A CCXP22 chega ao fim e com ela um momento de reflexão e balanço do evento. Pensando no primeiro ano do Palco Bentô, bem como a situação presente dos painéis asiáticos temáticos, a Woo se perguntou quais os problemas e desafios nos próximos anos frente a um crescente público otaku; aqui estão nossos apontamentos.
O(s) concurso(s) de Cosplay
Andar de cosplay na CCXP passa, antes de tudo, ter consciência que será a atração principal – mesmo que a pessoa não goste tanto dessa exposição. São os cosplayers que dão vida para as ruas do evento, mas há de se questionar se estão sendo devidamente celebrados como se propõe.
Para cada dia a organização selecionou um desfile oficial, com a grande final ficando para domingo. De quinta a sábado são por volta de quarenta participantes nas categorias de melhor cosplay, inventividade, destaque e performance. Mas… como é a relação do evento com os cosplayers na prática?
É um pouco estranho que, a despeito do evento principal (domingo, 18h), houve pouca preocupação de divulgar – sobretudo porque há um contato anterior, uma inscrição onde se colhem dados pessoais – os trabalhos dos cosplayers menores, incluindo os vencedores das categorias do Desfile de Cosplay.
Uma vez inscritos, não seria de mau tom que a apresentação, os releases à imprensa e conteúdo de redes sociais – como a página dedicada aos concorrentes do domingo – dessem conta de prestigiar o cosplayer, deixando contato também para acompanhá-los (quando da vontade do player) em seu hobby/trabalho.
A impressão que fica é que, a despeito das horas de palestra sobre cosplay (representatividade, dicas, critérios de avaliação do concurso…), como os vencedores não vão tampouco às redes sociais, é que suas participações são menos revelantes ali – precisa, afinal, eclipsar um (o Desfile) para exaltar outro (categoria Master)?
Feitas essas ressalvas, o evento é divertido e a apresentação soube manter o tom e energia caótica de evento de anime; já são anos de experiência, afinal.
O que é o Palco Bentô?
O senso comum põe em alerta qualquer jornalista com dois neurônios para diferenciar quando algo é uma surpresa que foi segurada para a última hora, de uma coisa planejada de última hora – e tem quem creia que o Bentô é um trabalho incessante de longos meses?
Em momentos pontuais, discutiu-se em palco, inclusive, sobre quanto tempo a organização levou para trazer um palco para a cultura asiática – são oito anos desde a primeira edição e três desde que a CCXP se tornou o maior evento do tipo do mundo.
Ao que a host do Bentô, xyz, desempenhe bem seu trabalho de mediação, seria produtivo uma dupla se alternando entre os eventos; são cinco horas no palco, com o tempo estourando por vezes, de modo que quinze minutos de intervalo para preparação e recuperação do fôlego (tudo isso sob pressão) parecem ser insuficientes – o encerramento do Bentô dia 4 se deu pouco, aliás, mais de meia hora mais tarde que o previsto.
Falando da estrutura, o próprio palco está comprimido de escanteio na CCXP. Os assentos ao público são pufes retangulares brancos, que não colaboram com a coluna em palestras que estouram os quarenta e cinco minutos.
Ainda em palestras, dá para ver que funcionam, porém, a atração foi toda montada ao seu redor, como se uma extensão da Arena Podcast fosse. Falta o ânimo e energia de evento de anime, e para isso não é preciso uma superprodução, mas convidados mais relevantes – quantos dubladores trouxeram este ano? Quantos cantores de anison além do Ricardo Cruz? Pensando no porte da CCXP, é bem possível vislumbrar essa expansão para os próximos anos.
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