E eis que chega nessa semana aos cinemas brasileiros e mundiais, o filme live-action (pois há inúmeros desenhos) da Barbie, boneca icônica e que atualmente representa o empoderamento feminino e que propriedade da empresa Mattel — em mais um movimento corporativo de criações cinematográficas relacionadas a produtos como Transformers, Super Mario Bros. e o vindouro Gran Turismo (para ficar nesses exemplos).

Com um grande elenco e o lastro de uma diretora/atriz como Greta Gerwig, o filme traz uma grande e divertida brincadeira com o legado da boneca através das décadas e o papel de uma Barbie (qualquer que seja o modelo) no mundo de hoje.
Em Barbieland, tudo é harmonia, festas com danças coreografadas e alegria, até que um evento inesperado de conexão com o nosso mundo real desperta em uma delas a melancolia, celulite e necessidade de entender e se encontrar para ser feliz de novo.
Margot Robbie e especialmente Ryan Gosling se entregam e se divertem como nunca no mundo cor-de-rosa de Barbieland, junto com as mais variadas versões de Barbies e Kens no mundo real, onde as piadas tendem a ser mais ácidas e engraçadas, com participações especiais que são realmente divertidas.
Questões como o feminismo, intrínseco na carreira e vida da diretora, o patriarcado e suas consequências, consumismo e autoconsciência dão o tom do filme junto a uma mistura de sentimentos como risos, dramaticidade, dicas e toques sobre as relações entre mulheres, como alguns homens as enxergam, reflexões sobre os relacionamentos entre eles na sociedade através dos anos e atualmente.
Há diversas brincadeiras, algumas apenas bobas, mas outras com a metalinguagem cinematográfica que são realmente divertidas, como a primeira que abre o filme e até gerou proibição no Conar (órgão que regulamenta propagandas no país. É interessante ler sobre o caso.) e outra sobre um diretor de filmes de super-heróis que, para mim, são as melhores do filme.
Barbie trata de forma leve e por vezes emocionante de assuntos como guerra dos sexos, empatia, relação entre mãe e filha e sororidade, que são salpicados na tela, às vezes com superficialidade, outras de maneira espertinha, mas nunca sem propósito, porém às vezes panfletária demais.

Todo o restante do elenco, que é famoso, se esforça e estão realmente comprometidos com a ideia deste filme, que trata de um ícone do feminismo, mas também do consumismo, indicando que a melhor maneira de lidar com um fenômeno como Barbie é o equilíbrio.
A direção de arte da Barbieland é exemplar, no limite do caricato para exemplificar a artificialidade feliz das Barbies e Kens que habitam o local, tanto quanto o contraste com o mundo real.
Portanto, diversão garantida, mas não revolucionária como propagandeado.
Por Roberto Rezende


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