Este ano o projeto carnavalesco da escola de samba Beija Flor descreve o encontro do português Martim e a índia Iracema. Também terá como palco principal a natureza do Ceará, lugar em que nasceu José Martiniano de Alencar e onde a sua personagem tornou-se símbolo do Estado.
Romancista de grandes clássicos brasileiros, dentre os quais “A virgem dos lábios de mel-Iracema” publicado em 1865 e que dá nome ao samba de enredo, José Martiniano de Alencar foi advogado e também político, mas sua grande paixão era a literatura. Após trabalhar como cronista no Correio Mercantil, jornal da sua época que frequentemente divulgava notícias a favor do abolicionismo (tema por vezes contraditório em relação às posições políticas do autor), passou a escrever poemas e “romancetes”, uma espécie de novela em capítulos como o famoso “O Guarani”.
José de Alencar estabeleceu a afirmação do caráter brasileiro e a ideia de descobrir o país através do olhar do próprio nativo representado no romantismo indianista e onde a justificativa da escola de samba Beija Flor- “Somos todos indígenas”– ganha força ao narrar o nascimento do primeiro mameluco e o surgimento de uma nova nação.
Confira a composição que homenageia o romance:
Araquem bateu no chão
A aldeia toda estremeceu
O ódio de irapuã
Quando a virgem de tupã se encantou com o europeu
Nessa casa de cabloco hoje é dia de ajucá
Duas tribos em conflito
De um romance tão bonito começou meu ceará
Pega no amerê, areté, anama
Pega no amerê, areté, anama
Bem no coração dessa nossa terra
A menina moça e o homem de guerra
Ele sente a flecha, ela acerta o alvo
Índia na floresta, branco apaixonado
Vem pra minha aldeia, beija-flor
Tabajara, pitiguara bate forte o tambor
Um chamado de guerra, minha tribo chegou
Reclamando a pureza da pele vermelha
Bate o coração de moacir
O milagre da vida, me faz um mameluco na sapucaí
Oh linda iracema morreu de saudade
Mulher brasileira de tanta coragem
Um raio de sol a luz do meu dia
Iluminada nessa minha fantasia
A jandaia cantou no alto da palmeira
O nome de iracema
Lábio de mel, riso mais doce que o jati
Linda demais cunhã-porã iterei
Vou cantar jureme, jureme, jureme
Vou cantar jurema, jurema
Uma história de amor, meu amor
É o carnaval da beija-flor
(Claudemir, Maurição, Ronaldo Barcellos, Bruno Ribas, Fábio
Alemão, Wilson Tatá, Alan Vinicius e Beti)
Conheça também outras obras do autor:
Romances
Cinco Minutos -1856; O Guarani -1857; A viuvinha -1857; Lucíola – 1862; Diva – 1864; As minas de prata -1º vol. -1865; As minas de prata -2º vol. -1866; O gaúcho -1870; A pata da gazela -1870; Guerra dos mascates -1º vol. -1871; O tronco do ipê -1871; Sonhos d’ouro -1872; Til -1872; Alfarrábios -1873; Guerra dos mascates -2º vol. -1873; Ubirajara -1874; Senhora -1875; O sertanejo -1875; Encarnação -1893
Teatro
O crédito -1857; Verso e reverso -1857; Demônio familiar -1857; As asas de um anjo -1858; Mãe -1860; A expiação -1867; O jesuíta -1875
Crônica
Ao correr da pena -1874
Por Susana Savedra
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