Todos sabem da dificuldade que Hollywood possui em produzir filmes baseados em jogos de vídeo games. Houve várias tentativas, mas ou foram desastrosas, ou só atingiram a superfície do que era esperado pelos gamers/cinéfilos. Bom, já que não se consegue adaptar decentemente “Street Fighter”, “Doom” ou “Resident Evil”, pelo menos há um jogo imaginário que faz sucesso nas telonas: “Jumanji”. Contando com o popular longa de 1995, estrelado por Robin Willians e “Bem-Vindo à Selva”, a franquia formou uma base de fãs que foi revertida em números expressivos de bilheteria. Além disso, também goza de uma boa receptividade por parte da crítica.
É na tentativa de continuar nesses bons caminhos que “Jumanji: Próxima Fase” apresenta novos elementos e novos personagens a uma trama que mostra o quarteto de amigos voltando ao jogo. O primeiro a revisitar Jumanji é Spencer (Alex Wolff), que se sente deslocado em sua nova vida de universitário em Nova York. Após o desaparecimento repentino do rapaz, seus amigos Martha (Morgan Turner), Fridge (Ser’Darius Blain) e Bethany (Madison Iseman) vão ao seu resgate, agora com a ajuda de Eddie (Danny DeVito), avô de Spencer e seu antigo sócio Milo (Danny Glover), que são sugados pelo jogo junto com os jovens.
Inclusive, a adição de dois jogadores idosos, que não entendem que estão em uma realidade virtual, é um dos melhores fatores de comédia do longa, principalmente porque o calmo e lento Milo vira Mouse (Kevin Hart), o zoólogo do grupo. As situações em que ele precisa discursar sobre alguns animais perigosos são hilárias. Claro que a capacidade cômica de Hart se torna primordial nessas cenas. Já Eddie ganha as formas de Dr. Bravestone (Dwayne Johnson) e se delicia com seus novos poderes. Para um homem que vive reclamando das limitações da velhice, é recompensador estar em um “corpo” em forma. O que não desaparece com o upgrade é sua personalidade ranzinza, muito bem representada por Johnson.
Para guiar os dois por este mundo cheio de perigos, Martha incorpora a habilidosa Ruby Roundhouse (Karen Gillan) e Fridge o Professor Oberon (Jack Black). Os jovens conhecem muito bem as regras do jogo, e sabem que elas podem ser mortais. Provavelmente, a mais importante regra seja a quantidade limitada de vidas que cada um possui e que, quando acabam, morre-se na vida real. O roteiro usa muito bem essa questão, matando sem dó os personagens principais. Isso gera tensão no espectador, que não sabe o que pode acontecer em cada desafio enfrentado. Por isso, cada respawn é deveras preocupante, já que pode ser o último.
A possibilidade de trocar de avatar também se torna útil ao texto, pois abre o horizonte para mais cenas de comédia e piadas. No entanto, não é só nos risos que se apoia “Jumanji: Próxima Fase”, há ainda boas cenas de ação, em especial a que envolve avestruzes gigantes no deserto, e até certo grau de drama inserido na história de amizade entre Eddie e Milo. Ao juntar esses fatores, é correto afirmar que o filme de Jake Kasdan conseguiu se alinhar a seus antecessores ao gerar bastante diversão descompromissada, com ênfase em “descompromissada”. Dito isso, se há algo que poderia ser diferente, são as mais de duas horas de duração do filme. Talvez, uma encurtada no primeiro ato deixaria a experiência um pouco menos cansativa. Sim, até a diversão pode cansar algumas vezes.
Imagens e vídeo: Divulgação/Sony Pictures
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