Lá nos anos 2000, quando o agora malquisto Bryan Singer apresentou ao mundo um grupo de mutantes vindos dos quadrinhos em “X-Men: O filme”, o público ainda não estava acostumado com histórias de super-heróis. Era pura novidade, e todos queriam saber como seria o visual dos personagens na tela do cinema. Será que o Wolverine vai vestir o colante amarelo, com máscara e tudo? Os fãs se perguntavam. Depois de inúmeras continuações e do domínio da Marvel nesse praticamente novo gênero, eis que “X-Men: Fênix Negra” entra em cartaz com um ar de despedida, afinal, trata-se do último filme da franquia produzido pela 20th Century Fox. O clima de adeus é tanto que, na sessão para a imprensa, a representante do estúdio no Brasil e o diretor Simon Kinberg (em vídeo) agradeceram os jornalistas pela cobertura de “X-Men” no decorrer dos anos.
Evidentemente que “Fênix Negra”, como conclusão, precisava entregar algo épico, que teste o limite do Professor Xavier (James McAvoy) e de seus asseclas. Então, para isso, nada melhor que a transformação de Jean Grey (Sophie Turner) na mutante mais poderosa do mundo. Grey, ao salvar alguns astronautas em orbita terrestre, é atingida por uma abundante energia que parece ser o resultado de uma explosão solar. Ao voltar ao planeta, ela passa a ter momentos de fúria que acabam liberando progressivamente o poder recém-adquirido. Os bloqueios de memória sobre o acidente que matou seus pais, colocados no passado por Xavier, também são retirados, fazendo com que ela não confie mais no professor, que escondeu fatos sombrios da infância da garota. Enquanto isso, uma raça alienígena chega à terra, e sua líder (Jessica Chastain), não só sabe de onde vem a tal energia, como quer tomá-la para dominar a terra. Aliás, são seres que surgem do nada, atrás de uma energia que convenientemente está bem perto do ônibus espacial à deriva, e tomam a brilhante decisão de ficar com o pequeno planeta azul para si.É com esse fio de trama que o roteiro do próprio Kinberg é construído, dando forma a um filme sem grandes aspirações e sem inspiração. Mesmo na técnica cinematográfica o cineasta não sai do comum. Sua direção é acadêmica nos planos e contra planos nos momentos de diálogos e desinteressante nas cenas de combate que não empolgam ou causam comoção pelas mortes de algumas figuras importantes durante as duas primeiras batalhas. Basicamente, ele se repete do início ao fim. A emoção é rasa, independente do bom trabalho dos atores. Bem, de alguns deles pelo menos, pois parece que Jennifer Lawrence está ali apenas para cumprir contrato. Não atua mal por ser competente em sua função, mas mostra certo ar de desinteresse pelo personagem que interpreta há anos. Outro agravante é que Jean se torna praticamente uma deusa, derrotando facilmente Xavier, Magneto (Michael Fassbender), e qualquer ideia mirabolante de cena de ação que seria logo finalizada por um simples levantar de mãos da garota.
Personagens mal aproveitados fecham a lista de reclamações: Tempestade (Alexandra Shipp) não faz mais que soltar alguns raios, Mercúrio (Evan Peters) tem pouco tempo de tela, apesar de ter se tornado o queridinho dos fãs pelo seu carisma e boas cenas de humor e ação nos longas anteriores. Até Noturno (Kodi Smit-McPhee) que tem mais atenção do roteiro, é irrelevante contra uma Fênix Negra que consegue atingi-lo durante os teletransportes. “X-Men: Fênix Negra” é um produto que acaba não ofendendo ninguém, se tornando, no futuro, aquele filme da Tela Quente que as pessoas assistem até pegarem no sono.
Obs: É difícil não pensar em uma luta entre Fênix Negra e Capitã Marvel para saber quem sairá vencedora. O futuro dirá.
Imagens e Vídeo: Divulgação/20th Century Fox
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