Woo! Magazine

Menu

  • Home
  • Editorias
    • Filmes
    • Séries/TV
    • Música
    • Geek
    • Literatura
    • Espetáculos
  • Especiais
    • SpotLight
      • Lollapalooza
      • D23
      • CCXP
      • Mostra SP
      • Festival do Rio
      • Rock in Rio
      • The Town
      • Bienal do Livro
      • Game XP
    • Entrevistas
    • Premiações
  • Streamings
    • Netflix
    • Amazon Prime Video
    • HBO Max
    • Disney+
    • Apple TV+
  • Listas
  • Colunas
    • Curiosidades
    • Terror
    • Internet
    • Business
    • Tecnologia
    • Esportes
    • Gravellizar

Siga nas Redes

Woo! Magazine

A imaginação ao seu alcance

Digite e pressione Enter para pesquisar

Woo! Magazine
  • Home
  • Editorias
    • Filmes
    • Séries/TV
    • Música
    • Geek
    • Literatura
    • Espetáculos
  • Especiais
    • SpotLight
      • Lollapalooza
      • D23
      • CCXP
      • Mostra SP
      • Festival do Rio
      • Rock in Rio
      • The Town
      • Bienal do Livro
      • Game XP
    • Entrevistas
    • Premiações
  • Streamings
    • Netflix
    • Amazon Prime Video
    • HBO Max
    • Disney+
    • Apple TV+
  • Listas
  • Colunas
    • Curiosidades
    • Terror
    • Internet
    • Business
    • Tecnologia
    • Esportes
    • Gravellizar
Instagram Tiktok X-twitter Facebook Pinterest
CríticaFilmes

Crítica: Vidas Duplas

Avatar de João de Queiroz
João de Queiroz
19 de julho de 2019 3 Mins Read

vidas duplas poster

Em determinado momento de “Vidas Duplas”, uma personagem afirma que “ler Adorno em um iPad ou em uma edição original não muda o que se tira dele”, e Olivier Assayas parece utilizar essa constatação como estratégia para seu novo filme. Ao apagar qualquer traço estético mais prontamente reconhecível de sua filmografia, o diretor aproxima “Vidas Duplas” de qualquer outra “comédia de arte” francesa, privando-o de uma autorialidade.

Entretanto, essa escolha é deliberada, como forma de aproximar o cinema da literatura. De modo geral, todo livro é um amontoado de folhas impressas e todo tablet é apenas uma tela sensível ao toque. Logo, cabe ao texto contido nessas plataformas o papel de exprimir as particularidades de cada autor. Um raciocínio semelhante guia Assayas: ao, superficialmente, criar uma obra convencional, ele volta todas as atenções aos diálogos, onde as marcas de seu cinema aparecem intactas.

O título do longa já dá uma dica. A duplicidade na obra de Olivier Assayas está presente desde seu primeiro filme, “Água Fria”, e foi assumindo diferentes roupagens até chegar ao último trabalho do diretor, “Personal Shopper”, no qual a protagonista é um ser intermediário por excelência. Em “Vidas Duplas”, essa característica se apresenta de diversas maneiras.

As discussões acerca da transição do analógico para o digital são onde a influência de Assayas é mais claramente sentida. Um dos mais assíduos observadores da globalização e seus efeitos nas relações comerciais e interpessoais, o realizador francês continua em “Vidas Duplas” uma pesquisa que desenvolve ao longo de toda sua carreira. Voltando-se agora para o universo editorial, ele reflete sobre o futuro do livro, os efeitos econômicos que a digitalização da literatura pode acarretar e as mudanças que produtos (e-book, audiolivro) e plataformas (blogs, redes sociais) impõem sobre os hábitos de leitura. De certa forma, esse movimento não é muito diferente dos debates sobre tecnologia e banalização da violência e da pornografia em “Espionagem na Rede”. Porém, a forma como se apresenta essa discussão é drasticamente diferente.

Algo semelhante pode-se dizer da elucubração acerca da tênue linha entre ficção e realidade. O próprio Assayas admite que alguns de seus filmes possuem elementos ligeiramente autobiográficos. Portanto, ao utilizar o escritor Léonard (Vincent Macaigne) como catalisador de um debate ético acerca da utilização de versões romantizadas de acontecimentos e indivíduos reais em obras de ficção, o diretor parece questionar suas próprias estratégias de criação artística.

Outro momento em que os limites entre esses dois espectros se borram é quando as personagens discutem a possibilidade de fazer um audiolivro baseado no novo romance de Léonard, a que Alain (Guillaume Canet), seu editor, responde que convidou Juliette Binoche para narrar a obra. Porém, a atriz interpreta Selena, esposa de Alain, em “Vidas Duplas” e chega a dizer, na mesma cena, que possui o número do agente da estrela francesa. Esse tipo de brincadeira metalinguística remete a outras obras de Assayas, em especial “Irma Vep”.

vidas duplas 7

Essa duplicidade também rege a estrutura do filme, uma vez que o diretor tenta equilibrar a densidade de um ensaio crítico com a leveza de um beach read, isto é, um livro descompromissado, ideal para ler nas férias. Isso pode ser conferido na comicidade que permeia todo o longa – inclusive as discussões teóricas – e, principalmente, nas aventuras extraconjugais das personagens, um clichê narrativo das comédias sobre a burguesia parisiense.

Os fãs mais puristas de Olivier Assayas têm chance de se decepcionar com “Vidas Duplas”, uma vez que, superficialmente, em nada se assemelha à filmografia do diretor. Entretanto, esta parece ser a intenção do cineasta: tirar seus admiradores de sua zona de conforto, a fim de criar uma visão mais ampla de um mundo que parece cada vez mais incerto. Em contrapartida, a estética mais convencional tem o potencial de levar as questões levantadas há quase 30 anos por Assayas a um público que, provavelmente, nunca assistiria a um de seus filmes.

A certa altura do longa, uma personagem define pós-verdade como “permitir as pessoas viverem em seu universo fictício determinado por seus preconceitos”. Partindo desse conceito, pode-se entender “Vidas Duplas” como uma exploração de Olivier Assayas acerca da potencialidade diplomática do cinema verborrágico. Em tempos de pouco diálogo, talvez a valorização da palavra seja um ato revolucionário, capaz de extinguir pós-verdades.

Ou não. Afinal, assim como as personagens de seu filme, dependendo dos acontecimentos, sua opinião pode mudar completamente.


Imagens e vídeo: Divulgação/California Filmes

Reader Rating1 Vote
10
8.5

Quer estar por dentro do que acontece no mundo do entretenimento? Então, faça parte do nosso  CANAL OFICIAL DO WHATSAPP e receba novidades todos os dias.

Tags:

CinemaFrançaLivro

Compartilhar artigo

Avatar de João de Queiroz
Me siga Escrito por

João de Queiroz

Passava tardes de final de semana na locadora. Estudou Cinema. Agora escreve sobre filmes.

Outros Artigos

67066121 1565335463601119 1309917269538635776 o
Anterior

Lançada a coreografia da versão funk de “Old Town Road”

O BAR LUVA DOURADA
Próximo

Crítica: O Bar Luva Dourada

Próximo
O BAR LUVA DOURADA
19 de julho de 2019

Crítica: O Bar Luva Dourada

Anterior
19 de julho de 2019

Lançada a coreografia da versão funk de “Old Town Road”

67066121 1565335463601119 1309917269538635776 o

Sem comentários! Seja o primeiro.

    Deixe um comentário Cancelar resposta

    O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

    Publicidade

    Posts Recentes

    Julia Roberts e Andrew Garfield no sofá como os professores Alma e Hank em "Depois da Caçada", esticados.
    Depois da Caçada | Entre o Bom e Provocativo, Há o Pretensioso
    Nick de Angelo
    Greyson Nekrutman no Sepultura
    Trivium anuncia Greyson Nekrutman como baterista
    Amanda Moura
    Seleção: Sirat
    49ª Mostra: Premiados, Estreias e Grandes Nomes Marcam a Seleção Deste Ano
    Rodrigo Chinchio
    Fadas do reboot de Winx em 2025, em 3D, em imagem promocional, sentadas na biblioteca, e acima colagem com elas na forma de fadas.
    Winx Club: A Magia Está de Volta (2025) | Série é Boa, Mas Está Presa no Passado
    Nick de Angelo
    Chiara Santoro cantando em recital "As Brasileiras", partitura em sua frente e ela voltada ao público. Atrás dela está o pianista Silas Barbosa.
    As Brasileiras | Chiara Santoro Apresenta Recital em Homenagem a Compositoras Nacionais no Centro Cultural Justiça Federal
    Nick de Angelo

    Posts Relacionados

    Julia Roberts e Andrew Garfield no sofá como os professores Alma e Hank em "Depois da Caçada", esticados.

    Depois da Caçada | Entre o Bom e Provocativo, Há o Pretensioso

    Nick de Angelo
    7 de outubro de 2025
    Seleção: Sirat

    49ª Mostra: Premiados, Estreias e Grandes Nomes Marcam a Seleção Deste Ano

    Rodrigo Chinchio
    4 de outubro de 2025
    Ingressos e Pacotes para a 49ª Mostra

    Ingressos e Pacotes da 49ª Mostra de Cinema: Tudo o que Você Precisa Saber

    Rodrigo Chinchio
    1 de outubro de 2025
    Filme Jogo Sujo do Prime Video

    Prime Video: confira o que chega ao catálogo em outubro de 2025

    Amanda Moura
    1 de outubro de 2025
    • Sobre
    • Contato
    • Collabs
    • Políticas
    Woo! Magazine
    Instagram Tiktok X-twitter Facebook
    Woo! Magazine ©2024 All Rights Reserved | Developed by WooMaxx
    Banner novidades amazon