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Crítica

Crítica | Atmosfera

O filme “Atmosfera” é uma exploração fascinante dos aspectos mais profundos da vida, onde a realidade e a imaginação se entrelaçam.

Imagem: Divulgação/99 Produções/O2 Play

Uma Viagem Poética e Surreal

Dirigido por Paulo Caldas, “Atmosfera” é um mergulho profundo no mundo da poesia e da fantasia, uma jornada cinematográfica que nos convida a explorar a mente do protagonista, Edmundo, interpretado por João Miguel. Neste filme, Caldas nos leva a um lugar onde a linha entre a realidade e o delírio se torna turva, criando uma experiência cinematográfica verdadeiramente singular.

Imagem: Divulgação/99 Produções/O2 Play

O filme nos apresenta Edmundo, um caseiro de um sítio isolado em Santana do Parnaíba, São Paulo, onde a presença de sua mãe é uma constante assombração, trazendo à tona poesias e memórias do sertão onde ela nasceu. A narrativa gira em torno da tênue linha que separa a lembrança da realidade e o delírio da fantasia. Edmundo, o poeta-caseiro, encontra-se em uma busca incansável por significado após confrontar a morte de maneira única.

O filme nos leva por um jogo narrativo intrincado que explora a complexidade da mente de Edmundo, abordando temas como morte, solidão, delírio, luto e poesia. A história retrata a sensação de que estamos navegando nas águas profundas da consciência do personagem, criando um cinema que transcende os limites da realidade.

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Imagem: Divulgação/99 Produções/O2 Play

O elenco, encabeçado por João Miguel, oferece atuações profundas e perturbadoras que acentuam a experiência do espectador. Miguel personifica Edmundo com destreza, transmitindo toda a obscuridade do personagem. A presença de Milhem Cortaz também é digna de nota, contribuindo para o equilíbrio da narrativa, interpretando as diversas facetas de Edmundo em um processo de esquizofrenia.

A fotografia de “Atmosfera” é uma experiência contemplativa em si mesma. Longos takes da natureza enriquecem a narrativa e criam uma atmosfera que mergulha o espectador no mundo do personagem. O filme atinge seu ápice na cena final, uma representação visual de pura poesia, conectando todos os elementos explorados ao longo da obra. Embora longa, essa cena é uma deslumbrante conclusão para o filme.

Leia também: Crítica de 20.000 Espécies de Abelhas

“Atmosfera” é uma obra de arte cinematográfica que desafia as convenções e nos leva a uma viagem poética que foge da realidade atingindo o surreal. O filme nos convida a explorar os recantos mais profundos da mente humana, onde poesia e fantasia se fundem em uma narrativa admirável. “Atmosfera” é uma ode à imaginação e à complexidade da existência.

* “Atmosfera” foi visto durante o Festival de Cinema do Rio de Janeiro 2023.

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Crítica | Atmosfera
Sinopse
Edmundo é caseiro de um sítio em São Paulo. Vive isolado no meio da natureza. A presença de sua mãe o assombra com poesias e memórias do Sertão onde nasceu. A linha tênue entre a lembrança e o delírio leva Edmundo a um mergulho no fantástico. O poeta-caseiro, ao se deparar com a morte, busca dar significado à vida.
Prós
O filme apresenta atuações profundas e complexas.
“Atmosfera” consegue criar um mundo onde a realidade se mistura com o fantástico e o irreal, explorando os limites da consciência do personagem.
A fotografia do filme é contemplativa, com longos takes da natureza que enriquecem a narrativa.
O filme aborda temas profundos, como morte, solidão, delírio, luto e poesia, convidando o espectador a uma reflexão mais profunda.
Contras
Alguns momentos do filme podem parecer lentos, sugerindo que o ritmo da narrativa poderia ser mais equilibrado para manter o interesse do espectador durante toda a obra.
A complexidade da narrativa, embora intrigante, pode se tornar confusa para alguns espectadores, exigindo uma maior dedicação para compreender plenamente os elementos fantásticos e poéticos.
4
Nota
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Aimée Borges gosta de dançar ao vento, beber água gelada e sorrir para Lua. Apaixonada por contos e fadas, deixa-se levar por sua curiosidade que a transporta para um mundo ainda mais louco que o da Alice.

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