Crítica: Vidas Passadas

Celine Song Cativa Corações e Questiona Destinos em “Vidas Passadas”

“Past Lives” marca a estreia da diretora Celine Song na direção de longa-metragem. Este envolvente Romance/Drama é uma produção da renomada A24 e teve sua estreia nos Estados Unidos em junho de 2023. Embora a chegada aos cinemas brasileiros estivesse inicialmente prevista para agosto de 2023, a estreia foi adiada para 15 de fevereiro de 2024. O filme chegará ao público brasileiro sob o título “Vidas Passadas”, com distribuição pela California Filmes em toda a América Latina.

A trama gira em torno de Nora (Greta Lee), uma jovem que nutre um amor por seu colega de escola, Hae Sung (Teo Yoo). Entretanto, o destino os separa quando Nora e sua família se mudam para o Canadá, enquanto Hae Sung permanece em Seul. Duas décadas depois, um reencontro inesperado reacende a amizade deles, levando-os a uma jornada pelas ruas de Nova York. Durante essa semana de reencontro, eles mergulham em discussões profundas sobre amor, destino, escolhas e existencialismo.

Leia Mais: Confira a crítica do filme "Agente Stone", estrelado por Gal Gadot e disponível na Netflix.

Desde os primeiros minutos, o filme nos envolve de forma íntima na vida dos personagens, graças à direção habilidosa de Celine e sua câmera sensível. A narrativa nos transporta para a infância desses dois protagonistas de maneira bela e comovente, frequentemente nos levando às lágrimas ao longo do primeiro ato da história.

Um dos aspectos notáveis desta obra é sua divisão em três linhas temporais distintas: a infância dos personagens, o fim da adolescência e a vida adulta, na qual Nora está casada com Arthur (John Magaro). Celine Song, que também assina o roteiro, desenvolve os personagens de forma magistral, proporcionando profundidade e autenticidade às suas trajetórias.

O elenco entrega atuações memoráveis, com destaque para as performances marcantes de Greta Lee e Teo Yoo. Eles transmitem uma química única por meio de olhares, toques sutis e sorrisos cativantes. Lee, com uma atuação deslumbrante, rouba a cena sempre que a câmera a enfoca, enquanto o ator sul-coreano traz uma atuação inicialmente contida e funcional, que gradualmente revela uma intensidade culminando em um diálogo poderoso na cena do restaurante.

Compre Agora: O livro "Um dorama para chamar de meu". Uma leitura imperdível e apaixonante. 

Os aspectos técnicos do filme são impecáveis, começando pela trilha sonora de Christopher Bear e Daniel Rossen, que conduz os espectadores pela jornada dos personagens com tons variados, que ora são leves, ora melancólicos e, às vezes, apaixonantes. Destaque também para o tema original “Quiet Eyes”, interpretado pela talentosa cantora Sharon Van Etten.

A direção de fotografia de Shabier Kirchner, capturada em 35 mm, é outro ponto alto do filme. Kirchner utiliza reflexos, janelas e objetos geométricos para criar imagens deslumbrantes, além de empregar uma iluminação que se adapta perfeitamente à narrativa e aos diferentes sentimentos presentes na tela.

Com figurinos simples, porém estilosos e impecáveis, o trabalho de Katina Danabassis é notável e complementa a experiência visual do filme.

“Vidas Passadas” é uma obra que certamente merece ser apreciada e nos faz refletir sobre as possibilidades não realizadas da vida. Não seria surpreendente se o filme recebesse reconhecimento em premiações, o que talvez tenha motivado o adiamento de sua estreia. Resta-nos agora aguardar para ver se a A24 o escolherá como seu representante nas grandes premiações. Estamos na torcida.

Crítica: Vidas Passadas

Sinopse

Nora e Hae Sung, duas amigas de infância profundamente conectadas, se separam depois de uma mudança. Duas décadas depois, elas se reencontram na cidade de Nova York para uma semana fatídica enquanto confrontam noções de destino, amor e escolhas.

Prós

Contras

4

Nota

Imagens