De volta para o futuro se tornou uma das maiores trilogias do cinema blockbuster de todos os tempos, um dos maiores sucessos da década de 1980 com uma história que não ficou datada em nenhum aspecto e continua interessante e divertida. Porém esse sucesso todo quase não aconteceu, porque os bastidores da produção do primeiro filme tiveram algumas complicações quase tão curiosas quanto o enredo da trama.
O enredo acompanha Martin Mcfly, um adolescente normal que sonha em ter sucesso com sua banda de rock, ele é o filho mais novo de três irmãos e tem um pai que mesmo sendo um senhor de meia idade ainda sofre bullying do cara que costumava ser o valentão do colégio na sua adolescência. Além de Martin o outro protagonista da história é seu amigo Doutor Brown (Cristopher Lloyd), um cientista estranho que vive recluso com seu cachorro fazendo todo o tipo de experiencias, e uma dessas experiencias que acaba movendo a história do filme uma máquina do tempo feita com um carro DeLorean movido a plutônio.
Martin acaba voltando no tempo e conhece a versão adolescente de seus pais, vê como eles se comportavam, atrapalha o encontro entre os dois e percebe que tem que concertar a linha temporal para que eles se apaixonem e fiquem juntos antes de ele voltar para sua década, para assim sua existência não ficar comprometida.
Esse é o argumento do primeiro filme, que foi extremamente bem executado pelo diretor Robert Zemeckis, mas quase nada disso conseguiu ser filmado já que o filme foi rejeitado por inúmeros estúdios. A explicação da recusa era diversa, alguns achavam o filme muito comportado em comparação a outras comédias adolescentes da época como “Porky’s”, “Negócio Arriscado” ou até “A Vingança dos Nerds” que eram filmes que apostavam bastante no sexo, enquanto outros estúdios como a Disney achou o filme “indecente” por dar a entender que pode ter uma relação incestuosa entre Martin e a versão adolescente de sua mãe, que acaba se apaixonando quando o encontra.
Mas após várias respostas negativas Zemeckis conseguiu um estúdio que se interessou pela história, o Universal Studios deu o sinal verde para a produção, (o fato de Steven Spilberg entrar no projeto como produtor executivo ajudou muito os executivos a tomarem essa decisão). Mas mesmo após essa epopeia de procura de estúdios, os desafios não pararam, o ator escolhido para viver o Martin Mcfly (Eric Stoltz) não estava correspondendo às expectativas do diretor. Eric não parecia acertar o tom que o diretor tinha imaginado para seu protagonista, então mesmo depois do ator já ter gravado uma quantidade razoável de cenas ele foi demitido e chamaram Michael J. Fox para o papel, Michael até era a primeira opção de contratação mas o estúdio não o chamou primeiro porque ele estava estrelando um seriado de muito sucesso da televisão americana da época chamado “Family Ties”.
O filme fluiu muito melhor com o carisma de Michael, porém os horários das gravações ficaram mais apertados já que o protagonista só poderia filmar durante a semana nos horários da madrugada porquê de dia ele tinha que gravar o seriado de televisão e só conseguia gravar as cenas externas diurnas nos finais de semana. Michael diz que durante os meses de gravação ele só conseguia dormir umas 3 horas por dia.
Até a escolha da máquina do tempo e suas cenas deram trabalho. No roteiro original seria uma geladeira que iria fazer Martin voltar no tempo, mas os produtores ficaram com medo que crianças se trancassem dentro de geladeiras e então decidiram usar um carro. Mas mesmo após a escolha do carro algumas lacunas ainda tiveram que ser preenchidas, como a viagem que o protagonista faz para voltar para sua época, o plano original era que ele dirigisse em direção a uma explosão no meio do deserto em um campo de testes de armas nucleares, porém o filme não tinha orçamento para isso e o plano foi modificado para o raio que acerta o relógio da cidade. Nesse caso esse contratempo até ajudou a construção do climax do filme, já que a cena que o doutor sobe para conectar os cabos de força no relógio se tornou uma das mais icônicas da saga.
Além do roteiro muito bem escrito e dirigido, o elenco inteiro fez um trabalho muito eficiente, tanto os atores que fazem os pais de Martin quanto o valentão Biff que faz o vilão da trama. A ambientação da década de 1950 tem uma direção de arte que realmente faz o público perceber que o herói está fora do seu tempo e a trilha sonora é tão bem acertada quanto os outros detalhes da produção. “De volta para o futuro” é uma produção que continua divertida, teve duas continuações tão bem-sucedidas quanto o filme original e mesmo com o passar de décadas continua angariando novos fãs, alguns até dizem que é a melhor história de viagem do tempo já feita no cinema.
E você o que acha? Conhece a franquia? Qual dos três filmes gosta mais? Quer que falemos de mais filmes sobre viagem no tempo? Comenta aqui que podemos fazer continuações dessa matéria.
Por Fernando Targino
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