As tensões internas das duas famílias em torno da conquista do trono dominaram a trama da segunda temporada
A primeira temporada de “A Casa do Dragão” acabou com um olhar cheio de tristeza e ódio de Rhaenyra Targaryen (Emma D’Arcy) após saber da morte de seu filho. A expectativa era essa energia no segundo ano da série. Mas o que vimos ficou bem distante disso. Com muitos altos e baixos, o desenvolvimento da guerra pelo trono ficou muito aquém do esperado. Confira a seguir a crítica com spoilers:
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Disputas familiares foram os destaques da temporada
Falar no universo “Game of Thrones“, é certamente falar em alta qualidade técnica. Portanto, não há muito o que criticar nesse ponto. A fotografia foi espetacular, capaz de envolver o espectador em cada drama vivenciado. Além disso, as tomadas externas destacaram o acerto da escolha dos cenários onde as ações acontecem.
Na trama, os roteiristas privilegiaram as disputas familiares das duas casas em torno do poder e da conquista do trono. Este foi praticamente o único ponto a elogiar. Em tom de novela, vimos o elenco mais jovem se sobressair com muita competência, como por exemplo, o crescimento de Halaena (Phia Saban) como uma mulher que tem voz e Jacaerys (Harry Collet) despontando como um líder ao lado de Rhaenyra.
Falta de ritmo de Harrenhal a Essos
Para além do bom desenvolvimento da trama familiar, não sobrou muito mais de positivo para destacar. Alguns aspectos da história se arrastaram, enquanto outros passaram apressados demais. Os delírios de Daemon em Harrenhal que duraram quase toda a temporada, um verdadeiro desperdício do talento de Matt Smith. Já no último episódio, acontece o contrário. Tyland Lannister (Jefferson Hall) é apresentado junto a Sharako Lohar (Abigail Lohar) em Essos, em um desenrolar de negociatas que terminam numa luta na lama, que beira o ridículo.
Ainda que a série tenha como ponto alto os episódios 4 e 7, em todos os outros tivemos decisões controversas e alguns momentos anticlímax, para dizer o mínimo. Do beijo de Rhaenyra e Mysaria (Sonoya Mizuno) ao sonho erótico de Daemon com sua mãe, parece que estamos mais em uma guerra dos memes do que uma disputa pelo trono.
Outro ponto crucial da narrativa, se tornou uma grande decepção. Vendido como o novo Casamento Vermelho, o evento Sangue e Queijo, que resultou no assassinato do herdeiro de Aegon (Tom Glynn-Carney) foi tão pobre em execução que seria facilmente esquecido, não fossem as consequências que gerou para o Time Preto. Para tentar contornar essa monotonia, os dragões são promovidos a protagonistas das principais cenas de ação na reta final do programa.
No elenco principal, se salvam Rhaenyra e Alicent
Mas nem tudo foi perdido no desenvolvimento das personagens principais. Rhaenyra saiu do lugar da mãe em luto, contestada por seu conselho e intimidada pelo marido, para uma mulher que buscou alianças, se arriscou e agiu de acordo com seus princípios, mas avançando no entendimento do que se deve fazer em uma guerra.
Do lado oposto, Alicent (Olivia Cooke) enfrentou desafios ainda maiores que Rhaenyra. Com Aemond (Ewan Mitchell) e Aegon em constante conflito pelo trono, com uma tentativa de assassinato do rei pelo próprio irmão, viu sua relação com Criston Cole (Fabien Frankel) esfriar. Ademais, ainda precisou lidar com as consequências da mentira que tirou a herdeira legítima de Viserys (Paddy Considine) de seu lugar no trono. Errante, alternou momentos de muita vulnerabilidade com atitudes firmes. Porém, é bem verdade que tanto no caso de Rhaenyra quanto no de Alicent, o trabalho de atuação das duas responde pela maior parcela do sucesso das personagens nessa temporada.
Por fim, esperamos que a próxima temporada de “A Casa do Dragão” retome o caminho da coerência para que, enfim, os dragões possam dançar em batalhas épicas na guerra que se arrastou para não começar.
Imagem Destacada: Divulgação/Max
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