A série de RPG’s de Pokémon, iniciada em 1996, com “Pokémon Red & Green” (“Red & Blue”, lançado somente a partir de 1998, no ocidente), exclusivamente nos portáteis da Nintendo, ainda é uma das mais viciantes que conhecemos. Agora, estamos a menos de um mês do lançamento de “Pokémon Ultra Sun & Ultra Moon” (a data exata é 17 de novembro), que será uma sequência direta dos títulos “Sun & Moon”, lançados em 2016.
Quem viu Pokémon surgir, lá nos anos 1990, com 151 criaturas diferentes, mas não acompanhou as gerações seguintes, pode tomar um pokésusto ao saber que hoje em dia temos 802. E contando. É comum ouvir que “não se fazem mais Pokémon como antigamente”, e que “os da primeira geração eram melhores”, mas é fato que saudosismo faz até alguns dos monstros originais parecerem realmente melhores e mais interessantes do que realmente seriam, se olharmos com atenção o conjunto da obra.
Enquanto o anime continua protagonizado por Pikachu e o aspirante a mestre Pokémon, Ash Ketchum, constantemente repaginado, eternamente com 10 anos de idade, e nunca vencendo uma Liga Pokémon (a não ser que seja filler), os jogos principais da franquia, em contrapartida, souberam escolher quase sempre o que manter e o que inovar.
Basicamente, a fórmula ainda é a mesma e funciona: receber seu primeiro Pokémon do Professor-com-nome-de-árvore, viajar pelo continente, capturar, treinar, trocar e batalhar com seus fiéis monstrinhos de bolso. Muita coisa na jogabilidade foi melhorada ao longo de mais de vinte anos, e podemos dizer que a melhor melhoria, até do que as gráficas, é a possibilidade de jogar online, fazendo trocas e batalhas Pokémon, dentre outras interações, com jogadores em qualquer parte do mundo.
No entanto, a última geração, estreando em “Pokémon X & Y”, primeiro jogo da série exclusivo para o Nintendo 3DS de 2013, terminou caindo no principal defeito, de deixar o jogo fácil demais. Não há nenhum desafio real no jogo solo. Mesmo que os itens e recursos que superfacilitam o jogo sejam todos opcionais, não há em momento algum batalhas contra os poderosos líderes de ginásios, rivais ou gangues que façam realmente você ter que parar e repensar seu time e suas estratégias.
Os jogos mais recentes, “Sun & Moon”, sofrem do mesmo mal, (e compensam com uma história menos desinteressante, digamos, que a de “X & Y”), e nada indica que em “Ultra” a desenvolvedora da franquia, Game Freak, irá por a mão na consciência e rebalancear o desafio.
É por isso que, anos depois, “Pokémon Black & White”, lançado em 2010, para o Nintendo DS, ainda é uma dos melhores e mais desafiantes títulos da franquia.
Desafios em Preto e Branco
Não, na verdade o jogo é bem colorido. Pode-se dizer que o único defeito dos jogos que abriram a quinta geração de Pokémon, graficamente falando, é o visual pixelado dos monstrinhos nas telas de batalha. Enquanto isso, tudo mais no jogo é bonito, bem desenhado e aproveitando com maestria as capacidades do bom e hoje velho Nintendo DS. Mas para falar o que “B & W” oferece de bom, temos que ir por partes.
A primeira coisa que destaca “Black & White” de tudo que vimos desde “Red & Blue”, é a coragem de por 150 Pokémon completamente inéditos ao longo do jogo. O normal é a cada jogo termos alguns monstros novos, habitando a região explorada ao lado de velhos conhecidos. Mas não em “B & W”. Antes que você complete o objetivo principal, de vencer a Liga Pokémon de Unova (o Campeonato e teste final para se tornar um Mestre Pokémon, sempre levando o nome da região onde o jogo se passa), você não vê um Pokémon sequer, que não seja completamente novo. A não ser que o jogador acompanhasse o anime (haja estômago para tal…), você se veria à mercê de criaturas com poderes completamente desconhecidos, tornando cada batalha um desafio. Infelizmente, nenhum título posterior na franquia teve a mesma ousadia.
Assim como os jogos “Sun & Moon” ganharam sua sequência em “Ultra”, “Black & White” também tiveram uma continuação direta, intitulada simplesmente como “Pokémon Black & White 2”: explorando o mesmo continente de Unova, com histórias, locais e personagens novos e, desta vez, Pokémon de todas gerações. Aí foi uma excelente escolha da Game Freak, afinal, a esta altura já conhecíamos as novas criaturas e o que elas faziam, então por as antigas, quando estávamos já com saudades.
E já que falamos de Pokémon novos e antigos, precisamos também falar sobre os personagens! O elenco dos jogos de quinta geração traz personagens complexos, com histórias sólidas, qualidades e defeitos e, acima de tudo, capazes de te derrotar, se você não estiver propriamente preparado. Melhor ainda é ver a evolução na vida destes mesmos personagens, em “Black & White 2”, cuja história se desenrola dois anos após o fim da original.
Não queremos aqui desprezar as novidades que vimos nos jogos seguintes. As megaevoluções apresentadas em “X & Y”, bem como as novas formas de Pokémon clássicos e os Z-Moves, em “Sun & Moon”, são alguns exemplos que justificam bem como a série de RPG’s continua imperdível. Mas seria legal ter tudo isso, sem tirar quase toda dificuldade do jogo, não?
A conclusão é de que ainda vale a pena ter um 3DS para colecionar Pokémon de todas gerações, batalhar e virar o tal mestre que certo Ash nunca conseguiu ser… Sinceras desculpas para quem ainda curte o anime – lembrando que o novo filme. Mas o que importa, é que ainda “temos que pegar”. Ah, a nostalgia!
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