O humor é um dos gêneros que mais precisou se adaptar nas ultimas décadas. Isso porque a mudança de valores, consciência social entre outros fatores, criaram uma linha tênue entre o que é humor e o que pode ser considerado ofensivo – quase sempre gerando questões não unanimes. Tendo em vista isso, encaramos “Um Príncipe em Nova York 2”, um longa que chega 33 anos depois de seu original e tenta unir o politicamente correto com o incorreto, para manter a essência que fez o longa, de Eddie Murphy, um clássico dos cinemas. Contudo, como demostrado neste longa, as vezes é melhor abraçar o que é, do que tentar ser esforçar pra ser aquilo que esperam.
Na nova história, que se passa 30 anos após o longa original, o príncipe Akeem descobre que teve um filho em sua passagem por Nova York. Sendo pai apenas de meninas, que por lei não poderiam assumir o trono, Akeem se vê obrigado a resgatar o filho e passar por cima da vontade de sua filha primogênita, que sonha governar seu povo. Com isso Akeem fica em um impasse entre ir contra os costumes seculares (porém ultrapassados) ou trazer a modernidade para dentro de seu reino. Além disso precisa lidar com velhos rivais.
A premissa poderia gerar até uma ótima história caso o roteiro compreendesse o caminho a ser seguido. Desde o início, é nítido que “Um Príncipe em Nova York” se esforça demais para fazer rir sem ofender, mas não consegue atingir a nenhum momento seu objetivo. E arrastado e mal desenvolvido, gerando situações vergonha aleia ao invés de diversão real.
E a decisão de Eddie Murphy de substituir seu protagonismo com um personagem que marcou época, afim de dar espaço para o novo príncipe, foi a ideia mais errada possível. Se em 1988 tivemos “Um Príncipe em Nova York”, que nos divertiu a partir do estranhamento de um príncipe africano aos costumes daquela metrópole, dessa vez temos “Um Príncipe (pouco carismático) de Nova York”, que pouco agrada e diverte, mas mesmo assim assume um grande parte do longa, enquanto segue um caminho contrário do primeiro filme, como um jovem da metrópole que estranha todo o comportamento daquele reino africano e tem a si incumbidas responsabilidades que não as quer.
A dinâmica acima citada, só não é pior do que o sub aproveitamento das personagens femininas, que aparentemente poderiam ter muito mais relevância na trama e espaço nela. Mas pouco as vimos, e quando elas estão presentes, aí sim, em muito agradam.
Os pontos mais agradáveis do longa – que claramente algo que o mesmo bebe da fonte de “Pantera Negra” e outros longas que buscam valorizar a cultura africana – é o visual, as danças e o protagonismo negro. Mas, até isso, poderia ser melhor explorado.
Já os estereótipos (que são marcar de Eddie Murphy) tentam ser mais contidos, contudo o meio termo mais uma vez não é nada agradável. É um humor com medo de arriscar e sem graça, pouco afiado. E, nesse caso, talvez a culpa nem possa ser atribuída de forma total à produção, mas sim do politicamente correto.
Por fim, é triste dizer que “Um Príncipe em Nova York 2” não agrada e pouco faz rir, mas como o próprio longa brinca em um dos seus diálogos: “algumas continuações jamais deveriam existir, pois só servem para estragar a perfeição dos originais”.
Para aqueles que quiserem conferir, o longa está disponível no Amazon Prime Video.
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cara, tu é um idiota, o filme é ótimo, critica besta essa sua. duvido que vc tem capacidade de fazer igual, seu linguarudo.
Oi, tudo bem? Então, a analise crítica é uma opinião pessoal argumentativa, não tem como função um ataque a obra, mas sim argumentar sobre pontos positivos e negativos da mesma, sob a ótica do crítico que assistiu o filme. Claro, essa certamente opinião pode está ou não alinhada com a de outras pessoas que conferiram o longa, pois cada um constrói sua visão que se relacionada ao gosto pessoal e como a obra impacta ao expectador. Então, sugiro que pratique mais o diálogo e a argumentação e certamente suas opiniões serão muito mais construtivas futuramente, para que possa debater sobre os pontos que tanto gostou neste e em outros filmes.