O jornalismo se divide nas mais diversas áreas, onde uma das mais interessantes é o jornalismo investigativo, em que os profissionais saem do conforto de estarem sentados na frente a um computador e vão para o campo atrás de respostas e conteúdos exclusivos de assuntos pertinentes e, muitas vezes, socialmente questionadores. Essa é basicamente a premissa do longa romeno “Fixeur”.
Nele acompanhamos a vida do jovem jornalista Radu (Tudor Istodor), que está ansioso para iniciar sua carreira internacional e dar uma guinada na profissão. Ele então encontra a oportunidade ideal para isso: contar a história e conseguir uma entrevista exclusiva com uma prostituta menor de idade que reapareceu, depois de anos “sumida” na França. Para mostrar aos seus superiores suas habilidades investigativas ele se une a outros jornalistas, mas a tarefa começa a ser mais complicada do que ele imaginava.
O roteiro, baseado numa história real ocorrida na Transilvânia com o apoio de uma televisão francesa, foi escrito por Claudia e Adrian Silisteanu. Com um bom foco narrativo, o filme se perde diversas vezes nas idas e vindas pelo percurso jornalístico do protagonista. Um dos problemas que facilmente poderia ser resolvido foi a sua interação com a família, mulher e filho, onde o que poderia ser um toque para humanizar o personagem que, assim como no trabalho, também enfrenta problemas em casa, se faz desnecessária e por vezes monótona.
A direção de Adrian Sitaru é bem executada, sem muitas invenções e com representatividade desde a direção de atores até a forma como ele expõe a narrativa visual da história. Com uma coloração azulada, na intenção de manter o visual frio da região onde se passa a história, os planos escolhidos pelo diretor não seriam tão interessantes se não fossem a direção de fotografia do Adrian Silisteanu (o roteirista).
Em uma atmosfera de cinema autoral e uma equipe bem reduzida, o filme traz o ator romeno Tudor Istodor como o protagonista Radu que desempenha uma boa performance na tela. Junto a ele, o francês Maehdi Nebbou equilibra a “equação jornalística” com um pouco mais de ousadia.
De certa forma ficamos com o desejo de que o longa pudesse decolar, afinal existe uma grande história a se contar ali, mas ele ficou tão minimalista, no sentido ruim da coisa, que não temos muito interesse pela produção, mesmo com uma boa técnica. “O Intermediário”, título brasileiro, se mantém como um filme europeu regular. Com apenas uma cena realmente interessante, passada pouco antes de conseguirem a entrevista com a menor prostituta, ele termina da mesma maneira como começou: do nada.
*Ainda não possui trailer com legendas em português nem data de estreia no Brasil. Visto durante o Festival do Rio 2016.
https://www.youtube.com/watch?v=4c7R3GzrXFI
Quer estar por dentro do que acontece no mundo do entretenimento? Então, faça parte do nosso CANAL OFICIAL DO WHATSAPP e receba novidades todos os dias.