O Coletivo Teatral A Digna, composto por Ana Vitória Bella, Helena Cardoso e Victor Nóvoa, celebra 13 anos de pesquisa e produção teatral em São Paulo. Com uma trajetória marcada por obras cênicas que exploram a relação direta com o público e promovem um pensamento crítico sobre as relações de poder na sociedade, atrelada sempre a lógica do espaço em prol do capital, o grupo se destaca por sua abordagem colaborativa e engajada.
Durante sua jornada artística, o coletivo desenvolveu obras notáveis, como a Tetralogia do Despejo, que inclui peças como “Condomínio Nova Era” (2014) e “Estilhaços de janela fervem no céu da minha boca” (2021). Suas criações frequentemente exploram temas sociais e políticos, questionando a racionalidade do capital e promovendo o encontro físico dos corpos na cidade.
Para marcar essa trajetória de pesquisa e arte, o coletivo promove uma série de atividades abertas ao público como parte do projeto “Frentes coletiva de luta: o corpo e a memória como territórios cênicos,” contemplado pela 40ª edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a cidade de São Paulo. As atividades incluem palestras, rodas de conversa, lançamento de livro digital e leituras de textos inéditos.
O projeto também destaca a participação de artistas convidados, como Luah Guimarães, Marcelo Lazzaratto, Grupo XIX de Teatro e Julieta Paredes Carvajal, uma líder indígena do povo Aymara da Bolívia. O público terá a oportunidade de participar dessas atividades gratuitamente e explorar as expressões corporais e dramatúrgicas resultantes das pesquisas do coletivo.
A Digna reforça sua crença na coletividade e no poder do teatro para promover diálogos e reflexões em uma sociedade cada vez mais marcada pela individualidade. Seus 13 anos de pesquisa e criação artística continuam a inspirar e desafiar as fronteiras da experiência teatral em São Paulo.
O calendário segue abaixo:
Partilhas de procedimentos dos Núcleos de Pesquisa Continuada:
Núcleo de Pesquisa de Coralidades Dramatúrgicas
07/11 | 19h30 – Patuscada Livraria e Café – Rua Luís Murat, 40 – Pinheiros.
Mediador: Victor Nóvoa
Leitura dramática de oito textos teatrais de artistas participantes do núcleo de pesquisa. Essas dramaturgias foram escritas a partir de diversos procedimentos criados pelo núcleo com a intenção de refletir e questionar como o capitalismo digital modula nossos comportamentos e corpos, criando sujeitos históricos hiper individualizados.
Núcleo de Pesquisa de Expressividade Sonora
22/11 | 15h30 – Espaço Barra – R. Barra Funda, 519 – Barra Funda.
Mediadora: Rita Maria
Artistas participantes do núcleo irão realizar um improviso sonoro por meio de jogos expressivos corporais e vocais.
Núcleo de Pesquisa de Coralidade Cênica
29/11 | 19h30 – Espaço Barra – R. Barra Funda, 519 – Barra Funda.
Mediação: Luah Guimarãez e Marcelo Lazzaratto.
Uma sessão aberta de improviso cênico com artistas participantes do núcleo. O improviso terá inspiração nas técnicas Viewpoints e Campo de Visão, praticadas ao longo dos encontros.
Núcleo de Pesquisa de Expressividade Corporal
07/12 | 19h30 – Espaço Barra – R. Barra Funda, 519 – Barra Funda.
Mediadora: Andrea Soares
Uma roda de dança com música ao vivo e aberta ao público, em que serão vivenciadas diversas expressões culturais tradicionais, como Maracatu, Batuque de Umbigada, Caboclinho etc.
Feira de ideias – Tecendo um comum possível: feminismo comunitário
12/12 | 11h – Parque Jardim das Perdizes – Passagem Quatro, S/N – Água Branca, São Paulo
Mediadora: Julieta Paredes Carvajal
Uma conversa pública com Julieta Paredes Carvajal, onde ela irá expor parte da luta indígena a partir do ponto de vista do feminismo comunitário. Mulher indígena do povo Aymara da Bolívia, lutadora social, criadora do Feminismo Comunitário de Abya Yala. Julieta Paredes Carvajal é escritora de livros sobre poesia, sexualidade, política, educação feminista e feminismo comunitário. Também foi co-fundadora da Mujeres Creando. Atualmente, é relações internacionais do movimento e organização social Feminismo Comunitário de Abya Yala.
II Mostra de Textos Breves
25/11 | 15h – 18h – Biblioteca Mário de Andrade – Rua da Consolação, 94 – República.
O evento conta com o lançamento do e-book Breves tessituras da cidade Volume II e a leitura dramática de três dramaturgias que fazem parte do e-book. Este livro digital é composto de 15 textos teatrais que foram selecionados em um concurso de dramaturgia idealizado e realizado pelo Coletivo Teatral A Digna.
Dramaturgias que serão lidas:
O que pare uma negra, de Ronaldo Fernandes (Com Grupo 59 de teatro)
Sinopse: Uma mulher negra em trabalho de parto questiona os processos de colonização que criaram uma estrutura racista tão poderosa, que fez com que ela só se entendesse negra após seus quarenta anos. Ela vai parir. E algo vai mudar.
Mãe, de Juliana Piesco (Com Grupo XIX de Teatro e Rudá)
Sinopse: Minhocão. Onze e quarenta da noite. A tensa caminhada por uma região.
Com os pés fora de casa, de Thiago Dominoni (Com Coletivo Labirinto)
Sinopse: Se alguém estiver estirado ao chão eu sei que você irá socorrer.
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