Como é do conhecimento geral, outubro é um dos meses mais alegre do ano. Nele, se comemora o dia dos nossos novos horizontes, também conhecido como dia das crianças. E para falar de arte nesse mês, nada melhor do que conhecer um projeto que mudou (e vem mudando) a vida de muitos jovens na comunidade de Paraisópolis, em São Paulo.
Paraisópolis é localizada na zona sul da cidade de São Paulo. Dentro da maior metrópole do país (quiçá da América do Sul), o local que já foi cenário e contexto de novela global é também um polo de arte, cultura e desenvolvimento. Com uma população de mais de cem mil habitantes, o local atualmente não só conta com um comércio interno notável (com direito até a cartão de crédito próprio), como também tem artistas conhecidos até mesmo fora do Brasil. Berbela, Estevão, Antenor… Nomes que mostram o poder de tornar arte coisas e lugares onde a atenção pública não atende de forma justa.
E nessa tendência transformadora, em 2012, Monica Tarragó teve uma iniciativa que não só veio a mudar a sua vida, como a de muitas crianças. Abraçada pela união de moradores e do comércio local criou o Ballet Paraisópolis, um projeto totalmente gratuito que atualmente beneficia 200 bailarinos – e com longa fila de espera (com mais de dois mil nomes). A proposta é a inclusão social de crianças a partir dos 8 anos de idade, com aulas semanais de ballet clássico, inglês e teatro, além de acompanhamento nutricional e fisioterápico. Durante 8 anos os jovens participam das atividades e são capacitados para seguir suas carreiras com competência.
O projeto cuida de transmitir a seus alunos técnicas adotadas em escolas internacionais, possibilitando assim que estejam prontos para qualquer oportunidade. Os alunos também têm acesso a uniformes, figurinos e todo material necessário para desenvolver as atividades. Essa estrutura se mantém por meio da aplicação de Leis de Renúncia Fiscal e Lei Rouanet (na qual desde 2013 o Banco Itaú é patrocinador) e ProAC ICMS.
Todo esse tato já trouxe boas recompensas ao grupo: O Ballet de Paraisópolis já se apresentou no Ibirapuera por 3 anos seguidos, no Teatro Sergio Cardoso, MASP, Palácio do Governo, Teatro Municipal de São Sebastião, além de participar do maior festival de dança da América Latina, o Festival de Joinville (com direito a premiação).
É interessante pensar a forma como projetos como este mudam o caminho de gerações de jovens, que passam a ter perspectiva. Dentro de uma realidade abastada nem sempre é fácil compreender os privilégios dos quais se dispõe, tornando banal (e imensamente leviano) o julgamento sobre aqueles que não dispõem de boas oportunidades. A pouca estrutura dada pelo estado faz com que essa significativa população (e aqui estendendo às demais comunidades/favelas brasileiras) não tenha as ferramentas necessárias para ingressar de forma competitiva no mercado. No entanto, ao se pensar em projetos que capacitam jovens em situação de maior vulnerabilidade, se permite que esse caminho se torne socialmente mais justo. E vislumbrar isso através das lentes da arte, mostram como esta pode ser definitivamente transformadora. A melhor maneira de resistir e reinventar.
Ao longo dos seus 5 anos de vida o projeto já atendeu a mais de 5000 jovens, os dando novos horizontes. Provando que a arte alinhada a bons parceiros e muita mão na massa podem render frutos maravilhosos.
Até o final do ano o grupo se apresenta no dia 17 de outubro no MASP (15h), no dia 20 de novembro no Theatro Municipal de SP junto com a escola de samba Acadêmicos do Tatuapé – campeã do último carnaval – (16h – 20h) e 8 de dezembro no auditório Ibirapuera (Oscar Niemeyer).
Para conhecer e acompanhar essa inciativa inspiradora, visite a página do Ballet Paraisópolis nas redes sociais. E siga sendo esse berço de novos talentos, capaz de mudar para melhor tantas vidas. Longa vida!
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