Chegamos ao final do ano, e com ele, mais uma leva de filmes natalinos é produzida. E claro, as plataformas de streaming, com seus calendários em mãos, já se prepararam para nos prender no sofá da sala. A grande Netflix não poderia ficar de fora e nos apresenta “Trocados”.
O longa-metragem conta a história da família Walker. As crianças cresceram, possuem sonhos e metas grandiosas. Os pais, que já tiveram a idade deles, tentam proteger os filhos da própria ambição. A diferença geracional e as responsabilidades afastaram todos pouco a pouco. No entanto, um encontro inesperado faz com que os Walker troquem de corpo no dia mais importante de suas vidas, forçando-os a trabalhar em equipe para conseguir o que querem.
O filme usa e abusa de clichês e brinca com a nostalgia da audiência, criados a base de “Sexta-feira Muito Louca” e “De repente 30”. E quem melhor para interpretar uma adolescente presa no corpo de uma mulher mais velha do que a própria Jennifer Garner? A escolha é acertada e, junto à atriz mirim Emma Myers, que interpreta a filha da família Walker, entregam uma ótima performance.
O comentário, entretanto, não se prolonga para o elenco masculino, que antes da troca de corpos entre os personagens já não brilhavam. O resultado não é exclusivamente culpa do elenco, os diálogos em muitos pontos do filme se tornam constrangedores – e não da forma engraçada, é de causar dor física ao telespectador. Momentos que poderiam por si só serem divertidos, são estragados pela falta de sutileza dos roteiristas Adam Sztykiel e Victoria Strouse. E o comentário não se limita somente ao roteiro, a direção de Joseph McGinty Nichol faz uso de péssimas piadas visuais.
Outro fator que salta aos olhos é o bebê da família Walker, que em mais de 75% do filme, é substituído por um modelo de computação gráfica. Toda vez que essa criança aparecia na tela, era motivo de gargalhada, tanto pelo amadorismo dos animadores, quanto pelas piadas envolvendo o personagem.
Em suma, “Trocados” é uma comédia familiar de humor extremamente duvidoso. Com atuações que, mesmo que o roteiro tente muito estragar, salvam o filme de não ser completamente insuportável.
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