“O Assassino” é o novo longa do diretor David Fincher e protagonizado pelo ator Michael Fassbender. O longa conta a história de um assassino profissional que decide se vingar quando ele acaba errando um alvo no qual foi pago para aniquilar e dois assassinos profissionais entram em sua casa e, por pouco, não conseguem matar sua mulher.
É necessário apontar que o filme não dá nenhuma brecha para tramas paralelas além da vingança do Assassino protagonista. David Fincher decide focar completamente nessa figura quase como uma maquina sem nenhum sentimento. O filme só mostra um momento de poucos minutos daquilo que resta de humanidade, que é sua relação com sua mulher, nada mais.
Algo que dá uma nova visão sobre um assassino sem ser algo romantizado ou cativante ao espectador, mostra com exatidão como um assassino pode passar batido no nosso lado como qualquer pessoa que esbarramos na rua, sendo um lixeiro ou até mesmo um turista alemão.
Fincher também decide não colocar roupas escuras no personagem, para não parecer algo como uma metáfora de uma morte andante. Mas sim, de um humano, que simplesmente está fazendo aquilo que é o seu trabalho.
O filme tem bastante narração do ponto de vista do Assassino, narração que lembra bastante o mesmo estilo que é aplicado na outra obra do mesmo diretor, “Clube da Luta”. David Fincher decide nesse filme não só querer mostrar que tem a habilidade de fazer bons thrillers, que ele já provou saber fazer muito bem, mas também de fazer graça pelo que ele é conhecido em fazer nas suas outras obras.
Ao mesmo tempo que o filme é tenso em sua maioria, a direção faz questão de informar nas entrelinhas de Fincher se comunicando com o espectador nas narrações e nos vários planos com as cores de paleta amarela mostarda: “sim, quero que vocês prestem atenção na história, e que estou me divertindo fazendo isso no jeito que gosto de fazer.”
Mesmo que Fincher faça questão de fazer referência a si mesmo, isso não desloca o espectador da história em nenhum momento. Além de que o espectador está mais focado na jornada no assassino do que em qualquer coisa além, oque acontece pela forma que o assassino funciona com suas vítimas.
O espectador espera a qualquer momento algum momento onde o assassino fraqueje e mostra sua humanidade, mas nunca acontece, oque é um dos pontos do filme chamar tanto a atenção para a tela.
Quer dizer que é isso, é um assassino que em busca de vingança está disposto a matar até mesmo inocentes? Sim. é um assassino real, ele e muitos existem na mesma maneira, só que não no cinema de forma bem executada (mas aqui aconteceu, e aconteceu muito bem). O assassino é assassino o filme todo e é essa a proposta do filme, fazendo o espectador mais surpreso.
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Surpreso que, além de sua mulher, o personagem age conforme realmente um assassino profissional deve se comportar. O espectador ainda chega a enxergar a situação de forma cômica, a partir do momento que essa maquina de matar gosta de ouvir “The Smiths” enquanto faz o seu serviço.
O espectador realente visualiza o personagem como algo bizarro e inacreditável, se questionando: “Você mata tudo e todos para cumprir seu serviço e sua vingança, de várias formas brutais possíveis, e ainda escuta algo como ‘The Smiths’?”.
Exato. Michael Fassbender mostra Fincher não interessado em fazer um filme qualquer sobre um Assassino, mas faz questão de fazer uma jornada ala “O Samurai” do diretor francês Jean-Pierre MelVille. Um assassino sendo e vivendo como um assassino. E para o espectador fica aquela prazer amargo de um filme tão realista quando se trata de assassinato.
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