Baseado no conto “A Volta dos Parafusos” – livro de Henry James que em 1961 ganhou uma adaptação para os cinemas chamada “Os Inocentes” – “Os Órfãos” é o novo longa de terror da Universal Pictures. É com pesar, que posso afirmar que o longa não chega perto da obra literária clássica e se quer é um filme agradável. Isso se deve a inúmeros fatos que podem ser enumerados, começando pelas táticas clichês para criar o clima de terror, tanto por parte do roteiro, quanto por parte da direção, o ritmo não funciona em momento algum, o filme é lento e não consegue prender a atenção e não consegue criar empatia pelos personagens, que em si são desinteressantes pela forma como são mostrados na história. O desenrolar é um bocado confuso, claramente de forma proposital, mas desfuncional pela forma como é feito.
O filme conta a história de Kate, uma mulher que deixa a cidade para virar professora de uma menina órfão em uma mansão afastada da cidade. Mas Kate acaba tendo uma surpresa quando o irmão mais velho de Flora (Brooklynn Prince), Miles (Finn Wolfhard), é expulso da escola e descobre que terá que lidar com ambos. A princípio, as crianças parecem amáveis vivendo sob os cuidados de uma governanta local, Grose (Barbara Marten). No entanto coisas sobrenaturais começam a acontecer e, ao mesmo tempo, Kate percebe que as crianças podem está diretamente ligadas com tudo que acorre no local.
Já na primeira cena do filme podemos ter uma noção do quanto lugar comum o mesmo é o longa de Floria Sigismondi. A cena mostra a fuga desesperada de uma mulher durante uma noite. Sozinha, ela acaba surpreendida pelo assombro que aparece de relance no banco de trás do seu carro, antes que a mesma consiga dar a partida no carro. A cena é como todas as outras onde o filme pretende ser assustador (mais não consegue) escura, com planos fechados e uma trilha típica de terror, além movimentos de câmera que precedem um jump scare, que, em nenhuma das cenas impressiona.
Outro ponto que não ajuda em nada o filme é o ritmo lento. E ganham tempo de tela coisas que acabam não tendo importância no final da história, deixando o filme massante e ainda mais desinteressante para o expectador.
Por sua vez, o roteiro de Chad Heyes e Carey W. Hayes, opta por contar o filme sob a perspectiva de Kate (da mesma forma que o livro faz). Contudo, o mesmo é tão pobre de criatividade e com passagens tão desconexas entre si, que a intenção de nos deixar sem saber se ela é louca e imagina tudo o que acontece ou se aquilo é real, acaba tornando o filme confuso principalmente em seu desenrolar final.
Os atores não entregam nada de excepcional, apesar dos ótimos nomes como Finn Wolfhard (de “Stranger Things”) e Mackenzie Davis. Ambos também não podem fazer muito diante de personagens mal construídos. Há uma tentativa da maquiagem de mostrar que Kate está se tornando uma mulher abalada pelos fatos, os cabelos desgrenhados e um olhar mais fundo, passam a ser visíveis no desenrolar da trama, mas isso é pouco para qualificar melhor o filme.
No fim, “Os Orfãos” é um terror esquecível, que entrega vários clichês do terror e não consegue assustar e, tão pouco, abalar psicologicamente. O final do filme é desconexo e cria uma sensação de perda de tempo, já que a história não possuí um desenrolar conclusivo e há pouco para ser ler nas entrelinhas.
Imagens e vídeo: Divulgação/Universal Pictures
Quer estar por dentro do que acontece no mundo do entretenimento? Então, faça parte do nosso CANAL OFICIAL DO WHATSAPP e receba novidades todos os dias.
Sem comentários! Seja o primeiro.