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Crítica

Crítica: Banel e Adama – Amor ou Tradição

Banel e Adama
Imagem: Divulgação/La Chauve Souris

A fé e o amor, o peso de uma tradição e a vontade de dois

Com um olhar sensível para o sentimento e sem renegar a importância da cultura de um povo, “Banel e Adama: Amor ou Tradição“, conta com beleza uma trama de amor, fé.

Banel e Adama
Imagem: Divulgação/La Chauve Souris

Dirigido por Ramata-Toulaye Sy, o longa se passa em um vilarejo no Senegal, onde o jovem Adama, opta por não assumir a função de chefe da sua tribo, para viver seu amor com Banel. Mas, ao fazer isso, além de ir contra sua família e contra os preceitos dos homens da tribo, Adama também precisa lidar com a pressão de uma seca severa, que é atribuída a ele, após a rejeição do cargo.

Com uma fotografia de cores quentes e grandes planos abertos contemplativos, o filme é um deslumbre visual. Toda trabalho e ministrado para passar a secura e faz isso com primor, incluindo nos efeitos visuais, que em momento algum deixam a desejar. Também há muita qualidade na iluminação, em planos dramáticos que trabalham luz e sombra.

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Enquanto isso, diante de todo drama conferido à história, Khady Mané e Mamadou Diallo se sobressaem com atuações carregadas de expressão. Inclusive, há de se destacar o trabalho do diretor para entregar sentimentos através do olhar, do gesto, do simbolismo, sem a necessidade de preencher a trama de diálogos expositivos.

Banel e Adama
Imagem: Divulgação/La Chauve Souris

Por sua vez, a forma como a narrativa se desenvolve, por vezes pode parecer cansativa e lenta. É um filme que apesar de curto (por volta de uma hora e meia), demora a passar. E, até mesmo nos momentos finais, o filme não consegue imprimir um ápice realmente empolgante.

Apesar disso, a sequência final traz uma cena bonita, que em si é um reflexo de toda obra. Há beleza visual com uma fotografia que orna cores e cenários, uma mensagem impressa com poucos diálogos, e uma atuação expressiva de Khady Mané.

Por fim, é possível afirmar que “Banel e Adama – Amor ou Tradição” é uma obra cinematográfica que entrega o que se propões. Apesar de pecar no ritmo da narrativa, sua mensagem é clara, sem necessidade de ser apelativa ou expositiva. É belo exemplo também de como usar os recursos fotográficos a favor de uma obra.

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“Banel e Adama – Amor ou Tradição” é um dos filmes que estão em exibição no Festival do Rio, que acontece entre os dia 5 e 15 de outubro.

Banel e Adama
Crítica: Banel e Adama – Amor ou Tradição
Sinopse
Banel & Adama é um filme de drama romântico franco-maliano-senegalês de 2023, dirigido pela roteirista senegalesa Ramata-Toulaye Sy em sua estreia no cinema. Estreou no 76º Festival de Cinema de Cannes em 20 de maio de 2023. Foi escolhido como a inscrição senegalesa de Melhor Longa-Metragem Internacional no 96º Oscar
Prós
Fotografia
Atuação
Contras
Ritmo do filme
4.2
Nota
Written By

Cria da Baixada Fluminense e apaixonado por cinema desde sempre. Hoje escrevo roteiros, atuo na produção audiovisual, vou dirigir meu primeiro filme e me dedico a cada dia mais a aprender sobre o cinema. Fã de Steven Spielberg e louco por Jurassic Park, me encontro melhor quando estou perto de sucessos populares, de Titanic a Minha Mãe é uma Peça.

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