No último domingo (26/02), aconteceu a 89ª cerimônia de premiação do “Oscar“, o maior prêmio do cinema mundial, mas que nós sabemos que é o maior prêmio do cinema americano e suas preferências. Com um final surpreendente e alguns erros pelo caminho, definitivamente, esse Oscar entrou para história, seja para o bem e/ou para o mal.
Para quem não sabe, a categoria de “Melhor Canção Original” começou a ser premiada em 1935, sete anos após a criação da premiação, dando o primeiro Oscar a música “The Continental“, do filme “A Alegre Divorciada” (The Gay Divorcee), composta por Con Conrad (música) e Herb Magidson (letras). De lá pra cá, todo ano uma música é vencedora e muitas delas caem tanto no gosto do público que se tornaram hits nas rádios e hoje seguem nas plataformas de streaming.
A já esperada vitória de “City Of Stars”, composta por Justin Hurwitz (música), Benj Passek e Justin Paul (letra), tema principal do longa “La La Land – Cantando Estações”, me fez ter a vontade de criar um MixTape trazendo algumas das músicas vencedoras que caíram no gosto do grande público e/ou que eu, particularmente, gosto. Então já podemos dizer que nosso Mix é um vencedor meus caros. Vamos a nossa seleção?!
Começando com um clássico, que eu não sou fã, mas admiro a produção, vindo de um filme que foi indicado à 14 categorias, vencendo 11. Interpretada pela diva Celine Dion, a canção vencedora “My Heart Will Go On”, de James Horner (música) e Will Jennings (letra), fez tanto sucesso quanto o filme e ficou em primeiro lugar nas paradas musicais de vários lugares do mundo. Para quem não sabe o diretor, James Cameron, não queria uma música com vocais, e quando Celine foi convidada ela se recusou a gravar a canção. Quem diria que dessa “treta” sairia um hit inesquecível?!
Falando em hit, jamais poderíamos deixar de fora “Let It Go” da animação “Frozen – Uma Aventura Congelante”, que também levou o prêmio de Melhor Animação na premiação de 2014. Interpretada originalmente pela espetacular Idina Menzel, a canção da personagem Elsa ganhou as rádios e o topo das paradas musicais com uma versão um pouco mais pop, cantada pela Demi Lovato, tornando um sucesso absurdo. E como estamos no Brasil, não podemos deixar de citar a dubladora e cantora Taryn Szpilman, que nos fez cantarolar muito a versão em português: “Livre estou! Livre estou! Não posso mais seguraaaaaaar…”
Já que estamos falando de trilha de filmes de animações, eles são grandes vencedores nessa categoria, afinal os “supostos” filmes infantis, principalmente os da Disney, são sempre cheios de música. O vendedor escolhido da vez é do ano de 1992. Após 25 anos desde seu lançamento, “A Bela e A Fera” volta aos cinemas com uma versão live-action (Coração disparado com direito à lágrimas quando vi pela primeira vez o trailer).
A canção de Alan Menken (música) e Howard Ashman (letra) tem o mesmo nome do filme, “Beauty And The Beast”, e foi cantada originalmente pela atriz Angela Lansbury, mas ganhou uma versão para as rádios com – olha ela aí de novo – Celine Dion em dueto com o cantor e compositor Peabo Bryson. Ela não só ganhou o Oscar de Melhor Canção Original, como também ganhou “Globo de Ouro” de melhor canção original, “Grammy Award” para Melhor Canção Escrita para Mídia Visual e de Melhor Performance Pop por um Duo ou Grupo com Vocais. Além de ter sido nomeada para ao Grammy para a Gravação do Ano e para Música do Ano. (Agora me deem licença que vou dar o play para cantar e chorar. <3)
Bem no meio do nosso Mix vem uma das melhore músicas originais de todos os tempos, que muito provavelmente você pode nunca ter ouvido por seu filme não ser tão famoso quanto os que citamos acima. “Al Otro Lado del Río”, do músico e compositor Jorge Drexler, foi a canção composta para o filme “Diários de Motocicleta”, que também foi indicado ao prêmio de Melhor Roteiro Adaptado em 2005, dirigido pelo brasileiro Walter Salles. Fico sem palavras para descrever o poder que essa canção transpõe, então só aperta o play e deleite-se.
Mudando bem o clima de nossa seleção, agora é a vez de um rap tocar, afinal a música não só foi vencedora em 2003, como esteve em primeiro lugar em várias paradas musicais pelo mundo, sendo eleita pela revista Rolling Stone como uma das 500 melhores canções de todos os tempos e indicada a 4 “Grammy Awards”, ganhando em duas categorias. “Lose Yourself”, de Eminem (letra e música), Jeff Bass e Luis Resto (música), foi tema do filme “8 Mile – Rua das Ilusões”, no qual o próprio Eminem foi protagonista e conquistou o público e da crítica especializada.
Indo para o ano de 1984, época em que tivemos dois filmes com duas músicas indicadas: “Papa, Can You Hear Me?” e “The Way He Makes Me Feel”, do filme “Yentl”, “Maniac” e “Flashdance… What a Feeling“, do filme “Flashdance”. Além de Canção Original, “Flashdance… What a Feeling” também levou o Globo de Ouro e rendeu a sua intérprete, Irene Cara, a indicação de Gravação do Ano e Melhor Performance Vocal Pop Feminino no Grammy, no qual foi vencedora. A canção de Giorgio Moroder (música), Keith Forsey e Irene Cara (letra) se tornou um hino dos anos 80 que perdura o sucesso até hoje.
Assim como a anterior, a próxima música também foi um hino dos anos 80, isso por conta de um sucesso estrondoso que foi muito além do prêmio. A principal música de “Dirty Dance – Ritmo Quente”, levou o Oscar, o Globo de Ouro e o Grammy de Melhor Canção Escrita Para Cinema ou Televisão em 88. “(I’ve Had) The Time of My Life” virou um símbolo de realização pessoal e a interpretação de Bill Medley e Jennifer Warnes se tornou tão icônica que nenhuma regravação conseguiu ser tão boa quanto a original. (Se tem, desconheço).
Era para terminarmos o nosso MixTape da semana, porém, o Oscar também é mestre em injustiças. Então, não finalizarei sem colocar uma das mais belas canções originais que simplesmente não levaram o prêmio.
Para quem não sabe, a “Academia de Artes e Ciências Cinematográficas” dos Estados Unidos não costuma (nunca o fez, até onde eu saiba) dar o prêmio de Melhor Canção Original para músicas compostas à documentários. No ano passado, 2016, disparadamente, a melhor música indicada era “Til It Happens to You”, da Lady Gaga e Diane Woren, para o documentário “The Hunting Ground“, que expõe abusos sofridos por mulheres e alguns homens durante sua passagem pela vida universitária. Por causa de uma coisa chamada lobby, marketing, network e “QI” – porque a gente sabe que foi -, além de uma letra e composição fraca, se comparada a sua antecessora “Skyfall“, e uma apresentação bem da sem graça, a vencedora foi “Writing’s on the Wall“, de Jimmy Napes e Sam Smith, para “007 – Spectre”.
Ok, “Til It Happens to You” pode não ter levado a estatueta pra casa, mas no nosso MixTape quem me recuso aceitar o prêmio do ano passado. Portanto, eu deixo vocês aqui, com aquele cheiro, aquele abraço e aquele beijo, ao som dessa música maravilhosa que é uma ótima reflexão. Até semana que vem!
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