Vinte anos após o primeiro encontro do Metallica, icônico grupo de heavy metal, com a Orquestra Sinfônica de São Francisco, um novo concerto vindo da união dos dois é feito e transformado em filme para os cinemas. O conceito é celebrar o aniversário dessa primeira versão da apresentação, lançado em formato de álbum na época. Parece uma mistura pouco usual, já que aqui tratamos de um dos maiores nomes do rock pesado de todos os tempos somado a um conjunto acostumado ao contexto da música erudita. Como isso se desenvolve? E como é seu resultado em filme?
Para responder tais perguntas, talvez venha o primeiro problema de “Metallica: S&M2”, que é o de ser um produto quase que exclusivamente para fãs. Não que outros não consigam aproveitar o longa, mas acaba sendo tarefa mais árdua para os que não conhecem a obra da banda e com ela não tem relações afetivas, dada a duração de mais de duas horas da projeção. A esmagadora maioria dela é de músicas e pouco se mostra dos bastidores ou de entrevistas com os músicos, aspectos que seriam interessantes se colocados com maior presença. No entanto, para os mais apaixonados pelo grupo californiano, talvez seja mais empolgante assistir música atrás de música sem muito tempo para poupar o fôlego.
E é nos aspectos musicais que “S&M2” brilha. A insólita junção proposta funciona muito bem, entregando combinação orgânica dos poderosos e pesados riffs do Metallica com os inúmeros violinos e violoncelos da orquestra. São como mundos opostos que, ao invés de se chocarem, acabam se complementando. A mixagem de som é ótima e isso deve ser comentado, dado que é possível ouvir detalhes de toda instrumentação na medida do possível, sem haja desequilíbrio nesse aspecto e nem nada parecido. Tanto a orquestração quanto o trash metal são muito bem ouvidos. Mérito também, diga-se de passagem, por parte do maestro e dos arranjos apresentados durante o show, permitindo que ambas as partes entreguem suas essências sem que haja descaracterização e nem deficiências desse tipo.
Ademais, a direção dos realizadores nunca torna a exibição tediosa, trazendo sempre interessantes movimentos de câmera e ângulos incomuns para se filmar. É tudo muito fluido e leve, nunca deixando nada estático mesmo dentro de uma música só. O que ajuda “S&M2”, nesse sentido, é como show é montado e toda sua grandiosidade, cercando o Metallica por todos os lados de músicos da Orquestra de São Francisco. Detalhes simples que, somados, acabam por funcionar muito bem juntos.
“S&M 2” pode deixar aqueles que não são fãs de heavy metal ou do Metallica entediados, mas não deixa de ser bem feito por isso. Dentro de sua proposta, é executado de forma perspicaz e que salta aos olhos do espectador, mesmo que o grande atrativo aqui seja mais musical que visual durante o tempo quase todo. No fim, isso vale mais que fogos de artifício e recursos pirotécnicos perante música vazia e mal tocada. Pode não ser icônico e inovador quanto sua versão antecessora, mas deve ser encarada como boa atualização da proposta.
Imagens e Vídeo: Divulgação/Universal Music
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