Woo! Magazine

Menu

  • Home
  • Editorias
    • Filmes
    • Séries/TV
    • Música
    • Geek
    • Literatura
    • Espetáculos
  • Especiais
    • SpotLight
      • Lollapalooza
      • D23
      • CCXP
      • Mostra SP
      • Festival do Rio
      • Rock in Rio
      • The Town
      • Bienal do Livro
      • Game XP
    • Entrevistas
    • Premiações
  • Streamings
    • Netflix
    • Amazon Prime Video
    • HBO Max
    • Disney+
    • Apple TV+
  • Listas
  • Colunas
    • Curiosidades
    • Terror
    • Internet
    • Business
    • Tecnologia
    • Esportes
    • Gravellizar

Siga nas Redes

Woo! Magazine

A imaginação ao seu alcance

Digite e pressione Enter para pesquisar

Woo! Magazine
  • Home
  • Editorias
    • Filmes
    • Séries/TV
    • Música
    • Geek
    • Literatura
    • Espetáculos
  • Especiais
    • SpotLight
      • Lollapalooza
      • D23
      • CCXP
      • Mostra SP
      • Festival do Rio
      • Rock in Rio
      • The Town
      • Bienal do Livro
      • Game XP
    • Entrevistas
    • Premiações
  • Streamings
    • Netflix
    • Amazon Prime Video
    • HBO Max
    • Disney+
    • Apple TV+
  • Listas
  • Colunas
    • Curiosidades
    • Terror
    • Internet
    • Business
    • Tecnologia
    • Esportes
    • Gravellizar
Instagram Tiktok X-twitter Facebook Pinterest
CríticaFilmes

Crítica: Yvone Kane

Avatar de Convidado Especial
Convidado Especial
23 de novembro de 2017 4 Mins Read
O passado, a luta e o luto se tornam preciosidades pelo olhar de Margarida Cardoso

23916573 1768335500127523 2870887643267550604 o

Quem assistiu aos filmes “Natal 71” (1999), “Kuxa-Kanema” (2003) e “A Costa dos Murmúrios” (2004) consegue perceber a relação da realizadora Margarida Cardoso com o colonialismo português. Quando jovem, ela, a mãe, a irmã e a avó se mudaram para Moçambique por conta do pai, militar da força aérea que foi chamado para uma comissão no local. A família continuou a morar em cidades do continente africano até 1974.  Em “Yvone Kane”, com co-produção brasileira, Margarida volta o seu olhar para a África pós-independência e mostra como viver num ambiente onde a guerra perdurou por tanto, situação que afeta a vida pessoal de suas três personagens centrais.

Rita (Beatriz Batarda), após perder uma filha, vai ao encontro da mãe Sara (Irene Ravache) que reside na África. Lá, ela resolve investigar a verdade sobre a história de uma ex-guerrilheira e ativista política, Yvone Kane, morta sob circunstâncias suspeitas, que foram encobertas pelo governo.

Margarida retoma sua parceria com Beatriz, impecável em “A Costa dos Murmúrios” (2004) – filme baseado no romance homônimo de Lídia Jorge –  e a atriz também não deixa nada a desejar na pele de Rita. O pesar e a angústia se mantém presente em seu olhar do início ao fim, trazendo sempre à tona a constante lembrança de que a perda de um filho é irreparável. O mais interessante é que o seu sofrimento é contemplativo e não exagerado. Ainda que imbuída de muita determinação para conhecer a história de Yvone, Rita continua melancólica – É importante destacar que este não é o foco principal da trama, mas um fator importante da construção da personagem que contribui diretamente ao clima de solidão e angústia que perduram durante todo o filme.

Mas o destaque principal é a responsabilidade de Ravache na pele da portuguesa Sara. A atriz está um escândalo! Os anos de revolucionária definitivamente pesam nos ombros da personagem como uma sede de vida que não volta mais. A doença parece não ser um fator determinante, surge quase que como aspecto redundante para Sara. A descrença no que foi um dia o seu ideal já foi a sua verdadeira morte. Para Sara – segundo uma de suas falas – “Yvone não fazia parte do movimento, ela era o movimento”. Fica claro que o assassinato da ativista foi um marco determinante, além disso, o território em que cresceu e reside está em ruínas o que torna sua vida apática. Para Sara lhe basta existir, ela abre mão de ser. O único sopro de vida que lhe resta é lutar pelo caráter de um menino criado em sua casa. Acusado de participar do abuso de duas meninas que vivem no local onde a médica trabalha. É o único momento em que o espectador a vê de fato lutando por algo.

64F6D625 4819 4D17 BCDE 6DBC4A293C30

O silêncio é constante. As sequências longas e lentas se assemelham com a vida de tal forma que colocam o espectador dentro da rotina de Rita e Sara com muita facilidade. Fica difícil desgrudar da tela porque a sensação é de fazer parte daquele dia a dia. A fotografia não passa de uma paleta de cor pastel inserida num ambiente arruinado, característica única de um território pós conflito. A trilha sonora quase que ausente torna aquelas personagens assumidamente humanas, lançando um tipo de encenação bem mais próxima do naturalismo.

A beleza da fotografia se dá pelo efeito de um quase encontro, os enquadramentos repetidas vezes ficam no meio termo do que querem contar. O reflexo de uma personagem próxima da sombra de outra, como se todo encontro estivesse tão próximo e ao mesmo tempo tão longe. A câmera encontra o distanciamento através da união, o que também é a relação entre Sara e Rita – mãe e filha que se encontram após uma perda irreparável, vivem juntas, mas ao mesmo tempo parecem estranhas uma a outra.

“Yvone Kane” é uma personagem baseada na história de Josina Michael que, quando jovem, fugiu de Moçambique para lutar pela independência de seu país. Josina é considerada modelo de inspiração do movimento de mulheres e questiona-se quantos já ouviram falar sobre ela por aí. Mais uma prova de que a história apaga a intimidade de ativistas políticas e as mulheres são as primeiras a desaparecer.

O filme começa num cemitério e termina num enterro, simbólico e ao mesmo tempo literal – apesar de não ser um enterro comum como todos imaginam. É necessário desenterrar para enterrar. Sair de um lugar para se reconstruir. Este é o papel de quem estuda história e também de quem faz cinema. Margarida assim o faz de forma literal e também simbólica.


Por Rayza Noiá

Reader Rating0 Votes
0
9

Quer estar por dentro do que acontece no mundo do entretenimento? Então, faça parte do nosso  CANAL OFICIAL DO WHATSAPP e receba novidades todos os dias.

Tags:

Portugal

Compartilhar artigo

Avatar de Convidado Especial
Me siga Escrito por

Convidado Especial

Outros Artigos

train 2181576 960 720
Anterior

Resenha: A Misteriosa Sociedade Benedict e a Jornada Periculosa, de Trenton Lee Steward

Macanudo Destaque
Próximo

Social Comics: Macanudo

Próximo
Macanudo Destaque
23 de novembro de 2017

Social Comics: Macanudo

Anterior
23 de novembro de 2017

Resenha: A Misteriosa Sociedade Benedict e a Jornada Periculosa, de Trenton Lee Steward

train 2181576 960 720

Sem comentários! Seja o primeiro.

    Deixe um comentário Cancelar resposta

    O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

    Publicidade

    Posts Recentes

    Filme Anora
    Anora | Oscar de Melhor Filme Chega à Prime Video; Veja Data
    Nick de Angelo
    Cena da moto em "Akira", com Kaneda dando drift com sua moto vermelha.
    Akira | Live-action é Cancelado Oficialmente Pela Warner Bros.
    Nick de Angelo
    Capuz como visto na série "Coração de Ferro", da Marvel.
    Coração de Ferro | Quem é o Capuz? Conheça a História do Vilão Encapuzado
    Hugo Santiago
    007: Sem tempo para Morrer
    007 | Cineasta Denis Villeneuve Será o Diretor do Novo Filme pela Amazon MGM Studios
    Roberto Rezende
    Membros do Rage Against The Machine sentados com braços para trás e fitas isolantes nos olhos e boca. Ensaio em preto e branco.
    Rage Against The Machine Volta à Ativa Com Críticas Diretas a Trump
    Cesar Monteiro

    Posts Relacionados

    Filme Anora

    Anora | Oscar de Melhor Filme Chega à Prime Video; Veja Data

    Nick de Angelo
    30 de junho de 2025
    Cena da moto em "Akira", com Kaneda dando drift com sua moto vermelha.

    Akira | Live-action é Cancelado Oficialmente Pela Warner Bros.

    Nick de Angelo
    28 de junho de 2025
    007: Sem tempo para Morrer

    007 | Cineasta Denis Villeneuve Será o Diretor do Novo Filme pela Amazon MGM Studios

    Roberto Rezende
    27 de junho de 2025
    Pedro Pascal com suéter de gola alta azul da cor do uniforme do Quarteto Fantástico, no filme de mesmo nome, 2025, onde interpreta o Senhor Fantástico. Ele está centralizado na tela, com um microfone em sua frente.

    Quarteto Fantástico | Último Trailer Promete Aventura Emocional com Riscos Imensos aos Heróis

    Roberto Rezende
    26 de junho de 2025
    • Sobre
    • Contato
    • Collabs
    • Políticas
    Woo! Magazine
    Instagram Tiktok X-twitter Facebook
    Woo! Magazine ©2024 All Rights Reserved | Developed by WooMaxx
    ECO SHOW AMAZON BANNER