A identificação do público brasileiro com Dona Hermínia, não foi algo do acaso. A mãe de três filhos, um tanto autêntica, fez com que os espectadores logo enxergassem na personagem alguém próximo a eles – uma mãe, uma tia, uma vizinha. E não é a toa que os dois filmes anteriores a “Minha Mãe é uma Peça 3” fizeram tanto sucesso. A dinâmica simples das produções, que passearam por situações hilárias por intermédio da relação de uma mãe com seus filhos tornou-se auto-suficiente – mesmo que cinematograficamente frágil.
Partindo desse ponto, podemos dizer que o novo filme é recheados de erros visíveis. Desde problemas de continuidade (por exemplo, quando as três irmãs estão na estrada em um conversível qual a todo momento as coisas mudam de lugar) a roteiro descompensado – esse não entrega se quer uma história com padrões de inicio, meio e fim bem definidos. Entretanto, se a voz do povo e a voz de Deus, o filme será um sucesso novamente, pois a diversão proporcionada por Paulo Gustavo ainda arrebata o público que, com toda certeza, não sairá da sessão sem antes dá ao menos uma gargalhada.
O novo longa insere Hermínia em uma nova fase da vida com seus filhos. Após o primeiro filme falar de uma mãe que precisava de tempo pra si, depois de não se sentir valorizada por suas crianças, o segundo trabalhou um ponto inverso, em que Hermínia precisou lidar com com a síndrome do ninho vazio quando os filhos decidiram sair de casa. Já “Minha Mãe é uma Peça 3” aborda as dificuldades de Hermínia em aprender a se comportar quando o assunto é a família que seus filhos estão formando.
O roteiro é básico e não insere aprofundamento em nenhum aspecto da história ou em seus personagens. O único ponto a ser considerado exceção é o discurso de aceitação em dois momentos do filme, em relação a Juliano que é gay. Desde o início percebemos que o filme traz o mesmo formato dos anteriores, talvez por ainda herdar a configuração de uma história que vem do teatro. As inúmeras situações sob as quais a protagonista passa, são inseridas de maneira dispersas – como quadros de humor. E, algumas dessas cenas, servem apenas para encher linguiça sem acrescentar ou se relacionar diretamente com as tramas centrais do filme.
Todavia, “Minha Mãe é uma Peça 3”, possui um ritmo agradável que consegue prender o espectador com o humor durante todo o filme, de forma linear. E a direção de Susana Garcia sabe quando e como utilizar toda a presença de cena de Paulo Gustavo para criar essas inúmeras situações. Lembrando que o próprio, desenvolve o roteiro do filme.
Paulo, continua excelente interpretando a personagem inspirada em sua mãe. É fácil acreditarmos que essa mulher realmente existe, ao mesmo tempo que a comparamos com pessoas que conhecemos. A essência de Hermínia também continua a mesma após 3 filmes. Mariana Xavier (Marcelina) e Rodrigo Pandolfo (Juliano), acabam ofuscados diante da protagonista. Alexandra Richter, Patrycia Travassos e Mallu Valle possuem as melhores passagens com Paulo Gustavo, principalmente se tratando das discussões entre as irmãs. Herson Capri (Carlos Alberto) mais uma vez é subutilizado na trama.
No fim o longa entrega uma boa diversão, o suficiente para agradar o público já cativo pelo antecessores. E, em um cenário onde algumas comédias não conseguem se quer entreter o público com um humor de qualidade, a franquia de Paulo Gustavo se destaca dentro do gênero no cinema nacional.
Imagens e video: Divulgação/Downtown Filmes
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