O documentário “Posto Avançado” traz um interessante personagem com a Floresta Amazônica de fundo
Um documentário bom, precisa, no mínimo, possuir uma temática interessante ou um personagem que desperte interesse. “Posto Avançado” tem os dois. Christopher Clark, um Escocês que vive na Floresta e pelo qual a história é guiada, traz consigo 30 anos de uma região isolada da Amazônia. A partir daí somos aprofundados na sua luta e também na suas particularidades.
A trama parte de uma ideia de Christopher: fazer um show do Pink Floyd no meio da Floresta Amazônica. Ele que dessa forma chamar a atenção do governo brasileiro para a região isolada Xixuaù, na Amazônia. A partir daí, o documentário acompanha o caminho do ecoguerrilheiro em busca da realização de tal feito.
A trama embarca em momentos pontuais da vida de Christopher. No primeiro ato, somos envolvido pela ideia aparentemente maluca. Mas, a medida que o documentário se desenvolve, o show do Pink Floyd vira um segundo plano, e somos imersos a vivência daquela região a partir do ponto de vista de Christopher e de sua luta para preservar o local.
Contudo, em meio a um amarrado de acontecimento que se desenha em um espaço curto de tempo inicialmente, é possível ficar um pouco perdido para qual caminho a história quer seguir. É possível entender uma ligeira crítica a forma que as coisas são geridas, mas não fica claro a quem isso é direcionado.
Algo que salta aos olhos, é a brasilidade crua diante dos olhos. No melhor e no pior, o documentário apresenta sem ressalvas o ambiente Amazônico. E a perspicácia em mostrar a inércia do governo sem precisar necessariamente cita-lo. Afinal, se houvesse um governo realmente interessado, seria necessário uma turista americana, fazer um brechó virtual para construir uma estrutura para o povo Xixuaù?
Por sua vez, a fotografia possui momentos distintos no filme. Ela é bastante caótica quando acompanha Christopher em ação. Mas, nos momentos de contemplação da paisagem amazônica, possui planos mais trabalhados.
A narração carrega papel importante. A partir dela desmembramos muito do que está acontecendo. Durante todo o filme, o narrador pontua e destrincha o que está acontecendo como participante da história, ainda que não apareça visualmente. E, é papel da narração trazer um resolução para a trama.
“Posto Avançado” não é apenas um biodocumentário. A sua trama é muito mais profunda dentro dos dramas de Christopher. A ingenuidade de um homem que quer fazer um show em prol da floresta, distinguisse um pouco de sua figura no dia a dia. Também distingue-se a ideia do mundo idealizado por Chistopher e a realidade humana. Mas, as questões são potentes e levam a uma reflexão sobre a proteção da floresta e sobre as pessoas.
Com produção de Fernando Meirelles e Nathalia Scarton, em colaboração com os produtores italianos Giulia Achilli e Marco Alessi, o documentário “Posto Avançado”, é um dos longas que estão em exibição no Festival do Rio, que acontece entre os dias 5 e 15 de outubro.
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