Em um molde que não é comum vermos em produções nacionais, Felipe Castanhari conta com o suporte de produção da Netflix para entregar uma série informativa, com tom documental e ao mesmo tempo interativa, na qual navegamos por diversos temas de interesse científico, ou puramente curiosidades. “Mundo Mistério” é dividida em episódios com temas centrais como: efeito estufa, Triângulo das Bermudas, Peste Bubônica, entre outros.
A didática de Castanhari
Os episódios da série trazem temas altamente interessantes, mas a forma com Castanhari disseca os assuntos é a grande chave. Direto e didático, os episódios são dinâmicos e conseguem passar muito do conhecimento para o expectador, sem necessariamente aprofundar-se em tudo, mas também sem deixar pontas soltas. Assim, nos instiga a pesquisar e querer saber mais sobre os assuntos.
Os assuntos também ganham contornos com ilustrações, animações e efeitos especiais. Além disso são nos mostrados alguns cenários reais e também pequenos filmes.
Felipe não busca especular sobre as curiosidades ou fatos não comprovados. O que é trabalhado na série são saberes científicos. Assim, tudo que a série trás como afirmação possui algum embasamento em estudos. E mais que isso, lendas e especulações são esclarecidas, entre elas zumbis, desaparecimentos no Triângulo das Bermudas, entre outros. Não há espaço para teorias conspiratórias.
Produção
A produção agrega muitos artifícios que ajudam a série, entre os quais e já citados estão principalmente as animações e efeitos especiais que ajudam a inserir o público no contexto e explica algumas questões abordadas. O cenário principal também é recheado de possibilidades que são bem utilizado, inclusive para fazer representação em experimentos. A Netflix também oferece o aporte para Castanhari filmar em diversos cenários reais e nos mostra como e onde aconteceu alguns fatos históricos e/ou tem relação com o assunto. Isso rende algumas boas cenas, com belas paisagens que agregam na estética da série.
Outro ponto a ser falado é a edição final, como a série ainda lembra um conteúdo de Youtube, a forma que vídeo é editado faz muita dierença no resultado final, e os cortes e imagens, além de trilhas sonoras inseridas, são fundamentais para a qualidade da série.
Interação de personagens
O grande problema da série está na interação entre personagens. Além de B.R.I.G.G.S (o super computador com a voz de Guilherme Brigs) que acaba não tendo aspecto visual para ser julgado em atuação pois somente o ouvimos e, como objeto interativo, funciona bem na série, os demais, acabam soando forçados, principalmente em alguns episódios específicos.
Betinho (Bruno Miranda) vem para ser o alívio cômico e é quem mais aparece após Castanhari. A comicidade, no entanto, soa bastante infantil – algo que pode ser relevado pois a série não foca em um público único e pode ser uma saida para atrair os mais jovens. Enquanto isso, Dra Thayane (Lilian Regina) fica com a parte de complementar informações científicas, mas falta uma interpretação mais convivente.
Apesar desses problemas, a questão dos personagens não atrapalham o foco central da série.
Vale apena conferir Mundo Mistério?
Por fim, “Mundo Mistério” acerta muito mais do que erra. O formato dinâmico, direto e didático de transmitir conhecimento é, de fato, o maior atrativo dá série. Outro ponto que é legal ressaltar é que a série pode ser atrativa para jovens, crianças ou adultos. E, em relação as crianças, pode-se afirma que traz conteúdos muito mais inteligentes e instigantes do que muitos programas focado nesse público, hoje em dia. Dessa forma, para os curiosos e amantes ciências, história ou conhecimentos diversos, a produção de Felipe Castanhari é uma boa pedida.
Imagens e vídeo: Divulgação/Netflix
Quer estar por dentro do que acontece no mundo do entretenimento? Então, faça parte do nosso CANAL OFICIAL DO WHATSAPP e receba novidades todos os dias.
Sem comentários! Seja o primeiro.