“O Sequestro do Voo 375” é, simplesmente, absurdo
“O Sequestro do Voo 375” é de tirar o fôlego! É quase uma experiência imersiva. Você realmente acredita que está naquele momento, vivendo toda a euforia e o desespero, só torcendo para que fique tudo bem.
Num cenário cinematográfico onde filmes sobre sequestros em aviões são comuns, o cinema brasileiro apresenta sua primeira produção original ligada a esse tema. E tem seu diferencial. Mesmo que use muitos elementos de produções americanas, o que não dá pra fugir. Mas “O Sequestro do Voo 375” conta sua história de uma forma direta e realista.
O filme é baseado no caso real que aconteceu na década de 80 quando Raimundo Nonato Alves da Conceição, interpretado pelo ator Jorge Paz, sequestrou o voo 375 da companhia Vasp após se sentir frustrado e desesperado com a falta de empregos e oportunidades para a sua família. A fim de matar o ex-presidente da República, na época José Sarney, Raimundo muda o percurso da aeronave do Rio de Janeiro até Brasília, disposto a colidir com o Palácio do Planalto.
A direção de Marcus Baldini é excelente. Usa e abusa de planos que ajudam a tirar o seu fôlego, além de mostrar que o seu interesse em contar essa história que, apesar de sua proporção não é um caso tão conhecido, é real e que trabalhou anos para isso. Também é preciso destacar o elenco, que possui nomes conhecidos do cenário brasileiro e que entrega atuações impressionantes, deixando claro que não existe outro elenco para fazer esse filme.
Primeiro, o piloto Murilo, que é interpretado por Danilo Grangheia. O ator expressa seu medo, sua confiança e autocontrole para os passageiros do voo e seu talento e profissionalismo ao realizar a manobra tonneau, que é o giro completo da aeronave em torno do seu eixo longitudinal, e foi a primeira vez que esse ato foi realizado. Segundo, Jorge Paz como Nonato. Jorge brilha na tela. O ator consegue prender sua atenção e passar o desespero e o ódio pelo presidente. Mesmo sem criar uma empatia, o espectador entende a sua situação e consegue imaginar sua angústia. Jorge e Danilo possuem uma química maravilhosa, fazendo com que o público também faça parte do filme. É válido também destacar os atores Roberta Gualda, Gabriel Godoy, César Mello, Juliana Alves, Wagner Santisteban, Arianne Botelho que trabalham em uma mesma e funcional sintonia.
Já os efeitos visuais são ótimos, mesmo precisando passar por alguns ajustes, o que é normal. E quando você sabe que a produção reproduziu um avião em seu estúdio, o profissionalismo e a qualidade estão presentes na tela. Há uma cena específica, sem spoilers, que é de uma qualidade absurda. É essa palavra que resume o filme: absurdo. A emoção de assistir e lembrar que é um filme brasileiro, é de uma euforia ABSURDA.
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“O Sequestro do Voo 375” é original, diferente e ousado. Comprova que o cinema brasileiro pode fazer muita coisa, é só dar uma chance. Além de apoiar as produções nacionais que há tempos estão se destacando no mercado cinematográfico, é necessário que o público faça o trabalho de apoiar o filme quando estrear nos cinemas brasileiros no dia 7 de dezembro. “O Sequestro do Voo 375” merece ter espaço e salas lotadas.
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