Não é surpresa nenhuma que quando se fala de histórias de desastres ou superação, Hollywood sempre se esforça para contá-las. Especialmente se, em um enredo, esses dois fatores estiverem juntos, como é o caso de Sully – o Herói do Rio Hudson.
O piloto Chesley “Sully” Sullenberger está há mais de 30 anos na ativa quando é obrigado a posar um avião, em caráter emergencial, no quase congelante Rio Hudson, no estado de Nova York. Por esse feito, ele está sendo duramente investigado, pondo sua futura e bem próxima aposentadoria em risco.
Ao mesmo tempo, ele é tratado como herói nacional depois de salvar todos os passageiros e tripulação do voo que comandava. À parte disso, também está sofrendo os efeitos colaterais de passar por tamanha pressão, mesmo fazendo algo considerado impossível.
Esse “milagre” figurou por semanas entre as notícias do momento. Como é de conhecimento geral quando um avião sofre uma grave pane, com consideráveis perdas, quase sempre o resultado é desastroso. O pouso em cima da água tinha todas as probabilidades possíveis de ter dado errado e ser mais um acidente catastrófico.
O roteiro faz um ‘mix’ entre os momentos de terror vividos pelo piloto e copiloto, com as investigações que ambos passam, o trauma depois da situação toda, a imprensa e a saudades de casa e da família. Sully é um grande herói e o filme faz questão de dizer isso todo o tempo, seja nos momentos que ele é injustiçado seja quando alguém diz isso para ele, o que nesse caso pode ser qualquer pessoa em qualquer lugar.
Tom Hanks é um ator com experiência nesse tipo de filme. Ele é talentoso o suficiente, carismático o suficiente, ou seja, bom o suficiente. Mas toda essa suficiência junta não torna esse Sully tão crível quanto foi o verdadeiro. Aaron Eckhart como o copiloto Jeff Skiles está “okay” no papel, tem uma boa dobradinha com Hanks. Vários outros personagens estão em cena, mas não há muitos que recebam atenção.
A fotografia e trilha sonora trabalham em conjunto para dar um ar mais sombrio ao filme, momento mais tensos e dramáticos. Há todo um esforço para que o instante sombrio do personagem seja passado através dos detalhes técnicos, com os enquadramentos levemente mais escuros, a trilha sonora um pouquinho triste, o figurino também acompanha essa proposta. Enfim, a parte técnica obviamente conversa entre si.
Clint Eastwood dispensa comentários. Ele já se provou como ator, agora se prova como diretor. Sully é um filme difícil, afinal, é baseado em fatos e deve honrar seus acontecimentos. O problema é que o roteiro do filme não é lá grande coisa, então Eastwood fica com um grande desafio. Esse não é o melhor nem o pior filme de sua carreira na direção. Acaba sendo bastante mediano.
Sully – O Herói do Rio Hudson estreia dia 01 de dezembro em todo Brasil.
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