do dia a dia da vida adulta, sem perder o passo do bom humor. Até o momento são 11 episódios e 3 OVAs, ainda em lançamento.
Toradora
De um lado Ryuuji, um estudante gentil mas de semblante intimidador, do outro Taiga, a baixinha “tigresa de bolso”, de aparência adorável mas dona um pavio inexistente. Certo dia, porém, os caminhos da dupla improvável se cruzam quando Ryuuji descobre a paixão de Taiga pelo seu melhor amigo e, por coincidência do destino, o rapaz está apaixonado pela melhor amiga da tigresa. Esse pacto de cessar fogo temporário pode ser a oportunidade para conhecerem melhor uns aos outros e despirem seus preconceitos.
“Toradora“ não é só uma recontagem desse clichê “rivais à amantes”, como também um dos romances mais populares do Japão. Vale também conferir a obra em mangá, ainda em publicação.
Doukyuusei
Hikaru e Rihito são completos opostos: o primeiro é um guitarrista em uma banda de rock, totalmente apegado ao imediatismo do presente, Rihito por sua vez é mais focado no futuro e também um aluno modelo. Hikaru irá ajudar o colega como tutor musical e essa aproximação pode ser o ponto de partida para alguma coisa a mais.
A trama de “Doukyuusei“, “Colegas de Classe“, é finalizada, ao menos sobre esse arco, dentro desse filme de uma hora. Trata-se de uma produção Boys Love ou yaoi, que são bem menos adaptadas, sobretudo no contexto puramente romântico, e a boa direção de arte, garantia da A-1 Pictures, é um achado nessa que deve ser uma das mais importantes obras da última década para o gênero. Há ainda, deve-se comentar, algo muito presente nas produções BL de modo geral nas vias de problemático, mas esses elementos não chegam a afetar profundamente a trama.
ReLIFE
Arata Kaizaki é um rapaz de 27 anos sem qualquer perspectiva em sua vida. Estando constantemente mudando de emprego, está cada vez mais difícil de arrumar uma ocupação fixa, o que mina sua confiança e o coloca em uma via sem saída. Durante uma saída para o bar com os ex-colegas, Arata encontra um garoto misterioso que oferece trabalho por um ano em um instituto de pesquisa; tudo que ele precisa fazer é tomar uma pílula. Kaizaki então acorda no dia seguinte com seu corpo de volta aos seus dezessete anos; é hora de recomeçar, e para isso, reaprender a socializar e acreditar na vida — mas… isso só enquanto os efeitos da pílula fizerem efeito durante esse retorno ao ensino médio.
Há algo de amargo e ao mesmo tempo doce em ReLIFE. A experiência de assistir dramas colegiais cotidianos é diferente de acordo com a fase da vida, porém, ReLIFE em específico consegue captar a essência de uma juventude esquecida no telespectador enquanto brinca com as convenções. Bem, não vale esquecer que o romance tem papel nessa trama!
Maid-sama!
Misaki é a primeira presidente do conselho estudantil de um antigo colégio só para garotos. Fazendo a linha dura a ponto de receber o apelido de “presidente demoníaca” mantém sua reputação como uma agente da lei de punhos de ferro, isso sem mencionar suas brilhantes habilidades como aluna e para dar o melhor exemplo. Contudo, Misaki tem um lado que prefere esconder: para ajudar a manter a renda familiar ela trabalha em um Maid Café, vestindo-se de empregada vitoriana. Sua imagem então está em risco quando Usui, o garoto mais popular da escola, descobre por acaso esse segredo e decide usar disso para chegar mais perto de seu coração gelado.
“A presidente é uma empregada!” pode não ser um grande sucesso no Japão ao ponto de render sua continuação, mas garantiu uma reputação sólida no ocidente de modo a manter-se como uma das recomendações mais frequentes do romance. É, no fim das contas, uma oportunidade para se deixar levar por um enredo despretensioso, divertido e de fácil absorção.
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