Ser fã ou seguir o trabalho de alguém tornou-se algo muito grande depois dos anos 60. Elvis Presley, Beatles, Rolling Stones tinham um grande grupo de seguidores que estavam por toda parte. O fato de ter tantas pessoas que os acompanhavam mudou muito como suas carreiras foram trabalhadas, inclusive, o modo como empresários e gravadoras gerenciavam eles, exemplo disso é que as divulgações e presenças dos artistas era maciça e extenuante, diferentemente dos que os precederam.
Antigamente, ser fã era apenas estar presente em apresentações dos ídolos, shows ou rádios que eles estivessem. Era extremamente difícil descobrir coisas sobre eles, a não ser que eles contassem ou algum jornalista de fofocas descobrisse de algum modo. Mas nada se compara ao acesso dos fãs à toda vida de seus ídolos atualmente através da internet.
Hoje, seja por Instagram, Facebook, Youtube ou qualquer outra rede social, os fãs são capazes de acompanhar hora a hora o dia a dia de todos os artistas. Eles sobem informações desde o momento que acordam até o momento que dormem. Academia, salão, restaurantes e todo tipo de notícia ganharam espaço na vida dos fãs. Obviamente, muito do que os artistas sobem virou publicidade. Se antes as pessoas compravam a carne que a Fátima Bernardes dizia comer na TV, hoje a Marina Ruy Barbosa mostra o cuidado que tem com os cabelos no Instagram usando determinada marca de shampoo.
E não apenas isso: eles passaram a se mostrar através disso. Divulgam seus shows, divulgam suas agendas, divulgam eventos. Através da internet eles conseguem desmentir ou assumir notas, virar notícias, responder fãs, oficializar fã-clubes, ou seja, estar sempre na ativa e sempre na mídia. Isso sem falar nos ídolos que se tornaram ídolos por conseguirem converter essas populares redes ao seu favor, como é o caso de youtubers, gente popular no Insta, no Snap e várias outros sites.
Algo inegável é como o fanatismo cresceu e ganhou outras projeções e proporções por causa do Twitter, Instagram e Youtube. Através das redes sociais, fãs fazem divulgações, campanhas e acessam a vida dos ídolos. Há poucos dias Bruna Marquezine demonstrou preocupação quando foi informada que várias páginas em homenagem a ela viram a noite para acompanhar o desenrolar de sua relação com o jogador Neymar. As cantoras Demi Lovato e Lauren Jauregui, a última integrante do grupo americano “Fifth Harmony”, já demonstraram irritação pela invasão de privacidade que sofreram e ataques de fãs online que mostram desgosto por alguma opinião ou ação que não concordavam.
A questão é que hoje elogiar ou ofender alguém é mais tangível. Você não precisa estar perto de uma pessoa famosa para criticá-la, elogiá-la ou insultá-la. Não é incomum ver vários artistas responderem pessoas que foram desagradáveis em suas redes sociais. Há uma desculpa frequentemente utilizada, seja pelos fãs seja pelos haters (não há uma maneira fácil de traduzir hater para o português, seria uma pessoa que odeia a outra, que está sempre pronta para desmerecê-la ou criticá-la): eles dizem que a partir do momento que uma pessoa optou por ser famosa ela tem de aguentar esses percalços que vêm junto.
Se antigamente ter acesso a vida dos artistas era mais difícil, hoje é realmente o oposto. Antes famosos construíam suas imagens apenas como queriam mostrar, hoje é possível ter ideia do caráter deles através da maneira que eles agem no Instagram. A relação fã-artista mudou amplamente por conta desse contato todo. Não é incomum ver estrelas discutirem não apenas com haters, mas com seus próprios seguidores. Tal como é o caso do cantor sertanejo Zezé Di Camargo, que esqueceu o dito popular que diz que roupa suja se lava em casa, e, frequentemente, expõe a família em suas redes sociais e briga com os fãs que não gostam de suas opiniões ou ações. Se antes Zezé era respeitado por ser uma das vozes mais belas do Brasil, hoje ele é frequentemente ridicularizado e insultado por não saber se controlar.
Infelizmente, não há remédio para esse tipo de invasão. A internet tornou possível um contato maior com as pessoas que admiramos, mas é uma faca de dois gumes: ela também aumentou o poder que essas pessoas têm e nem sempre o que essas pessoas têm a dizer é positivo. Ela aumentou o fanatismo em relação aos artistas e nem sempre isso vem com positividade.
Resta apenas a pergunta: se antes ídolos e fãs gostariam de ter um relacionamento mais próximo, hoje, que é possível essa proximidade, será que não bate aquele arrependimento? Porque esse tipo de exposição e relação só tende a crescer, piorar ou melhorar.
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