Se o retorno de lançamentos de filmes do universo Star Wars já foi um estrondoso sucesso por si só, ninguém, antes disso, diria que ele poderia se tornar uma franquia anual nos cinemas. Os fãs já tinham o universo expandido em quadrinhos, livros e outras mídias, dando crescimento ao que já existia e solidificando o grande épico espacial que já existia até então, mas isso não pararia por aí. Para além dos episódios principais de uma nova trilogia, com início em 2015, vários spin-offs passariam a compor essa nova fase da saga. Assim, “Rogue One” foi o primeiro dessa leva, que nos levaria para outros cantos na galáxia bem como novas temáticas e personagens. Depois de uma série de problemas ainda na produção, “Han Solo: Uma História Star Wars” , finalmente estreia. E como fica o longa de um dos personagens mais queridos da cultura pop?
Talvez seu maior mérito seja ser uma aventura que foge da ambição que os capítulos principais de Star Wars trazem. O longa é leve, despretensioso, mas divertido e nos coloca dentro do universo do qual faz parte de forma bastante coesa com o que já foi estabelecido. Assistimos aqui uma simples história de origem, que mostra como a personalidade do Han Solo clássico, que já conhecemos, foi sendo moldada. O trabalho de Alden Ehrenreich convence no que diz respeito a isso, entregando alguns dos trejeitos imortalizados por Harrison Ford, e mostra também outras facetas do personagem. Nos é apresentado um Solo mais inocente, ingênuo, que ainda seria transformado por sua própria trajetória. Ademais, o filme não é inteiramente centrado nele, já que as participações de Chewbacca e Lando Calrissian roubam a cena por vezes e cativam com seu próprio brilho. A interpretação de Donald Glover como Lando é, aliás, particularmente talentosa. Outros personagens coadjuvantes como o de Woody Harrelson são interessantes, porém existem também os descartáveis.
Por outro lado, os aspectos estéticos também funcionam com eficiência. A fotografia é soturna em alguns momentos, mais escura e não mostra lugares do sub-mundo na galáxia, ou ambientes em guerra, com romantização. É notável a diferença que se dá das ruas em que Han surge para locais de indivíduos financeiramente mais bem abastecidos. É quase como um contraste de sombras e luz que cria diversidade para o universo que observamos. Isso também se reflete nos figurinos, que na maior parte das vezes são modestos e que, no entanto, cumprem seu papel. Todo o design de produção segue essa tendência e deixa claro o quanto o foco, aqui, é outro comparado aos outros filmes da série. Os realizadores não estão interessados em algo da proporção de “Star Wars: Os Últimos Jedi” e é ótimo que seja assim.
Por fim, “Han Solo: Uma História Star Wars” é bem sucedido no que almeja, sendo verdadeiro naquilo que se propõe e com personagens carismáticos em maioria que nos engajam na narrativa. Pode não ser uma excelente obra de arte, como de fato não é, mas quem disse que sempre precisa ser assim? A direção de Ron Howard é burocrática, possuindo algumas boas tomadas em cena de ação, mas é a aventura dos indivíduos aqui retratados que importa. Agora podemos entender, mais uma vez, o motivo de tantos terem Han Solo como personagem favorito em Star Wars.
Imagens e Vídeo: Divulgação/Walt Disney Studios/Lucas Film
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