Em “Bon Appétit, Vossa Majestade” os melhores elementos de séries gourmet abrem a imaginação em drama histórico
Os desafios culinários nunca estiveram tão pop quanto no século XVI. “Bon Appétit, Vossa Majestade” é o novo k-drama exclusivo da Netflix e mistura elementos de shows gourmets como “Shokugeki no Souma” com elementos de drama histórico de viagem no tempo no melhor estilo joseoncore. Confira nossa crítica, sem spoilers, com nossa opinião preliminar sobre a série até o episódio 8.
O universo dramas históricos de corte não são o tipo de coisa que vai de encontro ao paladar desse quem vos escreve, mas, ah, é muito bom morder a língua. Conspirações com concubinas, conselheiros de estado traiçoeiros, camponeses virtuosos que chamam a atenção do rei: isso é só a ponta do iceberg para uma aventura super divertida e de dar água na boca.
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Em um brevíssimo resumo, a renomada chefe Yeon Ji-yeong, de três estrelas Michelin, acaba de ganhar uma importante competição culinária na França e está voltando para a Coreia do Sul. Na bolsa ela leva um antigo livro histórico que seu pai pediu para ela pegar por ele, o Mangunrok. Durante o voo, porém, ao abrir o livro, a moça é transportada para o período Joseon.
Nesse vai e vem, Yeon é capturada pelo tirano Yi Heon, rei de Joseon e dono de um paladar que não deixa passar nada. Conquistando-o pelo coração, agora ela deve apresentar-lhe toda vez um prato inédito, utilizando todos seus conhecimentos de gastronomia mundial de 2025 para impressioná-lo, sob o perigo de perder sua cabeça. Tudo isso enquanto tenta arrumar um modo de retornar à sua época sem falar demais para não mudar o futuro.
Não é nada por acaso que a produção tem quebrado recordes de audiência dentro e fora do país de origem, é um tipo de história que não funciona tão bem sem um apelo ao ridículo, permitir rir de si mesmo, e isso o drama fez muito bem a lição de casa. Apesar de possuir, sim, uma fórmula em torno da preparação dos pratos, o roteiro é excelente em engajar o público para além disso, sem fazer com que o andamento da história soe mecânico ou forçado.
É claro que, como comentado, existem os tropos típicos do gênero. No começo isso até que não é tão agradável assim, contudo resolvê-lo em torno dos conflitos de viajante do tempo — que não é nenhuma mocinha convenientemente indefesa — torna a experiência mais agradável e inventiva. Se “Shokugeki no Souma” (já falamos dele), levasse-se a sério, seria o que teríamos em “Bon Appétit, Vossa Majestade”. E não é por acaso: o show explora divertidamente as cenas de êxtase gustativo, levando o espectador ao campo do exagero quando, na tela, os personagens provam pratos que convencem qualquer um de seu refinamento, como o live-action de “Kakegurui” deveria fazer se fosse realmente bom.

A comparação com essas produções japonesas é particularmente bem cabida conforme, também, as semelhanças vão se afunilando pela sua progressão; os arcos finais incluem uma competição culinária com toda a pompa da Coreia Imperial, um cook-off no estilo arco de torneio de anime com todas as excentricidades que temos direito.
Além da produção se esforçar para trazer visuais belíssimos tanto na caracterização quanto nos cenários, os pratos são obras de arte a parte que ensinam história da gastronomia e aguçam a curiosidade com dicas de mestre de cozinha, do tipo que não pode faltar em ficção da temática gourmet. Pouco nos importa, às vezes, se é tão crível assim que ela tenha uma expertise verossímil, vide o que ela faz no episódio 7: as intrigas da corte real e da cozinha se amontoam (e resolvem) em um passo agradável e que não subestima a inteligência do público.
Excelente escolha a escalação dos personagens; todo o elenco está afiado, mas não dá para não comentar o rei por Lee Chae-min, que vai ficando menos insofrível a partir do segundo terço da temporada, e, sobretudo, o trabalho da carismática Im Yoon-ah, que você deve se lembrar dela pelo seu trabalho no lendário SNSD, e que aqui segura o papel que tinha a receita para ser uma dor de cabeça mas é entregue com grande dignidade — em retrospecto, é ótimo que finalmente esteja tendo pegando melhores papéis de destaque.
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Nem tão interessantes assim são os momentos programáticos de esbarrões com trilha musical, em que os protagonistas olham um nos olhos do outro e sentem a tensão romântica; a química do casal não é das melhores, por mais bom atores que sejam, e resta um ar de romance compulsório. Nem tudo pode ser perfeito, não é?
“Bon Appétit, Vossa Majestade” está disponível na Netflix, com 8 episódios já lançados, e transmissão simultânea após ir ao ar na Coreia. Um novo capítulo sai todo sábado e domingo até o dia 28 de setembro.
Imagem Destacada: Divulgação/Netflix

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