Filmada inteiramente em planos sequências, “Adolescência” é mais Um fenômeno da Netflix, desta vez sobre o perigo aos quais os jovens de hoje estão expostos
A Netflix e suas surpresas… Parece que a cada ano a plataforma de streaming mais acessada do mundo, voluntária ou involuntariamente, é capaz de apresentar fenômenos que só se explicam pelos altos níveis de audiência ou de temas capazes de fazer seu público se engajar de uma forma popular e que nenhum outro veículo consegue.
Esse streaming é pródigo em lançar sucessos que ninguém vê chegando desde “House of Cards”, passando recentemente por “La Casa de Papel”, “Round 6”, “Bebê Rena”, só para citar alguns, e agora “Adolescência”, movimentando conversas populares, conseguindo indicações e ganhando diversos prêmios.
E esse é o mais novo fenômeno, praticamente uma unanimidade de crítica e público, que traz uma trama que tem grande ressonância nos tempos atuais: um crime violento associado às redes sociais envolvendo os perigos aos quais adolescentes estão expostos.
Criada e co-escrita pelo ator e protagonista Stephen Graham e o co-roteirista Jack Thorne, a série retrata o cotidiano de uma família que é levada ao centro de um furacão quando o filho mais novo de um casal é capturado em plena luz do dia e acusado de ter praticado um crime violento em um dos subúrbios da Inglaterra.
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Filmada todos os seus quatro capítulos em plano sequência, ou seja, quando não há cortes entre as cenas, é de um primor técnico pouco visto em termos de acerto nos ângulos, atuações e enquadramentos, considerando que a equipe técnica informa que realmente não há “cortes falsos” e, pelo nível do que é mostrado, se torna uma aula de edição para qualquer amante de artes visuais com todo o efeito de como toda trama é desenrolada.

Considerando que desde o primeiro episódio já sabemos o que houve, não há mistérios a serem resolvidos e nem suspense para manipular (de forma justificável, claro) os espectadores, tudo já está delineado e pronto para que as consequências dos atos que envolvem o jovem Jamie Miller e sua família, atordoada pelos acontecimentos, como todo o entorno como escola, comunidade e polícia envolvidos, sejam abordados e cada qual com um seguimento que promove de forma brilhante os fatos e repercussões sobre o que ocorreu.
Não há julgamentos, mas apontamentos: a culpa que os envolvidos carregam, a busca por respostas de como um crime desse é perpetrado por pessoas que menos se espera com cada vez menos idade e as possíveis causas envolvendo cyberbullying, “códigos secretos” entre os jovens dessa geração, e o custo que há nas conexões cada vez mais rápidas entre aparelhos, mas distantes entre humanos.
Quanto às interpretações, desde Stephen Graham um primoroso ator inglês que você já deve ter vistos em diversos filmes e séries como “Piratas do Caribe” e “Peaky Blinders”, o jovem Owen Cooper que interpreta o acusado, a atriz Erin Doherty que interpreta aa psicóloga, o núcleo familiar e com grande destaque ao núcleo policial, com os atores Ashley Walters e Faye Marsay — inclusive o segundo episódio que eles protagonizam é de longe o mais impactante em termos técnicos— todos são no mínimo funcionais, quando não superlativos.
Passando também por temos como culpabilização da vítima e a nova mania de inventar fakenews para desafiar as leis constituídas, temos uma minisérie compacta, mas com tanta coisa acontecendo que, embora seja um drama, é impossível desgrudar seja de qual tipo de tela você esteja assistindo.
Como entender uma nova geração que tem os seu próprio mundo e mesmo dentro de casa estão sujeitos a perigos que os pais não têm acesso, pois estão imersos em uma tela de um celular ou notebook, com pessoas as quais não se conhecem mas se conectam por objetivos torpes que dificilmente são discutidos ou percebidos?
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Poucas séries podem se gabar de serem tão atuais em seus temas como as que a Netflix tem exibido, e menos ainda tão pungentes e importantes quanto “Adolescência”, onde a técnica não é exibicionismo e é utilizada a favor da história, que evoca sentimentos tão profundos e reflexões tão profundas e necessárias independentemente de onde vivemos.
Imagem Destacada: Divulgação/Netflix

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